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Garotada, o importante mesmo é competir

Mais do que fazer um bem danado à saúde, a prática de esportes ajuda as crianças a aprenderem a lidar com vitórias, derrotas e problemas do dia a dia. Entenda como:

Conteúdo Revista Máxima Publicado em 04/03/2016, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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Garotada, o importante mesmo é competir - Shutterstock
Garotada, o importante mesmo é competir - Shutterstock
Este ano tem Olimpíadas! Momento de torcer pelo Brasil nas quadras, nas piscinas, nas pistas de atletismo... Bom motivo também para reunir a família em torno da TV e mostrar a importância de aprender a lidar com vitórias e fracassos, já que não é sempre que a gente sai ganhando. “O esporte ensina que ganhar é bom, mas que saber perder é fundamental”, pontua o professor de educação física Leonardo de Matos Morillo, da escola Alecrim, de São Paulo. 
Além de fazer bem à saúde e ao desenvolvimento motor, a prática de atividades esportivas ensina a criança a lidar com as dificuldades do dia a dia. “É uma maneira eficaz de fazê-la entender que, diante de resultados negativos, não se deve desanimar e, sim, treinar a superação”, afirma a psicóloga de adolescentes Dulce Barros, de São Paulo. Segundo ela, crianças que reagem mal a perdas podem entrar num processo destrutivo. “Quem se concentra só no lado competitivo perde a referência interna e tem a autoestima abalada”, acredita. 
Prova disso são tantos atletas talentosos que muitas vezes se perdem, a ponto de puxar o tapete do adversário ou usar substâncias ilícitas, para melhorar o desempenho. “São pessoas que só desenvolveram o lado negativo da competição”, adverte a psicóloga. 
Para evitar esse tipo de comportamento, é preciso estimular a criança a desviar o foco do outro e olhar para si mesma, mostrando que dá para superar as fraquezas e os obstáculos. “Ensinar que amanhã ela pode melhorar, treinando bastante, é o caminho”, diz Morillo. Lembrando que vale a máxima: criança aprende pelo exemplo!



Valem como "treino doméstico"
A prática de modalidades diferentes é muito benéfica! Traz a chance de mostrar à criança que existem inúmeras possibilidades – e que, se não for bem num esporte, pode dominar outro, sem problemas. “Cada atividade estimula uma descoberta. Quando entende o seu funcionamento, o pequeno pode querer experimentar outros. Não deixa de ser uma forma de descobrir o mundo”, destaca a especialista. Por isso, o esporte é uma das ferramentas para auxiliar meninos e meninas a encarar os desafios da vida, mas não a única. Jogos lúdicos, como os de tabuleiro com dados, ou de memória, também podem ser uma boa maneira de treinar a competição em casa. Mas não vale ceder à tentação de deixar o filhote ganhar para evitar escândalo – comportamento comum a muitos pais. “O ideal é propor uma nova rodada, estimulando a criança a conseguir um resultado melhor”, recomenda a psicóloga. A maneira com que a família reage às derrotas é fundamental. Se os pais não admitem a perda, o filho vai sofrer sempre que não for o campeão”, alerta Dulce. O que importa é entender que numa determinada competição ele pode se sair mal, mas na outra dá para compensar o fracasso.


Do individual ao coletivo
Os esportes individuais, como natação, artes marciais ou tênis, ajudam a trabalhar a superação. "São práticas que estimulam a concentração e a crença na força interna", conta a psicóloga. Na atividade que realiza sozinha, a criança também ganha autoestima. "Ela vai começar a admirar e respeitar o adversário. Afinal, o outro sempre vai ter qualidades também", diz Dulce. Na escola, jogos de equipe (como queimada) são uma prévia para encarar esportes mais competitivos. "Até os 8, 9 anos, o clima é mais recreativo do que competitivo", lembra Morillo. Ele costuma ensinar a turminha dessa idade o sabor de ganhar e a dor de perder – sem deixar de premiar os campeões. "O incentivo é sempre para que busquem a vitória, sem desmerecer o segundo e o terceiro lugar", relata o professor. Já nos esportes coletivos, como futebol e vôlei, entra em foco o companheirismo – é quando a criança começa a enxergar o colega do time como um aliado e não como um inimigo.