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Guia da me$ada

Ensine os pequenos a administrar o dinheiro com consciência desde cedo. Eles agradecerão a você no futuro!

Ana Bardella Publicado em 14/09/2015, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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filhos 986 - shutterstock
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Seis em cada dez famílias brasileiras estão endividadas, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Além da atual crise econômica, a dificuldade em lidar com o dinheiro colabora para isso. A boa notícia é que ainda dá tempo de ensinarmos nossos filhos a planejar os gastos para ficarem longe das dívidas no futuro. E aproveitar a mesada para isso é uma ótima oportunidade de conscientizar as novas gerações. “Quem aprende a cuidar dos recursos ainda na infância tem menos chances de se endividar e gastar à toa na vida adulta”, afirma Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros e autor do livro Mesada Não É Só Dinheiro (Editora DSOP, R$ 29,90).

Quando começar a dar mesada?

A partir dos 7 anos, a criança já entende o processo de compra e venda. Portanto, está pronta para ganhar mesada. Mas tudo vai depender da personalidade dela. Seu filho anda pedindo dinheiro com muita frequência? Chegou a falar de mesada com vocês? Se isso ainda não estiver acontecendo, talvez valha a pena esperar mais um pouco.

Como calculo o valor? 

Em primeiro lugar, isso vai depender da condição financeira de vocês. Mas, de qualquer forma, Domingos dá uma boa dica: anote, durante 30 dias, todo o dinheiro que deu pra ele (ou que gastou com brinquedos e guloseimas). É bem possível que você se surpreenda com o valor, já que quando não colocamos no papel, perdemos facilmente o controle. Um bom negócio para já ir ensinando o valor do dinheiro é pegar esse total e dividir por dois. 

Por exemplo, se você gastou R$ 100 durante o mês, dê R$ 50 para a criança e guarde os outros R$ 50 para a realização de um ou mais sonhos do seu filho. Explique isso a ele e tome cuidado para não frustrá-lo, ou seja, realmente guarde o dinheiro. Para não cair em tentação, vá colocando a quantia num cofrinho ou abra uma poupança e mostre o extrato para o pequeno todo mês. Assim, ele vai se sentir mais estimulado e aprenderá a planejar seu futuro financeiro.

Como ensiná-lo a lidar com o dinheiro?

Diga que a grana não serve só para satisfazer nossos desejos imediatos. Ela também pode nos ajudar a realizar sonhos. Por exemplo, o dinheiro gasto em pôsteres e figurinhas também pode ser guardado para comprar um brinquedo caro mais para frente, fazer um curso ou um passeio com os amigos – basta ele querer e ter força de vontade para isso!

Se ele se comportou mal, devo descontar da mesada?

Essa não seria a melhor atitude. O ideal é que o valor mensal seja fixo, e não varie conforme o comportamento da criança. Caso contrário, ela pode entender a mesada como uma recompensa ao bom  comportamento ou às notas altas na escola, sendo que isso deveria acontecer de forma espontânea. 

E se ele me pedir mais dinheiro?

Evite dar. A criança precisa aprender a administrar o que tem durante o mês inteiro. Se ela está pedindo mais é porque ainda não aprendeu muito bem essa lição. Converse quantas vezes forem necessárias. Uma tática bem interessante é experimentar dar semanada em vez de mesada. É só pegar o valor total e dividi-lo entre as semanas do mês. Dessa forma, o controle de gastos fica mais fácil.

O que fazer se eu tiver dois filhos?

Se as idades forem diferentes, os valores também devem ser. Se um deles questionar, diga que é assim, pois as despesas deles são diferentes. A mesada dos mais velhos costuma ser maior, pois eles já conseguem gerir melhor os valores. Por exemplo, muitos já conseguem comprar as próprias roupas, já saem com os amigos...

A grana está curta? Veja alternativas:

■ Faça um “mutirão da economia” em casa! Peça para que todos passem menos tempo no banho, não deixem as luzes acesas, não desperdicem alimentos e tentem conservar os materiais escolares por mais tempo. Quando as contas chegarem, veja quanto vocês conseguiram poupar e divida o dinheiro entre os pequenos. 

■ Organize uma feira de troca na vizinhança. Separe os brinquedos que eles não ligam mais e as roupas que ficaram pequenas, e troque-as pelas dos colegas. As crianças costumam gostar bastante disso!

■  Ensine seus filhos a ser empreendedores. Ajude-os a fazer bolos ou artesanato e estimule os pequenos a vender para os vizinhos e familiares. Mas tudo de forma muito lúdica, ok?