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Família/Filhos / Família

Saiba como superar os traumas causados por mães narcisistas

Hostilidade, falta de carinho e acolhimento podem destruir a autoestima dos filhos

Raquel Borges Publicado em 07/03/2021, às 08h00

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Saiba como superar os traumas causados por mães narcisistas - Pixabay
Saiba como superar os traumas causados por mães narcisistas - Pixabay

Quando nasce um filho, nasce uma mãe. Todo mundo já ouviu isso... E, geralmente, o amor entre eles transborda. A criança recebe todo o carinho e acolhimento da pessoa mais importante da sua vida, mas, infelizmente, a realidade dos filhos de mães narcisistas é outra, cheia de cobranças, culpas e falta de amor. Elas sufocam os pequenos e fazem da relação, que deveria ser de afeto e cuidado, um verdadeiro martírio. De acordo com a psicóloga Katree Zuanazzi, do Instituto Brilhar Saúde Mental, o narcisismo é caracterizado pelo perfil comportamental de se colocar num patamar mais elevado em relação às outras pessoas, além de agir como se fosse dever dos outros servir o narcisista.

“Em casos assim, a mãe age de acordo com o que acredita e força os filhos a assumir a sua verdade absoluta. Ela tem o comportamento de dominar o lar e aqueles que fazem parte da sua vida, especialmente os filhos, porque ela imputa na mente que eles lhe devem a vida. Então, ela cobra, exige, manipula, usando a questão emocional”, explica a especialista. Etendacomo essas mães afetam as crianças.

Mães dominadoras
A característica mais marcante é a dominação. Ela não permite a expressão autêntica dos filhos e usa todo o seu autoritarismo. “É uma dominação absoluta, simplesmente pelo título de ser a mãe, mesmo quando os filhos já são adultos. Quando não é obedecida, usa de chantagem emocional. Outra questão é que elas se colocam como a dona da verdade, e não podem ser contrariadas”, conta a psicóloga. É comum essa mãe não ter empatia com o outro, agir com arrogância e desprezo. Ao longo do tempo, isso gera traumas na criança, que levará todo esse peso para a vida adulta. No caso da menina, quando ela chega à adolescência, surge a rivalidade em que a mãe deseja competir com a garota. 

Sinais
É importante prestar atenção em sinais como a chantagem emocional, pois isso denota que há preocupação maior consigo mesmo do que com o outro. E sempre observar se há resquício de falta de empatia ou amor, crueldade e humilhação verbal. O narcisista pode destruir a autoestima dos filhos, causando danos psicológicos, sentimentos de inferioridade e inadequação.

A mãe narcisista desejou ter filhos?
Muitas pessoas podem achar que a mãe narcisista é alguém que, simplesmente, não quis gerar uma criança e acabou engravidando. Porém, não é bem isso, essa progenitora pode ter sonhado com esse bebê, mas imaginou como seria do jeito dela, e a questão se dá quando começa a relação coma criança. “Quando ela esperava esse bebê, criava uma imagem mental de como seria esse filho e, qualquer coisa que saia desse plano, pode frustrá-la. É muito comum o narcisismo estar atrelado a outros transtornos, como esquizofrenia ou psicoses. Para quem sofre desses abusos, o melhor ponto de partida para analisar e tentar se livrar dos traumas é a ajuda psicoterapêutica.

“Somente a terapia vai tirar o trauma de alguém, afinal cada caso é único e vai ter seu viés particular. É importante olhar para as manipulações, o que está sendo feito, e olhar num sentido de autoamor, autocuidado. Se essa
mãe está fazendo algo que não é legal, é necessário proteger-se dela, defender-se. Quando a mãe não oferece cuidado e conforto, a própria pessoa precisa desenvolver o carinho e o acolhimento por si mesma.

Como ajudar
O que pode ser feito para ajudar a pessoa narcisista é a família procurar se reestruturar para não cair mais em sua dominação, se fortalecer e não deixar que a hostilidade e a falta de empatia causem danos psicológicos e emocionais, especialmente aos filhos.

Grite por socorro 

“As vítimas de alienação parental ou de mães narcisistas demoram para perceber que sofreram agressões psicológicas. E, na maioria dos casos,é algum parente ou um adulto próximo da família que busca algum tipo de ajuda, podendo até recorrer ao judiciário para intervir”: é o que revela Bárbara Heliodora, advogada de família e membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). “Um advogado especialista analisa o caso e, se necessário, aciona o judiciário para que a mãe cesse com a violência psicológica.

Seja por meio de multas, advertência e até mesmo a inversão da guarda, além de medida terapêutica para aquela família. Em alguns casos graves, as condutas da mãe podem ser enquadradas em algum tipo penal. O judiciário busca uma atuação multidisciplinar efetiva para ajudar as vítimas de abusos psicológicos.