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Vacina contra o sarampo: mitos e verdades

A associação com autismo, a erradicação da doença, o custo... Enfim, tudo o que você precisa saber sobre a SCR

Caroline Cabral Publicado em 04/07/2017, às 15h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Vacina contra o sarampo: mitos e verdades - iStock
Vacina contra o sarampo: mitos e verdades - iStock
"O sarampo é uma doença transmitida por vírus, comumente adquirida por contato próximo. Se apresenta com pequenas regi- ões vermelhas no tórax, passando para os braços e causando febre. Pode ocasionar conjuntivite, coriza e mal-estar geral”, atesta o infectologista e chefe da Comissão de Controle de Infecção do Hospital Santa Lúcia, dr. Werciley Júnior. “Ele afeta principalmente crianças de até 5 anos. No Brasil, temos pequenos surtos regionais, mas a incidência geral é baixa”, completa. A vacina contra a doen- ça figura no Programa Nacional de Vacinação. Ainda assim, pais e mães optam por não vacinar seus filhos baseados em uma ideia errônea de que a doença foi erradicada. Werciley desvendou esse e outros mitos sobre a vacina com exclusividade para AnaMaria. O resultado você confere abaixo.

O SARAMPO FOI ERRADICADO
MITO: os surtos ocasionais em território nacional não permitem que consideremos a extinção da doença. Erradicar é dizer que dentro do país ninguém a desenvolveu. A doença, sim, está controlada e com incidência baixa.

A VACINA TEM LIGAÇÃO COM O AUTISMO
MITO: na França, a vacina contra o sarampo foi obrigatória por um período. Muitas pessoas passaram a desenvolver autismo na mesma época. Por isso, cometeu-se o erro de vincular a dose ao autismo. Essa ligação jamais foi comprovada. Portanto, tomar a vacina não é sinônimo de desenvolver algum grau de autismo.

ELA É CARA
MITO: ela é gratuita. Clínicas privadas também aplicam a dose e têm custos entre R$ 80 e R$ 100.

PODE SER TOMADA NO POSTO DE SAÚDE
VERDADE: basta ser um cidadão brasileiro e levar um documento até o posto de saúde mais próximo. Tomar via convênio ou em clínicas particulares não tem diferença na qualidade do produto. Mesmo pessoas com planos de saúde particulares têm direito a tomar vacinas gratuitas. 

SÓ BRASILEIROS TEM DIREITO À VACINA
MITO: Crianças filhas de solicitantes de refúgio e refugiados podem obter gratuitamente as vacinas em postos de saúde públicos.

ELA SÓ SERVE PARA SARAMPO
MITO: a vacina é uma tríplice viral: previne sarampo, caxumba e rubéola, conhecida como SCR. São duas doses a partir de 1 ano de idade com intervalo mínimo de 6 meses. O mais comum é fazer a primeira dose com 12 meses e a seguinte até os 2 anos.

SE EU NÃO TOMAR, NÃO TEREI PROBLEMAS
MITO: dispensar a vacina significa estar suscetível a contrair sarampo, caxumba e rubéola. Todas essas doenças, a princípio, são benignas, mas podem gerar complicações sérias. Além do risco individual, existe o coletivo: quando 10% da população não é vacinada, a probabilidade de um surto é multiplicada. Logo, uma criança não vacinada coloca outras em risco também.

A VACINA É SÓ PARA CRIANÇAS
MITO: quem nunca foi vacinado pode tomar uma dose dela a partir dos 5 anos de idade e é altamente recomendado que o faça. Para crianças são necessárias duas doses, porque até os 5 anos ela precisa de um reforço para fortalecer seu sistema imunológico. Após isso, o sistema tem maturidade que garante a cobertura em apenas uma dose.

ELA TEM EFEITOS COLATERAIS
VERDADE: assim como qualquer outra vacina, a SCR também tem seus efeitos colaterais. Na maior parte das vezes, os sintomas estão diretamente vinculados ao local da aplicação, como um pouco de dor e vermelhidão na região – menos de 1% das pessoas vacinadas com a SCR desenvolvem um breve quadro de mal-estar que dura, no máximo, dois dias.


Não existe diferença na qualidade da vacina oferecida por convênio ou clínicas particulares. Mesmo pessoas com planos de saúde têm direito a tomar a SCR de graça nos postos públicos


SOBRE A SCR
A tríplice SCR protege contra sarampo, caxumba e rubéola por meio de versões enfraquecidas ou atenuadas dos vírus que causam esses três quadros. Comumente aplicada no músculo do braço ou da coxa, deve ser tomada no início da vida. Qualquer pessoa que não tenha sido vacinada ou não tenha desenvolvido a doença pode contraí- la em qualquer idade. Portanto, crianças e adultos não possuem a imunidade necessária para se blindar deste e de outros vírus, o que reforça a importância da vacinação desde cedo – especialmente para os menores de 5 anos, com sistemas de imunidade ainda em formação. Como qualquer doença viral, sua tendência é ser benigna, sem danos maiores. Porém, 1% dos casos pode apresentar uma evolução para encefalite (doenças cerebrais) e até um comprometimento pulmonar. “Por ser gratuita, a vacina se torna um investimento de tempo em qualidade de vida e saúde para a criança e os adultos ao seu redor. Recomendo fortemente a todos os meus pacientes”, reforça Júnior.