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Famosos / Homenagem

Afegã que teve bebê dentro de avião militar dos Estados Unidos nomeia filha com nome da aeronave

A mulher teve complicações no parto e recebeu ajuda dos militares

Da Redação Publicado em 27/08/2021, às 16h10 - Atualizado às 16h12

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Afegã que deu à luz em voo militar presta homenagem ao momento - Reprodução
Afegã que deu à luz em voo militar presta homenagem ao momento - Reprodução

A web se surpreendeu com a história emocionante de uma mãe que deu à luz em um voo de evacuação militar do Afeganistão no último sábado (21). Após muito esforço de uma equipe de militares que estavam a bordo, a mulher conseguiu concluir o parto e decidiu homenagear a tripulação ao dar à sua filha, o nome da aeronave em que nasceu.

A pequena "Reach" é um símbolo para sua família e tantas outras que estão passando por momentos tensos desde a volta do Talibã ao poder no Afeganistão.

Reach ainda estava na barriga de sua mãe quando o avião decolou em direção à Base Aérea de Ramstein, na Alemanha. Por meio do seu Twitter oficial, o Comando de Mobilidade Aérea dos Estados Unidos contou como foram os momentos antes do parto.

“Durante o voo, a mãe entrou em trabalho de parto e começou a ter complicações. O comandante da aeronave decidiu diminuir a altitude para aumentar a pressão do ar na aeronave, o que ajudou a estabilizar e salvar a vida da mãe”, contou. Quando o avião pousou, as duas foram levadas para um centro médico e agora já estão bem.

"Eles chamaram a menina de Reach porque o indicativo de chamada da aeronave C-17 que os levava era Reach", contou o comandante do Comando Europeu dos EUA e Comandante Supremo Aliado da OTAN na Europa, Tod Wolters, em entrevista à imprensa local.

Segundo relatos de testemunhas à CNN o parto foi complicado e os responsáveis por ajudar a mãe em trabalho de parto só tiveram certeza que a bebê estava bem quando ela começou a chorar.

ENTENDA

A crise causada pelos talibãs no Afeganistão tem levado ao surgimento de histórias dramáticas. Uma mulher grávida afegã, por exemplo, deu à luz a uma menina dentro de um avião militar dos EUA após fugir de seu pais. 

Durante o voo, que ia de uma base no Oriente Médio para a Alemanha, ela entrou em trabalho de parto e começou a ter complicações. O piloto, então, optou por voar mais baixo para aumentar a pressão do ar na aeronave, o que ajudou a estabilizar o estado de saúde da mãe.

Quando o avião pousou, militares ajudaram no trabalho de parto e o bebê nasceu na área de carga do avião. Tanto a mãe quanto o bebê, uma menina, foram levadas para uma unidade médica da cidade e passam bem. As informações são da Força Aérea norte-americana.

ENTENDA O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Pessoas se pendurando na parte externa de um avião para fugir do país. Pais jogando seus filhos sobre cercas, implorando para que militares estrangeiros os levassem para longe. Estas e outras imagens representaram o desespero da sociedade afegã após o retorno do Talibã ao poder do Afeganistão, concretizada no último domingo (15). Basicamente, isso aconteceu após os Estados Unidos retirarem suas tropas do país após 20 anos de ocupação, deixando a passagem livre para que o grupo extremista tomasse o poder novamente. 

No mesmo dia, o presidente Ashraf Ghani saiu de Cabul, capital do país, criando condições para que o palácio presidencial fosse tomado pelo Talibã. Infelizmente, as consequências serão desastrosas, considerando o primeiro ‘governo’ do grupo - o Talibã controlou o Afeganistão entre 1996 e 2001, até que os norte-americanos invadiram o país para combater o grupo terrorista Al-Qaeda, responsável pelo atentado das torres gêmeas, e que havia sido acolhido pelos fundamentalistas afegãos.

Em 2017, os rumos começaram a mudar. O Talibã emitiu uma carta para o presidente Donald Trump, pedindo que ele retirasse as forças dos EUA do Afeganistão. Eles assinaram um acordo de paz em 2020: Trump prometeu liberar militantes presos, enquanto os líderes extremistas concordaram que o país não serviria de asilo para grupos que ameaçassem a segurança dos norte-americanos.


Integrantes do Talibã no palácio presidencial (Crédito: Divulgação/Vídeo).

O acordo, porém, não dizia nada a respeito do próprio Afeganistão. O país, que passou a viver em uma democracia, viu tudo ser destruído após a saída dos apoios estrangeiros (não só os EUA, mas o Canadá e alguns países da Europa também estavam presentes no país). As forças de segurança afegãs ofereceram pouca resistência e, em alguns dias, os militantes do grupo estavam sentados nas cadeiras de todas as esferas do poder.

Segundo os dados do Índice Global do Terrorismo, publicado em 2019, o Talibã é o maior grupo terrorista da história, sendo até mais violento do que o Estado Islâmico. Para se ter uma ideia, em 2018, o Talibã foi responsável por 38% do total de fatalidades em atos terroristas no mundo (6103 mortes); 71% a mais na comparação com o ano anterior.


Multidão aglomerou em aeroporto, tentando deixar o Afeganistão; duas pessoas se penduraram na área externa do avião e caíram (Crédito: Satélite Maxar Technologies).