Assessora de imprensa de Leandro relembra os bastidores da perda de Leandro
Ede Cury, que foi assessora de imprensa da dupla Leandro e Leonardo, relembrou como foi todo o processo da doença até a morte dele durante entrevista a André Piunti, disponível no Youtube. O cantor faleceu aos 36 anos, em 23 de junho de 1998, em consequência de um tumor entre o pulmão e o mediastino, descoberto 63 dias antes.
Inicialmente, ela contou ter recebido uma ligação de Leandro relatando que estava com muita dor nas costas. Na época, Ede acreditava que a culpa poderia ser do hábito de passar longos períodos pescando, que o cantor adorava.
"Mas aí ele foi ao dentista que, pelas queixas, propôs fazer uma chapa pra ver se o Leandro estava com pneumonia, ou alguma coisa. E aí já apareceu o tumor, e começou a nossa saga", relembrou.
A partir daí, foram vários exames e encontros com médicos. A assessora de imprensa, inclusive, foi quem contou para Leonardo a informação de que seu irmão estava gravemente doente. Na época, o cantor achou que era um exagero. "Todos nós acreditávamos que seria um momento difícil, mas que ele iria se curar", ressaltou.
Como assessora de imprensa, Ede explicou ter acompanhado tudo o que acontecia e que a informação de que Leandro estava doente começou a pipocar: "O povo estava desconfiando, porque ele foi fotografado indo nos médicos, mas, fora isso, existia o cancelamento dos shows, que ele não poderia mais fazer, então tínhamos que dar alguma explicação."
Por acreditar no poder da oração do povo brasileiro, ela disse ter proposto a realização de uma coletiva de imprensa, com o intuito de contar o que realmente estava acontecendo. Segundo Ede, dois grandes jornalistas da grande imprensa teriam perdido o emprego após não terem participado do evento, após acharem que era apenas jogada de marketing. "Foi só aquela declaração. Não fizemos nada além daquela coletiva", contou.
Leandro teve o tumor de Askin, um tipo raro de câncer que geralmente é demonstrado como massas extra-pulmonares com ou sem destruição de costelas, frequentemente associadas a derrame pleural. Ede lembra que a equipe do cantor fez todo um serviço para que o próprio médico que descobriu a doença o atendesse.
O médico chegou a levar Leandro para a mesa de cirurgia e avaliar o tumor, que estava do tamanho de uma manga, além de passar protocolos de tratamento. "Esse médico, inclusive, pesquisava se não tinha relação com o veneno da plantação de tomate, de quando eles eram crianças. Existiam muitas teses, na verdade", contou.
Ede lembrou que os médicos a procuraram para dizer que Leandro não iria aguentar. Na época, ela avisou a família, que foi toda para o hospital, menos Leonardo, que estava na Bahia fazendo um show. "A minha preocupação de segurar a informação [da morte] era também de esperar ele sair do palco. Como que [Leonardo] ia saber pela mídia?", observou.
A assessora de imprensa conta que precisou organizar a questão do velório, que seria em São Paulo (SP) e Goiânia (GO). "A gente contratou dois carros fúnebres para ir até a assembleia, mas a rua foi enchendo antes mesmo da gente anunciar a morte em si", conta. "Daí, eu rezei e fui até a porta do hospital, chorando, pra dizer que a gente tinha perdido o Leandro", relembrou Ede, emocionada.
Ela também tinha que preparar a chegada de Leonardo ao velório. "Saiu eu, Leandro e o carro fúnebre para a assembleia. Em paralelo, saiu um outro carro fúnebre, que foi seguido pela imprensa e pelos fãs", contou.
Segundo Ede, Leandro morreu sem acreditar que iria morrer. "Tanto que uma das últimas vezes que a gente se viu, ele pegou na minha mão e disse: 'quem tem fé, voa, e eu vou voar''', contou. Além disso, a assessora contou que, poucos dias antes de morrer, o cantor queria comprar um pedaço de terra no Tocantins para ser um reduto de pássaros. "Uma pessoa que fala isso, não acha que vai morrer!"
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