Lara da Silva enfrentou bullying, depressão e automutilação devido à repercussão do vídeo
Da Redação Publicado em 01/09/2021, às 15h11 - Atualizado às 15h11
Lara da Silva viralizou nas redes sociais após uma briga na escola em que disse a famosa frase “Já acabou, Jéssica?”. Seis anos depois, atualmente aos 18 anos, a jovem revelou que ainda enfrenta os impactos negativos que a fama repentina trouxe à sua vida, uma vez que o vídeo foi parar na web sem o seu consentimento. Entre eles, estão o bullying e diversos transtornos relacionados à saúde mental.
"É uma coisa que eu ainda não aceitei totalmente. Se eu parar pra pensar demais nisso, me faz mal. Não é algo que eu goste, mas é uma coisa que aconteceu, não tem como voltar atrás", revelou em entrevista à BBC News Brasil.
Na época, Lara chegou a abandonar a escola para fugir do assédio dos colegas, que insistiam em repetir a fatídica frase. "Não consegui estudar, porque me zoaram muito e eu fiquei muito mal com isso", disse. Além disso, a jovem também parou de acessar a internet e, aos poucos, deixou de sair de casa para que não fosse reconhecida.
TRANSTORNOS
A situação ficou ainda mais séria quando, após tantas polêmicas, Lara começou a se automutilar. "Mais ou menos uns quatro dias depois da briga, comecei a me cortar, por causa de tudo o que estava acontecendo (...) Passei a me cortar cada vez mais fundo e em mais lugares. Quando acontecia alguma coisa, como quando via alguém debochando de mim na rua ou acontecia algo que me deixava triste, eu me cortava", desabafou.
A jovem também foi diagnosticada com problemas de depressão, transtorno de ansiedade de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) - aos quais segue em tratamento até hoje.
RECOMEÇO
Atualmente, Lara retomou os estudos para que possa, enfim, concluir o ensino médio. Ela também trabalha como auxiliar de limpeza e cuidadora de idosos e sonha em se tornar enfermeira ou farmacêutica.
Tanto ela quando Jéssica, que também aparece no vídeo, movem processos contra as emissoras de televisão e plataformas que proporcionam a divulgação do vídeo sem o consentimento das adolescentes. "Se tivesse como excluir, eu gostaria. Mas acredito que não tenha mais jeito", lamentou Lara.
