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Ary Fontoura, Mateus Solano e Klara Castanho dão dicas de leitura na quarentena

Atores falam sobre seus livros favoritos especialmente para os leitores de AnaMaria Digital

Helena Gomes Publicado em 09/07/2020, às 08h20 - Atualizado em 14/07/2020, às 18h54

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Confira as indicações de livros que cada artista deu - Instagram/ @aryfontoura / @klarafgcastanho / @mateusolanooficial
Confira as indicações de livros que cada artista deu - Instagram/ @aryfontoura / @klarafgcastanho / @mateusolanooficial

Se desde que a sugestão de isolamento social começou, por conta da pandemia do novo coronavírus, você já experimentou todo tipo de receita na cozinha, cansou de fazer e refazer a rotina de skincare e ainda viu todos os filmes e séries disponíveis que te interessavam, a nossa sugestão, querido leitor ou leitora, é partir para o mundo mágico dos livros.

Para te ajudar, AnaMaria Digital procurou os atores Ary Fontoura, Klara Castanho e Mateus Solano e pediu indicações especialmente para você. Na nossa lista, estão clássicos, romances e até um livro de autoria própria. Confira!

ARY FONTOURA INDICA...

Montagem: Divulgação / Amazon // Instagram / @aryfontoura

Com longo histórico de contribuições para o cenário cultural brasileiro, o veterano ator acabou surpreendendo todo mundo ao tornar-se um verdadeiro astro no Instagram durante o período de isolamento social. Em seu perfil, bem ao estilo ‘gente como a gente’, Ary ensina receitas culinárias, mostra que faz exercícios físicos e até que cuida de uma horta própria. 

Especialmente para nós, ele conta que os livros também são um passatempo. “Ler é uma das grandes armas que a gente tem, né? Especialmente neste momento tão complicado pelo qual estamos todos passando. É o momento de você se desligar um pouco desse noticiário funesto e dessas atribulações. Os livros te conduzem para um espaço muito maior através das suas histórias”, diz.

Confira as indicações de Ary Fontoura!

Este é um dos livros mais importantes do autor e um dos maiores clássicos da literatura mundial. Narra a incrível e triste história dos Buendía e o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. 

Ary conta que já havia lido a obra em outra oportunidade, mas que sentiu necessidade de revisitar a história. Segundo ele, e nós concordamos, trata-se de uma leitura obrigatória.  “Estava absolutamente novo, como antes. É uma obra-prima, sem dúvida alguma”, afirma

Outro verdadeiro clássico, o livro é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva do que a dos humanos. Na época do lançamento, causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.

Para o ator, a realidade apresentada na narrativa é bastante semelhante a nossa atual. “É muito parecido com o comportamento humano, é uma sátira, aliás, e que precisa ser lido, porque é muito divertido. A gente se vê na pele dos animais”, conta, aos risos.

Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, ‘Como eu era antes de você’ conta a história do relacionamento entre Will Traynor e Louisa Clark, cujo fim trágico deixou de coração apertado os milhares de fãs da autora. Na continuação, ‘Depois de Você’, Lou ainda não superou a perda de Will. 

Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.

Na visão do intérprete de Quinzinho, de ‘Êta Mundo Bom’, este é um livro necessário de entrar em sua lista de indicações por ser mais leve. “Tão agradável quanto os outros e um livro romântico por excelência. Mostra um relacionamento de dois jovens que tiveram que aprender muito um com o outro, né? Coisas do amor!”, diz Ary.

KLARA CASTANHO INDICA...

Montagem: Divulgação / Amazon // Instagram / @klarafgcastanho

Apesar de só ter 19 anos, a atriz tem uma longa carreira de sucesso. Tanto que seu primeiro papel foi na série Mothern, do GNT, em 2006, mas são várias as personagens marcantes, como a Tonica, de ‘Morde e Assopra’ (2011) e a Paulinha, de ‘Amor à Vida’ (2013). Em 2020, a ideia da atriz era estrear dois filmes, mas a pandemia paralisou tudo.

Em meio à citações de poemas e conversas com os seguidores no Instagram, Klara Castanho divide um pouco de sua vida. A pedido nosso, ela decidiu compartilhar alguns dos títulos que mais gosta. Confira na sequência!

Nesta clássica história que marcou gerações de leitores em todo o mundo, um piloto cai com o seu avião no deserto do Saara e encontra um pequeno príncipe, que o leva a uma jornada filosófica e poética através de planetas que encerram a solidão humana. 

É sabido que os personagens de Antoine de Saint-Exupéry estiveram presentes na infância e adolescência de várias pessoas, inclusive na da atriz. Para ela, a obra traz diversos ensinamentos. “Didaticamente, mostra muito sobre relações pessoais e formação de caráter”, opina.

Aos dezenove anos, a única coisa que importa para Rebecca é se formar na faculdade de Letras para, no futuro, realizar o sonho de trabalhar em uma grande editora, perto de todos os livros de fantasia com os quais cresceu. Morando em uma nova cidade e longe da proteção dos avós, ela lutará para não seguir os passos da mãe.

Trata-se de um romance intenso e divertido, e acima de tudo, uma história sobre dar uma nova chance para a vida quando tudo parece ter saído dos eixos. A atriz resume: “Uma história de amor, leve, cheia de reviravoltas, que te prende e ocupa a imaginação”.

Em 2014, durante a Bienal do Livro de São Paulo, Klara foi pedir um autógrafo para Luiza Trigo, que estava lançando seu novo livro. Desse encontro nasceu uma amizade. Um ano depois, Klara pediu ajuda da autora com o conteúdo de um programa jovem de entrevistas que planejava fazer na internet, baseado no que via em seu dia a dia. Depois de trabalhar um pouco no que a atriz havia escrito, Luiza sugeriu: “Que tal pegarmos esses textos e transformarmos em um livro?”. 

Assim surgiu a história de Giovanna, uma garota que acaba de se mudar com a família para São Paulo (SP) e que, de quebra, precisa encarar os dilemas da adolescência. Obedecer sempre aos pais controladores ou se aventurar em busca de independência? Ignorar suas convicções para andar com o grupinho popular do colégio, ou isolar-se com a amiga tímida e solitária? Viver um grande amor e perder o amigo, ou contentar-se com a friendzone?

Sobre seu livro, a artista garante que apresenta uma semelhança com a história de muitos. “Tem um enredo jovem e cheio de experiências que, com certeza, todo mundo passou. É leve e gostoso de ler”, ressalta.

MATEUS SOLANO INDICA...

Montagem: Divulgação / Amazon // Instagram / @mateusolanooficial

Durante a pandemia do novo coronavírus, o ator conta estar aproveitando para fazer algumas leituras em suas redes sociais com colegas de profissão. A partir disso, e de sua experiência com as palavras no mundo do teatro e da teledramaturgia, o ator compartilha com a gente alguns de seus livros favoritos.

“Indico os clássicos! Assim como é um bom momento para olhar para dentro e se reinventar, também tem sido um bom momento para correr atrás do prejuízo. Li ‘Crime e Castigo’ e lerei ‘Irmãos Karamazov, ambos do Dostoiévski”, conta.

Obra riquíssima, composta de muitas tramas, na qual se destacam as tocantes descrições do cotidiano nos bairros pobres de São Petersburgo. Ambientado na Rússia do século XIX, é a confissão de um duplo assassinato cometido pelo jovem Raskólnikov, que tenta se convencer de que é inimputável, como Napoleão ou César, reconhecidos assassinos absolvidos pela História. A narrativa é marcada pelo suspense e pela tensão e um personagem de notável densidade.

Raskólnikov nos conduz por um universo de paixões em constante contradição, cujos tormentos morais e psíquicos, resultantes da consciência tardia de seus crimes, se manifestam em seus delírios febris, magistralmente elaborados por Dostoiévski, cuja descrição só encontra paralelo em Macbeth, de Shakespeare.

Último romance do autor, resume toda a sua criatividade, trazendo à baila as “malditas” questões existenciais que o afligiram a vida inteira, com especial relevo para a flagrante degradação moral da humanidade afastada dos ideais cristãos.

Cheia de peripécias, a narrativa põe em foco três protagonistas irmãos, representantes dos mais diversos aspectos da realidade russa – o libertino Dmítri, o niilista Ivan e o sublime Aliocha –, a fim de alumiar as profundezas insondáveis do coração entregue ao pecado, corrompido por dúvidas ou transbordante de amor.

Neste clássico da literatura alemã, o autor renova a tradição do Bildungsroman - o romance de formação - a partir da trajetória do jovem engenheiro Hans Castorp. Durante uma inesperada estadia em um sanatório para tuberculosos, Hans relaciona-se com uma série de personagens enfermos encarando os conflitos espirituais e ideológicos que antecedem a Primeira Guerra Mundial. 

Solano conta que a obra está em sua fila de leitura na quarentena, e ainda evela uma curiosidade: “Costumo ler sempre dois livros ao mesmo tempo: um romance e um estudo mais técnico. No momento, o outro livro que leio é o ‘Pequeno Tratado Sobre a Linguagem Humana’”.

O irlandês David Crystal, profundo pesquisador da linguagem e uma das maiores autoridades sobre o assunto, possui a capacidade de explicar conceitos complexos utilizando exemplos atuais, divertidos e concretos. Para ele, a linguística é o instrumento que nos faz compreender melhor o ser humano e que pode resolver os mais variados problemas.

Vivemos mergulhados nas palavras. E elas ao mesmo tempo moram em nós como algo que nos define radicalmente. Por isso, estudar a linguagem humana ultrapassa, em muito, as exigências da gramática normativa. Estudar a linguagem é estudar nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossa maneira de viver e conviver.