Aproximadamente 15 milhões de brasileiros passam fome no país
O Brasil voltou a entrar no Mapa da Fome na ONU após ultrapassar a marca de 2,5% da população lidando com a falta crônica de alimentos.
Atualmente, 4,1% das pessoas enfrentam a fome crônica no país. A situação no Brasil é mais grave do que a média global, já que quantidade de pessoas em insegurança alimentar moderada e grave é maior do que no resto do mundo.
De acordo com dados da ONU, a fome crônica é um problema que afeta habitantes de todos os países. Em 2021, 828 milhões passaram fome no planeta.
Só no Brasil, 61 milhões enfrentaram a insegurança alimentar entre 2019 e 2021. O número de brasileiros que passaram fome foi de 15 milhões.
A pesquisa da organização faz uma média da situação alimentar no país durante três anos. Entre 2014 e 2016, por exemplo, havia menos de 4 milhões de pessoas em insegurança alimentar grave.
Para o Jornal Nacional, o diretor do Programa de Alimentos da ONU no Brasil Daniel Balaban opinou que a situação piorou no país antes mesmo da pandemia: “O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Essa população precisa do apoio de políticas públicas para ser incluída na cidadania, incluída na sociedade”.
Ele ainda disse que é necessário “fazer com que as pessoas possam produzir, possam participar, colocar pequenos negócios, possam ter hoje uma formação educacional diferenciada, uma formação profissional diferenciada”.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) realizou o último levantamento do Mapa da Fome em 2015, ano no qual o Brasil tinha saído da classificação. No entanto, desde 2018 o país voltou a ela.
Rafael Zavala, o representante da FAO no Brasil, disse que são necessários investimentos do governo em políticas que solucionem a questão da fome a longo prazo.
“A fome é uma tarefa de todos, mas também temos que gerar um esquema de diminuir riscos. Como? Se as políticas públicas estão dirigidas a fomentar a criação de empregos remunerados que gerem renda para as famílias, uma grande tarefa é investir para criar empregos e gerar estabilidade econômica na sociedade”, comentou.