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Como escolher um bom vinho no supermercado, mesmo sem ser especialista?

Conversamos com o especialista Marcelo Copello para pegar dicas e acabar de vez com todas as suas dúvidas sobre o assunto

Beatriz Moraes Publicado em 30/10/2020, às 08h00 - Atualizado em 10/11/2020, às 10h44

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Saiba como escolher um bom vinho mesmo sem ser um profissional em degustação - Pixabay
Saiba como escolher um bom vinho mesmo sem ser um profissional em degustação - Pixabay

Acha que tomar vinho é algo simples? Isso é porque você ainda não conhece o maravilhoso mundo da enologia, ciência que estuda o vinho, desde técnicas de produção até de conservação. Pode até parecer estranho de decifrar, uma vez que existem milhares de uvas, maturação e formas de conservação, mas garantimos que nem tudo precisa ser complicado na hora de comprar um bom vinho para ocasiões especiais. 

Isso porque os diversos elementos impressos no rótulo da garrafa conseguem dizer se o conteúdo vai ou não agradar o seu paladar. Basta checar informações como tipo da uva, safra e teor alcoólico, que não estão lá por acaso.

Em entrevista para AnaMaria Digital, o especialista Marcelo Copello, que é curador da ‘Talk Wine’, explica que vinhos podem ser caracterizados como secos, suaves e meio secos, e todas essas informações podem ser encontradas no rótulo ou nas letras menores do contra rótulo. Caso contrário, vale procurar o percentual de açúcar da garrafa 

“Um vinho tinto de mesa seco indica um teor de açúcar baixíssimo, quase próximo de zero, o que significa que o doce não pode ser facilmente percebido. Mas, em compensação, os meio secos e doces possuem teores mais altos, e que faz muita diferença no paladar”, ensina. Segundo ele, os açúcares, muitas vezes, são utilizados para agradar o consumidor médio, que prefere um sabor mais docinho.

Quanto aos teores alcoólicos, os vinhos com maior percentual são aqueles que geralmente causam uma sensação melhor na boca. “Justamente por açúcar e álcool serem quimicamente parecidos. Um vinho com pouco açúcar, mas com teor alcoólico mais elevado também tende a agradar o paladar. Isso pode variar de 7% até 18% de forma natural, passando desses percentuais, entramos nas categorias de vinhos fortificados, em que há adição de álcool”, complementa.

VINHO MUITO BARATO NÃO TEM QUALIDADE?
Mais ou menos por aí. Marcelo destaca que a diferença entre uma bebida barata e uma mais cara pode ser perceptível ao paladar, uma vez que teores de açúcar e alcoólicos variam e as formas de produção também são diferentes.

“Um garrafa de vinho tem o custo da garrafa em si, da rolha, do rótulo e da uva. Dependendo da qualidade desses elementos, o vinho pode ser encarecido ou barateado também.

Algumas especificações estão relacionadas a produção, mas o gosto pessoal de cada um interfere na hora da compra. Vinhos ruins são relativos dentro das questões comerciais, mas há formas de educar o paladar para que sejam aceitos vinhos mais secos e com teores menores de açúcar.

“Uma pessoa que toma refrigerantes todos os dias pode achar um vinho mais forte ruim. É esse balanço entre doçura e amargura que vai fazer com que alguém goste ou deixe de gostar de um vinho”, exemplifica.

MAS COMO EDUCAR O MEU PALADAR?
Seja aberto a novas experiências, e sempre prove novos tipos de vinho. Além disso, se quiser se aprofundar mais no assunto, Marcelo aconselha procurar a companhia de alguém que entenda um pouco mais do assunto.

“Vale lembrar também que a cada safra os vinhos mudam, então sempre teremos muitas infinidades, por isso precisamos nos atentar à necessidade de conversar com quem entende um pouco mais do que nós.”

CABERNET SAUVIGNON, MERLOT… E AGORA?
Ao pegar uma garrafa, você fica confuso com esses nomes? Eles nada mais são do que o tipo de uva da qual o vinho foi preparado. Segundo Marcelo, avaliar apenas este fator não é um parâmetro para a escolha de um bom vinho.

“Tudo pode variar dependendo da região de fabricação e dos métodos utilizados. Mas em uma mesma marca elas servem como comparação. Por exemplo, uma Cabernet Sauvignon [tipo de uva] costuma ser mais encorpada do que uma Merlot [outro tipo], que fica mais aveludada na boca”.

LEVEI E NÃO TOMEI TUDO. COMO GUARDAR?
A conservação de uma garrafa já aberta também é um fator a se pensar quando se adquire um vinho. Saiba desde já que a bebida não vai estragar de um dia para o outro, mas para que o vinho continue no estado ideal, é válido mantê-lo longe do contato com o ar.

“No Brasil, a maioria dos vinhos são compradas e consumidas no mesmo dia, então não há necessidade de tratar a bebida como um objeto raro. Mas uma dica bacana é manter algumas garrafas pequenas de plástico em casa e enchê-las até a boca para não entrar oxigênio, guardando-as em algum lugar de sua preferência”, aconselha.

Quem precisa tomar cuidado com a garrafa são colecionadores, ou pessoas que pretendem guardá-la por muitos anos, ressalta Marcelo. “Nesses casos, é importante que a garrafa seja colocada na horizontal, em um ambiente escuro e em uma temperatura baixa, que varie de 13ºC até 15ºC.”