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Mais respeito, por favor!

Para que a futura geração de homens enxergue e trate as mulheres de outra forma, a conscientização deve começar em casa, logo cedo

Cíntia Marcucci Publicado em 31/08/2015, às 16h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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filhos-respeito - Shutterstock
filhos-respeito - Shutterstock
Nos últimos tempos, estão pipocando casos de meninas abusadas sexualmente, inclusive por grupos de garotos. Dá um aperto só de pensar que isso pode acontecer com nossas filhas, netas ou alguma menina próxima a nós. O assunto, mesmo sendo bem pesado, deve ser discutido dentro de casa. Afinal, todo agressor tem uma mãe, e acreditamos que é nosso papel (e de toda a família) passar valores para que esse tipo de coisa pare de acontecer de uma vez por todas.  O estupro é o extremo da violência e merece ser combatido com rapidez. Mas não podemos esquecer de que o desrespeito também aparece nas pequenas coisas, como nas cantadas grosseiras que intimidam, ou na ideia de que os cuidados com a casa e com os filhos é dever só da mulher. Conversamos com a psicóloga e psicopedagoga Ana Cássia Maturano, que deu dicas para ajudar a criar meninos que respeitem as mulheres.


1  Às vezes, a gente nem percebe, mas no dia a dia temos (sim, inclusive as mulheres) comportamentos machistas. Não se esqueça de que meninos e meninas devem ajudar igualmente nas tarefas da casa. Ambos podem fazer a cama, lavar a louça, tirar a roupa do varal, tudo dependendo da idade, é claro. E não diga que determinada atividade é “coisa de menino” ou “coisa de menina”. Ah, fale sobre a importância disso para o seu marido e faça-o ajudar também. O exemplo é tudo nessa hora!


2  Se você estiver andando com seu filho na rua, tenha ele a idade que for, e presenciar algum homem passando cantada em uma mulher, aproveite para mostrar que aquilo não é legal. Muitas vezes, a moça fica constrangida e passa a ter receio de andar por lugares com muitos homens. “Uma boa ideia é sempre pedir que o menino ou rapaz se coloque no lugar do outro. Pergunte se ele gostaria de estar andando na rua e ser chamado ou provocado por outras pessoas”, sugere  a especialista.


3  Quando achar que é hora de conversar sobre namoro e sexo com ele, diga que carícias e beijos só são bons se as duas pessoas quiserem. São coisas gostosas, mas que precisam envolver respeito, proteção e desejo de ambos para que seja legal. Fale ainda que o corpo do outro deve ser respeitado, que não se deve “roubar” beijo, brincar de mão-boba, nem mesmo passar a mão no cabelo da menina sem que ela deixe. De novo, pergunte como ele se sentiria nessa situação. 


4  Os adolescentes costumam ser muito influenciados pelos grupos. Eles fazem coisas só para se sentir aceitos e por querer mostrar que podem ser líderes ou populares. “É isso que muitas vezes leva a comportamentos como o de estupros coletivos. Um amigo provoca o outro a fazer e todo mundo topa para não desapontar os colegas”, diz a psicóloga. Aos pais, cabe a tarefa de reforçar que o que é errado sempre será errado, não importa se todo mundo estiver fazendo.


5  Não é não! Esse é um dos maiores ensinamentos para que   os garotos demonstrem respeito. Diga que mesmo que a garota for namorada dele, que já tenha topado fazer algo antes e que esteja vestindo alguma roupa mais curta ou decotada, se ela disser que não quer fazer determinada coisa, o não deve ser respeitado. Além de perguntar o que ele sentiria se estivesse sendo pressionado, questione se, no caso, a garota fosse você ou qualquer outra  mulher da família. 



A vítima não pode ser culpada

As meninas que sofrem algum tipo de violência muitas vezes acham que a culpa foi delas. Por estarem na hora errada e no lugar errado, por usarem uma roupa inadequada, por terem “provocado”... “Muitas vezes os próprios parentes julgam a vítima. Isso faz com que elas fiquem com medo de denunciar o ocorrido”, afirma a especialista. É importante que a garota fique atenta ao andar na rua e repare no comportamento das pessoas, sejam elas amigas ou estranhas, mas nunca, em nenhuma hipótese, uma pessoa que é vítima de violência sexual pode ser responsabilizada pelo que ocorreu. “A culpa é de quem agride”, diz a psicóloga. Por isso, é bom que as meninas saibam que contam com o apoio da família para contar tudo. A garota também deve ser consciente de que, no corpo dela, é ela quem manda. E se ela não permitiu, está errado e deve ser denunciado!




Temos uma enorme responsabilidade: cultivar nos nossos filhos um olhar de zelo e respeito em relação a toda mulher