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Melhem desmente assédio a Dani Calabresa e reconhece erros: ''Fui um homem tóxico''

Humorista rebateu as acusações de assédio contadas em reportagem, mas lamentou os “excessos” nos bastidores da Globo

Da Redação Publicado em 05/12/2020, às 11h05 - Atualizado em 09/12/2020, às 10h10

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Marcius Melhem e Dani Calabresa estão envolvidos em caso de assédio - Globo
Marcius Melhem e Dani Calabresa estão envolvidos em caso de assédio - Globo

Marcius Melhem, acusado de assédio pela reportagem da revista Piauí, publicada na última sexta-feira (4), deu sua versão sobre a polêmica. Em entrevista a Mauricio Stycer, do UOL, ele pediu desculpas aos envolvidos, mas ressaltou que o episódio com Dani Calabresa não aconteceu.

"Fui um homem tóxico, um marido péssimo, uma pessoa que cometeu excessos ao se relacionar com pessoas do seu próprio ambiente de trabalho", disse ele em matéria publicada neste sábado (5). 

"Embora confesse os meus excessos, eu jamais tive alguma relação que não fosse consensual e jamais pratiquei algum ato de violência com quem quer que seja na minha vida", completou.

O ator revelou ainda a abertura de uma ação na Justiça contra supostos boatos que envolvem seu nome. Ele exigiu provas das denúncias feitas contra ele para a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, que ouviu relatos de seis vítimas.

O EPISÓDIO

Segundo relatos ouvidos pela Piauí, Melhem abordou Calabresa em uma festa, imobilizou seus braços, tentou beijá-la à força e colocou as partes íntimas para fora da calça. "Eu e ela sabemos que aquilo não aconteceu", defendeu-se ele. 

Marcius garantiu que tem provas a seu favor: "Eu tenho, assim como ela tem, toda a comunicação que tivemos em todos esses anos. Uma semana depois daquela festa, que eu teria feito aquilo, aquele absurdo, a Dani me convida para ir à Disney, eu e minhas filhas".

Para o artista, que geriu a área de humor da emissora, o fato de ter tratado os subordinados de forma “íntima” foi um erro e pode ter sido o pivô. "Nunca inibi, coagi, demiti, persegui. Isso não existe. Não existe um relato de 'se você não fizer isso, eu não te dou aquilo'. Isso não existe", falou.

"Eu acredito que tenham pessoas que eu genuinamente feri, que genuinamente eu magoei. Que eu gostaria muito de saber quem são. E se isso aconteceu, realmente, que eu acredito que aconteceu, me desculpar, reparar e assumir responsabilidade. Quero assumir responsabilidade por qualquer coisa que eu tenha feito", reconheceu ele.

ENTENDA
A revista Piauí soltou uma reportagem no início de dezembro revelando detalhes da investigação interna envolvendo as acusações de assédio contra Marcius Melhem, baseados nos relatos de 43 pessoas diretamente envolvidas no caso.

Segundo a publicação, ele teria tido comportamentos abusivos, tanto no âmbito moral quanto no sexual, contra algumas atrizes do núcleo humorístico da Globo, que na época era chefiado por ele.

O caso que mais chama a atenção envolve Dani Calabresa. De acordo com relatos, que foram levados para a direção da emissora, Marcius teria agarrado a atriz e mostrado sua genitália no banheiro de um bar em Botafogo, no Rio de Janeiro, no dia 5 de novembro de 2017, quando a equipe comemorava o centésimo episódio do programa ‘Zorra’. 

Após o ocorrido, aconteceram ainda outros episódios que chegaram a ser avaliados pelo setor de compliance da emissora. Marcius Melhem, vale lembrar, foi oficialmente desligado de suas funções na Rede Globo em agosto passado. 

O humorista, que trabalhava na emissora há 17 anos, estava de licença desde março oficialmente para acompanhar o tratamento de saúde da filha no exterior.

"NÃO TOLERA ABUSOS"
Por conta da reportagem da Revista Piauí, a TV Globo emitiu um comunicado oficial a respeito das denúncias de assédio sexual contra Marcius Melhem, que além de atuar em produções, também era diretor da área de comédia do canal. Na nota, que foi publicada pelo portal UOL, a emissora afirma que é contrária à qualquer tipo de assédio.

"A Globo não comenta questões de compliance, mas reafirma que todo relato de assédio, moral ou sexual, é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento. A Globo não tolera comportamentos abusivos em suas equipes e incentiva que qualquer abuso seja denunciado. Neste sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo. Por esse Código, assumimos o compromisso de sigilo do processo, assim como o de investigar, não fazer comentários sobre as apurações e tomar as medidas cabíveis, que podem ir de uma advertência até o desligamento do colaborador [...]", afirmaram. 

O comunicado declarou ainda que a Rede Globo irá investigar o caso e as denúncias realizadas serão apuradas. 

"Somos muito criteriosos para que os estilos de gestão estejam adequados aos comportamentos e posturas que a Globo quer incentivar e para que as medidas adotadas estejam de acordo com o que foi apurado. Não foi diferente nesse caso. O acolhimento e a empatia com quem relata situações de violação do Código de Ética são pontos essenciais do programa de compliance da empresa. [...] As práticas e as avaliações são revistas o tempo inteiro, assim como são propostas e acolhidas sugestões de melhoria nos mecanismos de comunicação interna. A própria sociedade está se transformando e a empresa acompanha esse processo", asseguraram.