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Últimas Notícias / Crônica da Marcinha

O caso João: quando um semideus vira um ''monstro''

Curou muitos? Dizem que sim. Violou centenas! Que seja feita justiça

Redação Publicado em 24/12/2018, às 08h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Xuxa posa com João de Deus em uma de suas visitas - Reprodução/Facebook
Xuxa posa com João de Deus em uma de suas visitas - Reprodução/Facebook

Nos últimos dias, um misto de espanto, decepção e revolta tomou conta do Brasil – e de outros países – após mais de 330 mulheres denunciarem o médium João de Deus por abuso sexual.  O estopim foi uma entrevista feita por Pedro Bial com um grupo de supostas vítimas de João Teixeira de Faria, 76 anos, que por mais de quatro décadas atendeu milhares de pessoas. 

Todas relataram ter sofrido violência sexual dentro da Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), onde o espírita fazia sessões de cura até ser preso no domingo, 16. Pelo mesmo lugar, considerado até aqui sagrado por multidões desesperadas em busca de tratamento físico, emocional e da alma.

Passaram, inclusive, personalidades como Shirley MacLaine, Giovanna Antonelli, Oprah Winfrey, Juliana Paes, Dilma Rousseff, Naomi Campbel, Claudia Raia, Marcos Mion, Camila Pitanga, Bárbara Paz, Luciana Gimenez, Ronaldo Fenômeno e Xuxa Meneghel. A apresentadora, aliás, chegou a pedir desculpas por ter, no passado, divulgado o nome do hoje investigado por inúmeras acusações de estupro. 

Como temos acompanhado, até mesmo uma das filhas do espírita afirmou ter sido violentada por ele na infância, durante anos. E a polícia investiga por meio de DNA se os dois herdeiros dela são (ou não) filhos biológicos do avô João. 

É uma calamidade ou não? Em depoimento ao Domingo Espetacular, da RecordTV, a mulher chamou o pai de “monstro”. O fato é: após a detenção, João segue jurando inocência. E uma das perguntas que fica é: por que as vítimas se calaram por tantos anos?

GRITO DE ALERTA
A maioria diz: ”por medo”! Afinal, João de Deus era um dos homens mais poderosos – e ricos – do Brasil. Tudo isso é legítimo, claro. E também uma reflexão: não se pode esperar para denunciar um abuso sexual. É necessário ir à delegacia (existem as especializadas) e registrar o crime para que a lei seja aplicada e até evitar que os bandidos sigam molestando mais pessoas. 

Se lá atrás, em Abadiânia, as primeiras jovens tivessem dado um grito de alerta, outras talvez não tivessem que carregar o mesmo trauma para o resto da vida. Sei que falar é fácil... Mas é preciso coragem! Beijos!

MÁRCIA PIOVESAN é jornalista multimídia, especialista e crítica de TV e celebridades. Também é radialista, influenciadora digital, participa de atrações como o A Tarde É Sua (RedeTV!) e dirige o portal de notícias que leva seu nome.