AnaMaria
Busca
Facebook AnaMariaTwitter AnaMariaInstagram AnaMariaYoutube AnaMariaTiktok AnaMariaSpotify AnaMaria
Últimas Notícias / Saúde infantil

Seu filho é muito baixinho? Entenda a deficiência do hormônio do crescimento

Saiba como a deficiência do hormônio do crescimento pode estar afetando a altura do seu filho

Ana Caroline Mota Publicado em 27/11/2019, às 08h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Entenda a deficiência do hormônio do crescimento - Banco de Imagem/Getty Images
Entenda a deficiência do hormônio do crescimento - Banco de Imagem/Getty Images

"Meu filho mais velho nasceu grande, com 52 cm e quase 5kg. Tanto que cresceu ouvindo 'você vai ser grande'. E até os 12 anos ele estava na média, mas aí parou de crescer", conta Sandra Riziolli sobre o filho, atualmente com 15.

Pedro sofria da deficiência do GH, o hormônio do crescimento. A situação, apesar de não ser difícil de encontrar no público infantil e infanto-juvenil, ainda é pouco divulgada. 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Ipsos Heahthcare, 94% das famílias entrevistadas que sofriam com o problema não sabiam o que é o distúrbio do crescimento. Além disso, quando tinham alguma ideia, a principal fonte de informação eram os sites de busca, seguido por médicos

"Fomos tardios porque nunca tinha ouvido falar sobre isso. A pediatra encaminhou para a endocrinologista, e eu fiquei com medo. Fizemos todos os exames e precisava usar o GH. Mas eu queria orientação, porque informação é tudo", explica. 

A mãe de Pedro conta ainda que a deficiência do hormônio do crescimento no adolescente o afetou porque ele tinha uma altura menor do que a dos amigos. "A autoestima foi lá embaixo, não saía do quarto e queria fazer de tudo pra crescer, até cirurgia."

TRATAMENTO

A boa notícia é que não é necessário tomar medidas tão radicais para cuidar do distúrbio, pois o tratamento injetável com o GH se mostra eficiente em casos como o do rapaz. Isso porque ele atua diretamente na cartilagem de crescimento que fica entre os ossos, existente até o fim do desenvolvimento puberal (em média 14-15 anos nas meninas e 16-17 nos meninos). 

"O hormônio do crescimento é indicado para crianças e adultos (desde que tenham comprovação de que sofrem uma deficiência), crianças pequenas sem a recuperação do canal familiar, crianças com baixa estatura ou com doença renal crônica", explica a endocrinologista pediátrica Bruna Tincani. 

O tratamento com GH é feito através de injeções diárias, aplicadas na hora de dormir, por via subcutânea (isto é, na gordura) nas coxas, braços, nádegas ou abdômen. Não existem preparações em formas de comprimidos, sprays, supositórios ou adesivos.

O valor do hormônio varia nas farmácias, mas o material com cinco doses pode ultrapassar R$ 1 mil. Vale ressaltar que o tratamento pode ser realizado no Sistema Único de Saúde, o SUS. Para isso, é preciso primeiro buscar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e depois ser encaminhado ao tratamento com especialista.

A médica afirma que existem fatores a serem avaliados quando se trata do crescimento, tais como dados de nascimento, altura dos pais (uma vez que a genética deve ser levada em conta), doenças associadas, alimentação, padrão de sono, além de atividades físicas. 

"A dica é que os pais fiquem atentos desde pequenos quanto a possíveis problemas de crescimento. Quanto mais cedo é feito o diagnóstico, mais rápido vamos tratar e mais centímetros essa criança vai ganhar", ressalta a médica.

SINAIS

A baixa estatura deve ser investigada quando o tamanho está abaixo da menor linha do gráfico de crescimento, quando a criança cresce menos que 4 centímetros por ano, 
condições predisponentes - como um tumor -, estatura abaixo da média do canal familiar (que possui um cálculo específico), e redução da velocidade do crescimento. 

Bruna garante que não existe nenhum método que certifique qual altura será alcançada no final do tratamento, mas explica que, se não tratada, a deficiência de GH pode aumentar, inclusive, o risco de problemas cardiovasculares. "Não é só estética, tem o risco de leucemia, mexe com colesterol, mexe com a proporção muscular", ressalta.

Além de Pedro, Sandra é mãe de Giovanna, de 12 anos, que apresentou o mesmo problema que o irmão. Ela ficou com a mesma altura por cerca de oito meses e, após ser diagnosticada, deverá iniciar o tratamento em breve. 

Desde que Pedro começou a injetar o GH, há dois anos, ele cresceu 20 centímetros. "Está feliz da vida. O objetivo dele é ser maior que o pai, que tem 1,81m de altura. Agora meu filho tem autoestima boa, faz exercícios, é outra pessoa", garante a mãe.