AnaMaria
Busca
Facebook AnaMariaTwitter AnaMariaInstagram AnaMariaYoutube AnaMariaTiktok AnaMariaSpotify AnaMaria

Stênio Garcia: entenda o que é septicemia, infecção generalizada que fez o ator ser internado

Infectologista explica se há conexão entre o procedimento estético feito em Stênio Garcia e sua internação 17 dias depois

Quadro de Stênio Garcia é uma resposta do organismo a uma infecção fora de controle - Foto: Reprodução/SBT
Quadro de Stênio Garcia é uma resposta do organismo a uma infecção fora de controle - Foto: Reprodução/SBT

Stênio Garcia foi internado neste sábado (01) em um hospital particular na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, com um quadro de septicemia aguda. Também conhecida como sepse, sépsis e infecção generalizada, é a resposta do organismo a uma infecção. O ator tem 91 anos.

Garcia foi internado apenas três semanas depois de revelar que fez uma harmonização facial. O resultado do procedimento estético chamou a atenção pelo aparente exagero e ficou entre os assuntos mais comentados das redes sociais.

A proximidade entre os eventos levantou dúvidas de uma possível conexão entre a harmonização e o quadro de septicemia. De acordo com o infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Julival Ribeiro, em entrevista ao Metrópoles, há a possibilidade de conexão, mas ela é baixa.

De acordo com ele, quadros de infecção não são comuns em procedimentos estéticos se comparados com ferimentos ou cirurgias. Ainda assim, há o risco de uma contaminação com origem neles - quando os produtos usados estavam contaminados ou o pós-operatório não tiver sido feito corretamente.

Como o quadro de Stênio Garcia é de manifestações de dores principalmente nas pernas, conforme noticiou sua assessoria, a chance de que os eventos estejam conectados no caso dele parecem baixas. O ator está consciente e respirando normalmente, sem máscara de oxigênio.

O QUE É SEPTICEMIA?

Toda vez que ocorre uma infecção —que pode ser uma simples gripe — o sistema de defesa de seu corpo entra em ação para combater a doença. Você, então, pode ter uma febre, sentir-se cansado. Em alguns dias, porém, se sente melhor e volta à sua rotina.

Entretanto, pode acontecer de essa resposta ser desregulada e, de alguma forma, ela passa a prejudicar o seu organismo. Na tentativa de atacar a infecção, o sistema imunológico faz com que ela saia de um local específico do corpo e se espalhe por ele todo e em última instância cause a falência de órgãos.

Algumas das infecções que podem levar à uma sepse são: Pneumonia, Infecção do Trato Urinário (bexiga, rins), Infecção Intestinal e Infecção de Pele. Qualquer pessoa pode ter sepse, mesmo as mais saudáveis.

Porém, ela é mais comum em recém-nascidos prematuros, idosos, pessoas com doenças crônicas (como diabetes) e pacientes imunodeprimidos (como os em tratamento de câncer ou com insuficiência cardíaca ou renal). 

QUAIS OS SINTOMAS DA SEPSE?

Como dito anteriormente, a sepse sempre aparece em decorrência de uma infecção de base. Isso significa que já existe uma doença em curso causada por vírus ou bactéria, com seus sintomas característicos, como mal-estar generalizado e retenção de urina, que logo podem ser notados porque não passam ou parecem se agravar. Todo sintoma que não passa deve ser avaliado por um médico. Como é uma situação de emergência, procure um pronto-socorro imediatamente.

COMO PREVENIR A SEPTICEMIA?

A OMS alerta que a maioria dos casos da síndrome pode ser evitada com cuidados simples, como lavar as mãos com água e sabão, manter a carteira de vacinação em dia e evitar o uso indiscriminado de antibióticos, pois segundo infectologistas, o antibiótico cria uma resistência bacteriana que pode limitar as possibilidades de tratamento.

FontesDenise Medeiros, médica intensivista, coordenadora da atenção médica do INI-Fio Cruz (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas-RJ); Luciano Cesar Pontes Azevedo, presidente do Ilas (Instituto Latino Americano de Sepse) e médico intensivista do Hospital Sírio Libanês (SP); Fabiano Ramos, médico infectologista, chefe do Serviço de Infectologia e de Controle de Infecção do Hospital São Lucas da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul); Viviane Maria de Carvalho Hessel Dias, médica infectologista, coordenadora do Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção do Hospital Marcelino Champagnat (Grupo Marista), presidente da Comissão Estadual do Controle de Infecção do Serviço de Saúde do Estado do Paraná.