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Comportamento / MATERNIDADE

Maternidade: Como lidar com as mudanças do corpo na gestação

Além das dores físicas, as mudanças do corpo na gestação podem causar impacto emocional; saiba como lidar

Além das dores físicas, as mudanças do corpo na gestação podem causar impacto emocional - Imagem │Freepik
Além das dores físicas, as mudanças do corpo na gestação podem causar impacto emocional - Imagem │Freepik

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por diversas mudanças: além da mais visível, como o crescimento da barriga, há o ganho de peso, aumento dos seios e inchaço das mãos ou dos pés. Em muitos casos, essas alterações acompanham sintomas como enjoos, azia, náuseas, dores de cabeça e muito sono.

Essas transformações demandam muito do corpo da mulher. Em meio ao turbilhão que acompanha a maternidade, como se adaptar emocionalmente às dores e mudanças do corpo na gestação?

AnaMaria conversou com a psicóloga especialista em saúde mental da mulher e parentalidade Katherine Sorroche, que destacou a importância do autoconhecimento na preparação para as mudanças do corpo na gestação

O NASCIMENTO DE UMA MÃE

Uma gravidez, por mais que tenha sido planejada e muito desejada, pode despertar dúvidas e receios quanto às transformações que acompanharão esse grande evento. Todas essas mudanças podem ser percebidas com sentimentos conflitantes de euforia e alegria, mas também de medo e insegurança. 

Com o passar dos meses pode surgir cansaço, falta de ar, desânimo e baixa energia — até mesmo para atividades cotidianas. Por isso é essencial o acompanhamento médico, com o uso das vitaminas e nutrientes. 

“Durante a gestação o corpo da mulher é muito demandado. Uma mulher com ferro baixo pode ter anemia, o que contribuiu para maior sensação de cansaço e falta de disposição.”, pontua Katharine. 

As mudanças do corpo na gestação representam que uma nova vida está se consolidando e que um novo papel vem sendo construído — o de mãe. Junto a isso, muitas mulheres se sentem estimuladas com a oportunidade do amadurecimento que vem com o processo da maternidade.

Nesse sentido, a especialista enfatiza a necessidade de acompanhamento profissional durante a gestação. “Gestantes com acompanhamento pré-natal psicológico tem a oportunidade de serem acolhidas em suas angústias e sentimentos ambivalentes desde o início da gravidez e a cada trimestre, tendo assim a possibilidade de fortalecer o vínculo mãe-bebê desde o início, além de revisitar a sua relação com o próprio corpo”, diz a psicóloga. 

Além das dores físicas, as mudanças do corpo na gestação podem causar impacto emocional;
Imagem│Freepik

No período perinatal — da gestação até um ano pós-parto — é vital ter apoio em muitas formas. 

Confira 5 dicas para preservar a saúde mental na gestação e no puerpério.

COMO LIDAR COM AS MUDANÇAS DO CORPO NA GESTAÇÃO

Lidar com as transformações do corpo é algo muito particular e varia de mulher para mulher. Isso porque a relação com o nosso corpo começa na infância, e ela dará base para a nossa autoestima e autoimagem. 

“Se é uma mulher que, por exemplo, sofreu na infância e adolescência com seu corpo e com sobrepeso, sendo alvo de críticas e brincadeiras, ou que ‘lutou com a balança’ por anos, pode ser que tenha mais dificuldade em elaborar as transformações que a gestação traz”, explica Katherine. 

A maternidade é uma construção: tornar-se mãe é um processo que começa no desejo de ter filhos e na concepção. Desde então, questões emocionais são profundamente mobilizadas diante da perspectiva de uma nova vida e de uma nova dinâmica familiar. 

A profissional ressalta que a abordagem do acompanhamento profissional tem o objetivo de revisitar questões emocionais passadas, e assim, fortalecer um novo ciclo que se inicia: “Através da psicoterapia perinatal ou do pré-natal psicológico temos a oportunidade de abordar essas questões mais profundamente e possibilitar à gestante elaborar as suas questões pessoais.”

“Dessa forma, é possível construir uma relação consciente com a vida que se apresenta — o bebê, e ir reconstruindo uma nova relação com o próprio corpo.”, complementa. 

Katherine lista os hábitos que ajudam a promover saúde emocional e bem-estar durante a gravidez: 

  • Psicoterapia perinatal ou pré-natal psicológico; 
  • Atividade física — respeitando a recomendação médica. Uma simples caminhada pode oferecer saúde emocional e o bem-estar;
  • Alimentação adequada;
  • Sono de qualidade;
  • Fortalecimento da parceria do casal.

COMO ALIVIAR DORES FÍSICAS

Vale lembrar, que durante a gravidez as mulheres também precisam lidar com as dores físicas — o que certamente também abalam o emocional. A fisioterapeuta Raquel Silvério, diretora clínica do Instituto Trata de Guarulhos, lembra que mais da metade das gestantes relatam dores pélvicas, segundo estimativa do âmbito da saúde, devido às centenas de mudanças do corpo na gestação.

“As dores no quadril na gravidez, também conhecidas como dor pélvica gestacional, podem ser causadas por diversos fatores, como o aumento de peso, postura inadequada, falta de fortalecimento muscular e sedentarismo”, resume a fisioterapeuta. 

Primeiro e mais importante, a paciente deve conversar com seu obstetra de confiança, para saber se está tudo bem com a gestação e avaliar se é uma gravidez normal ou de risco. “Isso é essencial, uma vez que gestações de alto risco necessitam de maior repouso e raramente recebem indicações de atividade física”, explica Raquel.

Em gestações consideradas normais, a especialista sugere caminhadas, pilates, hidroginástica ou fisioterapia, excelentes opções para relaxamento e também fortalecimento da musculatura lombar. Esses cuidados ajudam a minimizar as dores físicas causadas pelas mudanças do corpo na gestação e, consequentemente, trazem conforto durante esse período. 

Além das dores físicas, as mudanças do corpo na gestação podem causar impacto emocional;
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RELAÇÕES INTERPESSOAIS

É importante destacar que, dependendo de como a gestante elabora as mudanças físicas, isso pode interferir inclusive no vínculo com o bebê. “Sabemos que a partir do sexto mês o bebe é capaz de ouvir e degustar e, principalmente, de sentir e ter uma vida emocional ativa. As emoções do bebê dependem do que ele percebe de sua mãe”, pontua a especialista.  

“Portanto, alegria, prazer e boas expectativas contribuem significativamente para o desenvolvimento físico e emocional saudável do bebê, já padrões de sentimentos ansiosos ou depressivos podem ter impacto no vínculo mãe-bebê.”, explica Katherine.

A realidade é que a maternidade impulsiona mudanças muito profundas na vida da mulher. Se por um lado ela sente alegria e a potência de gerar uma vida, por outro há medo, insegurança e incertezas em relação ao futuro dos filhos e da própria individualidade. Essa complexa rede de sentimentos pode reviver as fragilidades emocionais.  

“Permitir-se a oportunidade de mergulhar nessas questões e atravessar esse período com o apoio profissional psicológico adequado, certamente irá contribuir muito para o fortalecimento emocional da gestante, contribuindo assim para todas as suas relações.”, finaliza a psicóloga. 

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