Se o crescimento não corresponde com a estatura dos pais, é importante procurar um especialista para investigar
Da Redação Publicado em 27/10/2022, às 08h00
Meu filho está crescendo normalmente? Essa é uma pergunta comum nos consultórios de endocrinologia pediátrica quando o assunto é o desenvolvimento das crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SPB), monitorar o crescimento é importante, pois é um dos indicadores de como está a saúde da criança. O acompanhamento deve começar na barriga da mãe, por meio da ultrassonografia. Após o nascimento, a altura e o peso da criança devem ser verificados pelo pediatra nas consultas de rotina até os 18 anos.
A pediatra Ludmila Pedrosa, especializada em endocrinologia pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que as causa mais comuns de baixa estatura variam muito com a idade. “Até 2 anos de vida, fatores nutricionais são muito importantes. Após isso, as causas pediátricas (não hormonais) continuam importantes, mas, os motivos endócrinos começam a ficar mais nítidos. De qualquer forma, antes de pensar em transtornos hormonais, devemos sempre descartar outras doenças gerais que podem causar distúrbios do crescimento, como problemas renais e doenças que prejudicam a absorção de nutrientes”, explica.
Alguns sinais podem ajudar os pais e cuidadores a identificarem que a criança tem problema de crescimento: a criança é menor entre os colegas da mesma idade (é importante lembrar que o crescimento não é igual para todos, podendo variar conforme a fase de vida), além de não “perder” roupas e sapatos.
Conforme a endocrinologista pediátrica, a média de velocidade de crescimento varia com a idade, sexo e puberdade. Ela destaque que, no primeiro ano de vida, é de 25 centímetros por ano. De 1 a 3 anos, 12,5 cm/ano. De 3 anos até a puberdade, por volta de 5 a 7 cm/ano. Na puberdade, as meninas crescem 8 a 10 cm/ano e os meninos, 10 a 12 cm/ano.
Assim, é possível calcular a altura alvo da criança, por meio de uma conta que avalia e ajuda a entender o padrão de crescimento da família. “Para meninos, somamos as alturas dos pais e acrescentamos 13cm. Após, é só dividir por 2. O alvo, gira em torno de 5 cm para mais ou para menos desse valor encontrado. Já para meninas, a conta é a mesma, mas subtraímos 13 cm”, afirma.
Entenda, porém, que a constatação ou confirmação do distúrbio no crescimento da criança deve ser feita por um especialista. Para auxiliar no diagnóstico são realizados exames de laboratório e testes específicos de crescimento, além de radiografias de mãos e punhos para avaliação da idade óssea, o que também ajudam a determinar a altura prevista para cada indivíduo em um determinado momento.
Entre as opções de tratamento, está a terapia hormonal. “O crescimento é um marcador importante da saúde da criança e do adolescente. É importante avaliar precocemente qualquer alteração de crescimento, para garantir diagnóstico e intervenção adequados, caso necessário”, finaliza Ludmila.
