Doutor Tontura esclarece mitos e verdades a respeito do mal que pode estar por trás de várias doenças
Tontura não é frescura e está longe de ser um problema apenas dos idosos, pois os sintomas estão por trás de 40 outras doenças sérias que podem ocorrer no labirinto, no nervo do labirinto e até mesmo no cérebro. Para acabar de vez com as dúvidas, o neurologista Saulo Nader, conhecido como Doutor Tontura, esclarece os mitos e verdades sobre esse mal.
Acompanhe esta lista de mitos e verdades.
Muitas doenças que geram a tontura podem ser diretamente influenciadas pelo emocional, ou seja, uma pessoa que geralmente vive tranquila, ao passar por um período de estresse ou conturbação pode desencadear a tontura. Uma das doenças que pode ter relação muito estreita com o emocional é a vertigem fóbica ou TPPP, caracterizada por uma tontura estranha, a qual a pessoa tem dificuldade de encontrar palavras para explicar o que está sentindo e caminhar. Os sintomas pioram em ambientes com muitas informações visuais, como shopping e mercado, gerando ansiedade, medo, receio, insegurança e tristeza em quem acaba se tornando refém da tontura. Embora aconteça muito, é uma doença pouco reconhecida.
Existem mais de 40 doenças que geram tontura - a labirintite é um termo que esconde diversos problemas. A principal questão é descobrir a causa da labirintite, pois para cada pessoa há abordagem de tratamento totalmente diferente.
Salvo exceções: uma coisa que não pode ocorrer é, a qualquer tontura, proibir o consumo de café, chocolate e doce, bem como outros alimentos. Isso não tem muito sentido, uma vez que são mais de 40 doenças que geram tontura. Portanto, seria irracional achar que todas piorariam com esses alimentos. Assim, além do incômodo da tontura, estaríamos, muitas vezes, gerando outro incômodo na vida da pessoa, que é proibi-la de comer coisas que gosta. O mais indicado é avaliar qual a causa da tontura, com o que de fato estamos lidando. Algumas doenças, sim, ‘pedem’ a proibição de alguns alimentos, mas varia de caso para caso. No geral, na maior parte das doenças, não há uma limitação tão grande na parte alimentar.
Embora não se entenda muito bem como, é comprovado estatisticamente que é mais fácil as mulheres terem tonturas do que os homens e, em especial, as que estão na idade fértil, ou seja, antes da menopausa, mostrando que, sim, tanto no labirinto quanto no próprio cérebro os hormônios femininos teriam alguma influência. Muitas delas também relatam que apresentam uma piora nos quadros de tontura no período pré-menstrual e menstrual, mostrando que há uma relação entre o ciclo menstrual com seus picos hormonais conturbados que a mulher está. Outras também comentam sobre uma piora no climatério, que é a fase da transição entre a idade fértil e a menopausa. Nesse período de transição pode ser visto como turbulento do ponto de vista hormonal, e muitas mulheres acabam sentindo uma piora na tontura nesse período.
A tontura funciona como um sinal de alarme para o seu corpo, mostrando que algo não está bem, e essa coisa que não está bem pode ser no sistema circulatório, na pressão (chamada de tontura de origem cardiológica), caracterizada por um mal-estar, peso e pressão na cabeça, além de sensação de corpo ruim. Isso pode ocorrer na pressão alta, bem como na queda de pressão, chamada de lipotimia, que é caracterizada pela sensação de quase desmaio.
Em algumas pessoas, problemas gastrointestinais podem ser o gerador de tontura. Por exemplo, em pessoas que sofrem com gastrite ou refluxo e não sabem, elas podem sentir tontura. Claro que outras causas devem que ser descartadas para afirmar que a origem é um problema no estômago, porém isso poderia ocorrer.
Muitas vezes, associamos a tontura como um problema de idosos, mas isso está errado, pois o pico de incidência das doenças que causam tontura é entre 40 e 60 anos, mas pode acontecer em qualquer idade, inclusive em adolescentes e crianças. Por sorte, em crianças é bem mais raro do que no adulto.
