Deborah Secco é adepta da prática; entenda o que é pompoarismo e quais são os benefícios relacionados à técnica
A técnica oriental batizada de pompoarismo voltou a estar em alta na última semana. Isso porque Deborah Secco, durante sua participação no programa ‘Surubaum’, comandado por Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, revelou ser adepta da técnica há anos. “Fiz aula de pompoarismo por muito tempo, e eu consigo gozar sem encostar em mim. Arremesso bolinhas de ping-pong, fumo cigarro”, disse a atriz de 44 anos.
Mas o que é pompoarismo? A técnica, que vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil, tem o objetivo de aumentar o prazer sexual por meio de manobras específicas que utilizam os com os músculos do assoalho pélvico.
AnaMaria conversou com Débora Pádua, fisioterapeuta pélvica e sexóloga, e com Natalia Castro, ginecologista e obstetra pela Febrasgo, para entender o que é pompoarismo, e quais são os possíveis benefícios e riscos associados à prática.
Em primeiro lugar, precisamos separar o pompoarismo como forma de exibição, da prática que promove a saúde feminina. No oriente, são comuns shows onde mulheres utilizam a técnica para atirar bolinhas de ping-pong, cortar bananas, assoprar velas, entre outras manobras, como parte do universo cultural de cada região.
Contudo, conforme explica Débora Pádua, o pompoarismo pode ser muito benéfico aos músculos, dando maior sustentação aos órgãos pélvicos, melhorando a função, coordenação, circulação — e também o prazer.
O pompoarismo basicamente utiliza contrações para o fortalecimento da musculatura pélvica: “O assoalho pélvico é um grupo muscular que contém pelo menos 13 músculos. Essa musculatura atua na retenção de urina, gases, fezes e também tem função sexual. Quando exercitamos esses músculos existe uma melhora da circulação e sensibilidade.”, detalha a fisioterapeuta.
“Há também a mudança na percepção de toda a relação sexual. O pompoarismo pode ajudar bastante na dificuldade em sentir prazer na penetração”, completa.
Segundo a ginecologista Natália Castro, o pompoarismo traz consciência corporal e melhora de possíveis alterações anatômicas ou disfunções fisiológicas. Mas os benefícios vão além: “A técnica traz empoderamento, interferindo positivamente na libido feminina”, acrescenta a profissional.
O pompoarismo pode ainda ser recomendado como tratamento de condições clínicas, como a distopia genital, incontinência urinária, melhora de cicatriz com fibrose de laceração prévia, vaginismo, e vulvodínia.
O pompoarismo também pode ser determinante na melhora do preparo do assoalho pélvico, diminuindo consideravelmente a chance de necessidade episiotomia — o corte realizado entre a vagina e o ânus quando a cabeça do bebê está saindo no momento do parto vaginal.
Independentemente da via de parto, a prática pode prevenir a incontinência urinária e recuperação do canal de parto no pós-parto.
Débora diz que, de forma geral, todas podem se beneficiar do pompoarismo. Porém, para mulheres que têm histórico de prolapso, queda de bexiga ou dor na relação sexual, as manobras não são recomendáveis.
“As técnicas devem ser orientadas por profissionais da saúde devidamente certificados pela sociedade a que pertencem, como os fisioterapeutas pélvicos ou capacitados para praticar o pompoarismo.”, salienta Natália.
Vale lembrar, que o uso de objetos e manipulação do órgão genital feminino deve sempre respeitar os códigos de higienização básicos, e quando necessário o uso de lubrificação local complementar, este deve ser feito por um veículo sem cheiro e sem cor à base de água.
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“Quando a mulher apresenta dor, aumento de perda urinária, gases ou fezes, sente a sensação de peso abdominal ou percebe que algo está diferente na entrada do canal vaginal, é necessário procurar um ginecologista e evitar o pompoarismo sem o devido auxílio profissional”, destaca a fisioterapeuta.
“Como qualquer parte do corpo, quando desejamos iniciar uma atividade física temos que estar cientes que tudo está bem naquela região do corpo antes de iniciar uma nova prática”, alerta Débora.
Para praticar pompoarismo com segurança é necessário a avaliação de uma profissional, que determinará se existem lesões, disfunções ou contra indicações para este tipo de treino.
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