AnaMaria
Busca
Facebook AnaMariaTwitter AnaMariaInstagram AnaMariaYoutube AnaMariaTiktok AnaMariaSpotify AnaMaria
Famosos / Exclusiva

"Estou realizando um sonho em dose dupla", diz Dalton Vigh sobre paternidade

Interprete de personagens icônicos da TV, como o Said Rachid de 'O Clone', Dalton Vigh fala sobre paternidade e carreira

Karla Precioso

por Karla Precioso

kprecioso@editoracaras.com.br

Publicado em 09/09/2023, às 08h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Dalton Vigh sobre paternidade: "Estou realizando um sonho em dose dupla" - Michael Willians
Dalton Vigh sobre paternidade: "Estou realizando um sonho em dose dupla" - Michael Willians

O semblante sério dura pouco. Basta Dalton Vigh falar sobre a carreira, o avançar do tempo e, em especial, os filhos, e o sorriso logo estampa seu rosto. "Sempre que me perguntavam sobre o assunto, eu costumava dizer que não queria ter filhos, e sim que eu queria era ser pai – o que, na minha visão, são coisas bem distintas. Então, estou realizando um sonho em dose dupla", conta o ator, que tem uma extensa carreira na TV e, mais recentemente, pode ser visto em 'Poliana Moça'.

Sobre os gêmeos Arthur e David, Dalton Vigh se diverte: “De sério, só tenho a aparência mesmo. Sempre brinquei com eles. Quando eram bebês, no cercadinho. Quando começaram a andar, brincávamos de pega-pega na sala. Depois, veio a fase de super-heróis, e eu era o vilão, ‘apanhava’ sempre [risos]”.

Preocupado com os filhos, e questionado sobre a esperança de um futuro melhor, o ator é certeiro: “Acredito que muito do que estamos vivendo possa ser fruto de um tipo de educação que não tem em vista a harmonia no convívio em sociedade. Acredito também que a única forma de mudarmos o mundo é por meio da consciência das pessoas, e a única forma de alguém estabelecer a consciência é por intermédio da educação, tanto na escola quanto em casa”. Leia a entrevista completa!

Você se tornou pai depois dos 50 anos... A paternidade ‘tardia’ foi uma decisão pensada?

Não, na verdade, eu já nem contava mais com isso, e aí tudo mudou... E me tornei pai já com idade para ser avô [risos]. E como é encarar esse papel nessa altura da vida e em dose dupla? Sempre que me perguntavam sobre filhos, eu costumava dizer que não queria ter filhos, e sim que eu queria era ser pai – o que, na minha visão, são coisas bem distintas. Então, estou realizando um sonho em dose dupla.

Aliás, o que melhora e o que piora depois dos 50 anos?

O que melhora é a capacidade de reflexão, de olhar para trás, perceber os erros e enxergar formas de não repeti-los, mas também de reconhecer os acertos e ampliar esse caminho. Já o que piora é o fôlego...

Acredita que a sabedoria que a idade traz ajuda na educação dos meninos?

Acho que toda sabedoria usada visando ao crescimento e desenvolvimento de alguém é um gesto de amor e sempre será benéfica. E a idade, que por si só nos traz experiência, só auxilia no processo.

Apesar da aparência séria, se considera um pai brincalhão?

De sério, só tenho a aparência mesmo. Sempre brinquei com eles. Quando eram bebês, era no cercadinho. Quando começaram a andar, brincávamos de pega-pega na sala. Depois, veio a fase de super-heróis, e eu era o vilão, ‘apanhava’ sempre [risos]. Agora, estamos na fase do futebol, pois ficaram fanáticos depois da Copa do Mundo. Nem penso muito quando chegarem na adolescência, para não começar a ficar neurótico. Prefiro esperar chegar essa tão temida fase [risos] e deixar para me preocupar com isso na hora, se for o caso.

Você faz questão de curtir sua intimidade longe dos holofotes, evitando se expor (e especialmente expor as crianças), ficando fora das redes sociais o máximo possível. Essa é uma maneira de ‘proteger’ seus filhos?

Não, essa é a maneira que sempre fui. Eu não tenho por hábito ficar tirando fotos e confesso que nem sempre lembro de registrar nossos momentos juntos. Quando vi, fomos a um parque ou a um passeio e não tirei nenhuma foto, aliás, é uma vergonha isso...

Antes de se tornar pai, em entrevista, você disse: “Não pretendo ser muito cuidadoso, porque criança precisa caminhar com as próprias pernas, descobrir o mundo”. E, agora, o pensamento segue o mesmo?

Na verdade, quis dizer que não pretendia ser “excessivamente” cuidadoso. Eu dou toda a liberdade para eles escolherem o que vão fazer, mas sempre alerto sobre o que pode acontecer em decorrência da escolha de cada um, para que fiquem atentos e não corram riscos desnecessários, como quando vamos andar de bicicleta nos parques, por exemplo. Mas o pensamento continua o mesmo, afinal, acho que a obrigação dos pais é oferecer os meios necessários para que os filhos possam se desenvolver plenamente e, assim, seguir seus próprios caminhos na vida.

Você acredita que os filhos representam uma esperança de mudança para um futuro melhor?

Com certeza! Acredito ainda que muito do que estamos vivendo no mundo nesse momento possa ser fruto de um tipo de educação que não tem em vista a harmonia no convívio em sociedade. Estamos vivendo uma época de fortalecimento de ego, principalmente por causa do tal ‘vício’ pelas redes sócias
– aliás, pelo simples fato de ser um vício, não tem como ser benéfico, né? Acredito também que a única forma de mudarmos o mundo é por meio da consciência das pessoas, e a única forma  de alguém estabelecer uma consciência é por intermédio da educação, tanto na escola quanto em casa.

Você é considerado um galã... É vaidoso? Envelhecer o assusta?

Bom, de acordo com os padrões atuais de cuidados com beleza, sou o básico do básico. Faço a barba
no banho sem espuma de barbear, não uso creme para o cabelo e nem para o rosto, e muito menos para o corpo. Não faço sobrancelha... Uso só um xampu anticaspa, sabonete em barra e um desodorante ou colônia, e só! Quanto a envelhecer, isso é parte da vida e, na minha opinião, um dos
aprendizados que devemos entender nessa existência é aceitar o que é inevitável. Então, assustar, não assusta, só enche o saco mesmo [risos].

Como foi dar vida a um personagem tão marcante, como o Otto, de Poliana, no SBT?

Foi muito legal, não só pelo personagem e pela sua evolução na história, mas também pelo clima familiar e bem-humorado das gravações, afinal a molecada sempre trazia sua luz e energia para o set e acabava sendo contagiante. Dei muitas risadas nas gravações e nos bastidores. E a paternidade contribuiu para a minha interpretação, pois fica muito mais fácil se colocar no lugar do personagem
quando você consegue entender o que aquele sentimento significa na vida real.

Ao longo de sua carreira, podemos dizer que foram poucos os trabalhos direcionados ao público infantojuvenil. Qual a recepção deles com você a partir da exibição de Poliana?

Foi sempre e ainda tem sido uma recepção calorosa, genuína e pura. O retorno do público infantil é diferente porque mexe com a fantasia das crianças. A surpresa que eles demonstram é também
acompanhada da curiosidade sobre como é possível que aquela pessoa ‘dentro’ da TV esteja ali
na frente deles [risos].

Depois de quatro anos dedicados a tramas infantis/juvenis, você partiu para uma produção dramática: Não Foi Minha Culpa, da Star+. E a violência contra a mulher é o tema que permeia os episódios da série...

Acredito que parte da função da arte em geral é fazer as pessoas pensarem, refletirem sobre a vida, sobre si e sobre seus atos. E aplaudo toda iniciativa que faça soar alertas para que haja um “despertar da consciência” sobre todo o tipo de comportamento que reflita hábitos, pensamentos e opiniões que não deveriam ter mais espaço na nossa sociedade, nesse nosso tempo atual. Então, participar de um projeto como esse é uma honra e privilégio.

Agora, nos conte sobre seus projetos atuais...

Gravei As Aventuras de Poliana - O Filme, que ainda será lançado, e a terceira temporada de Dom, sucesso do Prime Video. Por enquanto, é o que já posso confirmar...