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Novelas / NOVA NOVELA DAS SETE

'Vai na Fé' empolga em estreia com referências populares e contraste social

O primeiro capítulo de 'Vai na Fé', a nova novela da Globo, foi marcado por dificuldades financeiras e a "fé" em um mundo melhor

Arthur Pazin

por Arthur Pazin

apazin_colab@caras.com.br

Publicado em 16/01/2023, às 20h51 - Atualizado em 17/01/2023, às 11h41

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Sol (Sheron Menezzes) em 'Vai na Fé'; protagonista se apresentou como moça cristã e batalhadora do subúrbio carioca - Reprodução/Globo
Sol (Sheron Menezzes) em 'Vai na Fé'; protagonista se apresentou como moça cristã e batalhadora do subúrbio carioca - Reprodução/Globo

'Vai na Fé' teve o primeiro capítulo exibido na noite desta segunda-feira (16), na Globo. A nova novela das sete da emissora carioca empolgou em sua estreia ao levar ao ar diversas referências populares, tanto na ficção como na apresentação do elenco, em uma história marcada pelo contraste social.

Desde a primeira chamada, a trama de Rosane Svartman anunciava cumprir uma receita já testada pela autora em outros trabalhos, como 'Totalmente Demais' (2015) e 'Bom Sucesso' (2019): o retrato de dois mundos completamente opostos.

Já no início do capítulo, a mocinha Sol (Sheron Menezzes) surgiu vendendo suas "quentinhas" enquanto se lembrava de seu passado como cantora. Para acompanhar a cena da batalha da suburbana carioca, a autora se valeu de ingredientes bem temperados, acompanhados principalmente de referências populares, como a canção 'Glamurosa', hit Funk de MC Marcinho, dos anos 2000, e paródias em cima de outros sucessos, como 'Nosso Sonho', de Buchecha, e 'Morro do Dendê', de Menor do Chapa.

Em casa, Sol se mostrou, assim como Paloma (Grazi Massafera) protagonista do último folhetim de Rosane,  uma tremenda "mãezona" ao conciliar as dificuldades da vida com o afeto materno oferecido a Jenifer, interpretada por Bella Campos, que há pouco tempo impressionou o telespectasdor brasileiro ao encarnar Muda no remake de 'Pantanal' (2022).

As referências também passearam pela apresentação de Lumiar (Carolina Dieckmann). Além do retorno da própria atriz, afastada das novelas desde 'O Sétimo Guardião' (2018), o público pôde rever William (Diego Montez), hilário personagem de 'Bom Sucesso', e Alexia Máximo (Deborah Secco), protagonista de 'Salve-se Quem Puder' (2019), em uma participação na novela, com temática social, ao discutir violência contra a mulher.

Alexia (Deborah Secco) em 'Vai na Fé'
Alexia (Deborah Secco) em 'Vai na Fé' (Foto: Reprodução/Globo)

DOIS MUNDOS

Enquanto Sol se queixava com sua mãe, Marlene (Elisa Lucinda), sobre a falta de dinheiro para pagar energia de sua residência no bairro de Piedade, o núcleo da Zona Sul carioca se esbaldava, em meio a um banquete com direito a bolos confeitados e brinde com champanhe.

O mundo distante da realidade de Sol, entretanto, foi apresentado longe da caricatura de universos antagônicos, com direito inclusive a lembranças de quando Benjamin (Samuel de Assis) pertencia ao universo musical, como a mocinha.

O contraste entre os dois mundos também se fez presente na ida de Jenifer ao primeiro dia de aula da universidade, quando a jovem, que em cenas anteriores surgia diante de personagens com características do subúrbio, se viu um peixe fora d'água em meio a apresentações recheadas de sobrenomes e classismos. 

O clima foi quebrado quando Jenifer conheceu colegas que também chegaram até a universidade graças ao Prouni: Isabela (Clara Serrão) e Yuri, vivido por Jean Paulo Campos, o Cirilo do remake de 'Carrossel' (2012). Em um real recorte da realidade de contraste social em ambientes escolares, Jenifer Yuri viveram, já de cara, um choque ao se deparar com o núcleo da turma da influenciadora Guiga (Mel Maia).

Alunos do Prouni em 'Vai na Fé'
Isabela (Clara Serrão), Jenifer (Bella Campos) e Yuri (Jean Paul Campos) em 'Vai na Fé' (Foto: Reprodução/Globo)

FÉ COM NATURALIDADE

Diferente de outras obras da teledramaturgia da casa, em que o universo da fé foi abordado em meio a críticas e de maneira caricata, 'Vai na Fé' mostrou o cotidiano de Sol e sua família fora dos perrengues em um momento, literalmente, de "fé".

A protagonista e os familiares surgiram em meio a um culto em uma igreja da Zona Norte carioca, com direito, inclusive, de conversa de orientação com o pastor e presença da Bíblia Sagrada, ilustrando a realidade de milhares de famílias brasileiras, sem usar do espaço da ficção para se bombardear, de cara, com críticas à religião.

Com o fim do culto, Sol retornava, então, a sua rotina de batalha e em uma entrega de marmitas reviveu o passado ao reencontrar a oportunidade de voltar a ser uma dançarina, enquanto o telespectador, que já colecionava uma fileira e tanto de referências, ganhava a chegada na novela de Wilma (Renata Sorrah) e Lorenzo (José Loreto), um cantor decadente na trama, que mesmo sem decolar na carreira na história, deixou um "gostinho" de que cairá no gosto do público.