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O lado bom da raiva

Livro mostra como é possível usar um sentimento que gera tanto conflito para fazer o bem

Izabel Duva Rapoport Publicado em 14/06/2018, às 17h57 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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O lado bom da raiva - iSTOCK
O lado bom da raiva - iSTOCK

Que a minha mãe não me escute, mas, lá em casa, nos anos 90, era uma bagunça só. Éramos quatro irmãos. Minha mãe liderava a casa e meu pai trabalhava fora. Um dia, ele chegou triste com o trabalho e, sem pensar, falou que só ele sustentava a família. Minha mãe ferveu de raiva e se viu diante de três caminhos: explodir de fúria, se ressentir e voltar à rotina ou compreender a situação e crescer com o aprendizado. Impulsionada pela raiva, ela foi capaz de transformar seu conflito em algo positivo e, de aluna de pintura, virou professora. Aos 45 anos, Lalá percebeu que era mais forte do que pensava. E meu pai também.

Somos mais fortes do que pensamos

Quem nunca se sentiu mais autoconfiante e feliz ao resolver um problema que, antes, o aborrecia? Conquistas assim nos mostram que as frustrações que temos de enfrentar na vida não são em vão. No livro A Virtude da Raiva – E outras Lições Espirituais do Meu Avô Mahatma Gandhi (Editora Sextante), o autor Arun Gandhi, neto do mestre pacifista, diz que a mudança começa em casa, em nós. Com eles, temos muito a aprender:

1 Use a raiva para o bem A raiva é para as pessoas como o combustível é para o automóvel. Ela nos dá energia para seguir em frente e chegar a um lugar melhor. Nos estimula a definir o que é justo e o que não é.

2 Não tenha medo de expressar a sua opinião, mas fale pouco Um “não” dito com convicção profunda é melhor do que um “sim” dito apenas para agradar ou, pior, para evitar problemas.

3 Aprecie a solidão No mundo agitado em que vivemos, é fundamental encontrar o próprio refúgio. Não precisa ser sofisticado. Uma hora no seu quarto sem distrações ou anotando pensamentos na cama já será suficiente.

4 Conheça o seu valor Às vezes nos preocupamos, achando que outras pessoas são melhores do que nós, e nos esquecemos de ver o que nos faz ter valor para o mundo.

5 Mentiras levam a mais mentiras Na hora, a mentira sempre parece ser a saída mais fácil, mas, quando mentimos para os outros, mentimos para nós também.

6 O desperdício é uma violência Quando consumimos as coisas em excesso, tornamos a vida mais escassa para os outros. Isso perpetua a pobreza, o que é uma violência contra a humanidade.

7 Eduque seus filhos sem violência Não podemos culpar as crianças por serem cruéis e indiferentes se não mostramos a elas os valores positivos.

8 Humildade é força Cada pessoa é importante e contribui para o todo. Ninguém é indispensável.

9 Os cinco pilares da não violência Essa prática segue cinco princípios básicos: respeito, compreensão, aceitação, apreciação e compaixão. “Conduza o mundo através do amor, não do medo.”

10 Perdão é mais forte que castigo É preciso redefinir a justiça. Nosso objetivo após uma tragédia devia ser compreender como podemos melhorar dali em diante e não provar que podemos afundar mais ainda em violência e vingança. “Olho por olho, e o mundo acabará cego.”

Os Sete Pecados Sociais, por Mahatma Gandhi:

1. Riqueza sem trabalho

2. Prazer sem consciência

3. Comércio sem moral

4. Ciência sem humanidade

5. Conhecimento sem caráter

6. Devoção sem sacrifício (não de animais, mas de riqueza)

7. Política sem princípios E, recentemente, Arun acrescentou o oitavo:

8. Direitos sem responsabilidades