Diabetes pode acontecer com qualquer um. - Unsplash
Saúde

Diabetes pode acontecer com qualquer um! Saiba como detectar a doença

Endocrinologistas mapeiamdiabetes e dão o caminho para captar um eventual diagnóstico precoce

Da redação Publicado em 14/11/2023, às 11h03

No imaginário coletivo, a diabetes pode parecer uma doença restrita a quem tem histórico familiar ou um quadro muito específico. Não é bem assim. E as pessoas estão manifestando a doença cada vez mais cedo. Endocrinologistas mapeiam a condição e dão o caminho para captar um eventual diagnóstico precoce.

Nesta terça-feira, 14 de novembro, celebra-se o Dia Mundial do Combate ao Diabetes, uma doença que deve impactar 1,5 bilhão de pessoas até 2050, segundo a revista científica Lancet. Quem não tem diabéticos na família pode até pensar que está livre de adquirir a doença, mas fatores como hábitos alimentares não saudáveis, sedentarismo, excesso de peso e um dia a dia estressante têm gerado diagnósticos cada vez mais cedo - até mesmo em crianças.

A endocrinologista e metabologista Isis Toledo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), lembra, por exemplo, que a American Diabetes Association (ADA) recomenda que as pessoas comecem o rastreio do diabetes aos 35 anos. "Principalmente quem está com excesso de peso e tem fatores de risco adicionais", complementa a médica.

No geral, segundo ela, o diabetes tipo 1, a versão autoimune da doença, pode ter início em qualquer idade, mas geralmente se manifesta durante a infância ou adolescência. O diabetes tipo 2, mais comum, pode se desenvolver em qualquer idade, com maior incidência em pessoas com mais de 40 anos. "O DM2 está frequentemente associado à obesidade e ao envelhecimento", informa a médica.

Diagnóstico: quanto antes, melhor

Na intenção de rastrear um possível início de diabetes, a Dra. Isis indica que as pessoas não hesitem em fazer testes, caso observem sintomas parecidos com os iniciais do diabetes. "Esses sintomas nem sempre são fáceis de perceber e podem se desenvolver tão lentamente, que a pessoa pode ter diabetes tipo 2 durante anos, antes de ser diagnosticada", alerta. O quadro a ser observado, segundo a Dra. Isis, envolve:

"O reconhecimento de possíveis sintomas do diabetes pode levar ao diagnóstico e tratamento precoces. Isso pode ajudar a prevenir complicações e levar a uma melhor condição de saúde", diz a médica.

A visão da também endocrinologista e metabologista Thais Mussi corrobora com a detecção precoce, comentada por Isis. "O primeiro motivo de estarmos atentos a esse diagnóstico é poder dar início ao acompanhamento e tratamento o quanto antes, já que se trata de uma doença de alta morbidade e mortalidade", alarma a médica.

Com o diagnóstico precoce, ela entende que se previnem complicações futuras envolvendo problemas de visão, doenças renais, efeitos nos nervos periféricos - o que acarreta os chamados "pés diabéticos"- e até cetoacidose diabética. "Este último é mais comum no diabetes tipo 1. É um processo bastante complexo, mas, resumidamente, é uma espécie de acidez anormal no sangue, que causa vômitos, náuseas, dor no abdômen e até uma modificação no hálito", informa a Thais.

Métodos de detecção do diabetes

"Quando falamos em diagnóstico (e mesmo durante o tratamento), nenhum exame é tão importante quanto o de glicemia em jejum, que é um exame laboratorial, de sangue, simples de fazer", afirma Thais.

Para confirmar o diagnóstico, ela cita como comuns também o exame de hemoglobina glicada e o teste de tolerância à glicose. "Mas o mais importante é entender que o diabetes pode ser rapidamente identificado se a pessoa fizer um acompanhamento médico rotineiro, repetindo os exames sempre que solicitado por seu médico", orienta a profissional.

Thais Mussi detalha que, em pacientes que não apresentam sintomas, há um processo a ser seguido. "É recomendado utilizar como critério de diagnóstico glicemia plasmática de jejum maior ou igual a 126 mg/dl, a glicemia duas horas após uma sobrecarga de 75 g de glicose igual ou superior a 200 mg/dl ou a HbA1c maior ou igual a 6,5%. É necessário que dois exames estejam alterados. Se somente um exame estiver alterado, ele deverá ser repetido para confirmação", explica a endocrinologista.

Os sintomas e suas razões

A seguir, Isis aprofunda a característica e as razões que desencadeiam certos sintomas do diabetes

Remissão é uma possibilidade no tipo 2

O diabetes é uma doença crônica e, portanto, incurável. Mas, em alguns casos, sua remissão é uma possibilidade, segundo a Dra. Thais. "A remissão é quando a doença está silenciada. Ou seja, o paciente, mesmo sem tomar os medicamentos, não tem sinal, sintoma ou alteração laboratorial que indique o desenvolvimento da doença", explica ela. A remissão, contudo, não representa cura, já que na retomada de hábitos que "acordam" a doença, o paciente voltará a apresentar o diabetes.

Para atingir o estágio de remissão, o ideal, segundo a Thais, é que o paciente foque em perder peso de forma saudável, nutrindo bons hábitos, como alimentação balanceada e prática de exercícios físicos. "Alguns estudos recentes apontam que, em pacientes com menos de 6 anos de doença, dietas de baixa calorias por três meses, acompanhadas de uma reintrodução calórica progressiva e uma fase de acompanhamento de manutenção de peso perdido, podem fazer o paciente atingir o estágio de remissão sem a necessidade de medicamentos", exemplifica a especialista, a reforçar que qualquer medida de cuidado deve ser orientada por médicos especialistas.

A notícia é boa, mas engloba apenas pacientes com diabetes tipo 2, já que no tipo 1, como explica Thais, "o corpo trabalha contra si próprio, atacando as células beta, tornando impossível chegar à remissão". Ela conta que existem estudos com células-tronco em andamento, mas ainda estão em fase inicial.

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