Especialista explica quando a internação psiquiátrica é necessária para tratar a depressão
Da Redação Publicado em 15/12/2019, às 15h00
A internação psiquiátrica deve ser o último recurso sempre, pois o paciente fica melhor em casa, com a família e vivendo em sociedade. Mas, em alguns casos, é necessária. Todo tratamento psiquiátrico precisa ser efetivo.
Não apenas tratar o paciente, como também protegê-lo e reintegrá-lo ao convívio social e familiar. Para tanto, criou-se uma modalidade de tratamento chamado de hospital-dia. A pessoa vai à clínica e ao hospital psiquiátricos para receber o tratamento e, ao final do dia, retorna para casa.
Mas há situações que requerem a internação clássica, por períodos maiores. A regra mais importante é proteger o indivíduo que perdeu sua autonomia, o contato com a realidade e pode representar riscos para si ou para as pessoas próximas em função do transtorno mental (aqui, o risco de suicídio é grande e, portanto, indica-se a internação clássica).
Casos de depressão com surto psicótico, quadros de muita agitação, euforia demasiada, aceleração de pensamentos e inadequação social também costumam requerer a internação psiquiátrica.
O tratamento dado no hospital ou clínica pode ser o mesmo que o paciente terá ao sair, mas nesse caso haverá o acolhimento de uma equipe multiprofissional alinhada e de um ambiente mais protegido para controlar sua condição.
Quando o paciente não consegue controlar o uso de álcool e drogas, a internação também é indicada, com tratamento incluindo o uso de medicamentos até que os objetivos da desintoxicação e prevenção dos males da abstinência sejam atingidos.
A luta contra a dependência dessas substâncias continuará sempre, porém a internação de duas a quatro semanas já terá ajudado a sair desse período tão perigoso para o indivíduo.
Depressão tem cura. Precisamos acabar com o preconceito e não temer busca por ajuda. O estigma somos nós, seres humanos, que criamos. Cabe a nós acabarmos com ele.
LUIZ SCOCCA é psiquiatra com mais de 20 anos de atendimento em consultório próprio, além da participação em grupos de estudo, congressos e projetos sociais. Formado pela USP e membro das associações brasileira e americana de psiquiatria: ABP e APA.
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