O transtorno, que não é facilmente detectável, é capaz de acabar com a essência da criança e destruir o laço familiar. Fique esperta!
Júlia Arbex Publicado em 25/12/2017, às 16h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45
O termo “narcisista” é derivado de Narciso, que, segundo a mitologia grega, era um belo jovem que despertou o interesse da ninfa Eco. Mas ele rejeitou esse amor e, por isso, foi condenado a apaixonar-se pela sua própria imagem refletida na água. Narciso não aguentou e acabou cometendo suicídio. Posteriormente, a Mãe Terra o converteu em uma flor (narciso). “Ele morre porque olha só para si mesmo. E é esse o
perigo de quem dedica a vida para satisfazer somente seus próprios desejos”, diz Mario Louzã, psiquiatra e membro do Instituto de
Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Mas o que acontece com o filho que tem a mãe ou pai narcisista?
O narcisismo
Assim como Freud, o pai da psicanálise, o psicanalista Rodrigo Buoro acredita que todos nós somos um pouquinho narcisistas. “Mas aquele que precisa de ajuda é quem admira exageradamente sua própria imagem e nutre uma paixão excessiva por si mesmo”, explica a coach e psicóloga Isabela Cotian. A causa desse transtorno de personalidade ainda é desconhecida, mas especialistas do ramo da saúde mental acreditam que resulta de uma combinação de fatores como, por exemplo, do ambiente em que o indivíduo vive e das relações que possui. Veja se é o caso na sua família.
As características
◗ Só tratam bem o filho quando precisam de algo.
◗ O filho não tem voz. Valem somente as vontades e os interesses da mãe ou pai.
◗ Na frente dos outros agem normalmente, mas a sós, com o filho, são amargos, frios, inacessíveis e desinteressados.
◗ Mentem sobretudo para acobertar os próprios ataques verbais e, claro, para manter uma imagem de superioridade e perfeição.
◗ Tendem a questionar, invalidar, desvalorizar e a descartar os talentos e conquistas do filho.
◗ Sentem-se incapazes, não permitem ajuda dos filhos.
◗ Estão sempre envolvidos nos dramas da família. Mas são os “injustiçados” ou as “vítimas”.
◗ Abusam do filho por meio de palavras, fazendo com que ele se sinta pequeno, sozinho, inseguro e depreciado.
◗ O filho sabe que não pode contar com a mãe ou o pai para apoio emocional, afetivo, psicológico e financeiro.
◗ São obcecados pela própria imagem. Para eles, é muito mais importante parecer do que se sentir bem.
E como é que ficam as crianças?
“Os pais narcisistas prejudicam seus filhos em todas as esferas da vida. A criança nasce sem ser amada e cresce convivendo com repetidas humilhações, ataques à autoestima e agressões verbais e até mesmo físicas”, diz Buoro. No caso de pais narcisistas com mais de um filho,
existe a tendência de colocar um deles como o “menino de ouro” e o restante como ovelhas negras. “Normalmente, os ‘filhos-exemplo’ repetem o padrão dos pais e se tornam narcisistas”, afirma Isabela. E quando a mãe narcisista tem uma filha, a situação tende a ser pior. Quando a menina entra na puberdade, a mãe a enxerga como uma rival.
Diagnóstico do transtorno
Para saber se você ou seu companheiro tem transtorno de personalidade narcisista, é preciso detectar ao menos cinco das características abaixo.
◗ Sentimento grandioso de suas realizações e talentos.
◗ Preocupação com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza ou amor ideal.
◗ Crença de ser “especial” e único.
◗ Exigência de admiração excessiva.
◗ Sentimento de intitulação, ou seja, possui expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorável.
◗ Tira vantagem dos outros para atingir seus próprios objetivos;
◗ Reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades alheias.
◗ Sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia.
◗ É arrogante.
Dá para tratar?
De acordo com os especialistas, é muito difícil que um narcisista entenda que precisa de tratamento. “Eles são vistos como pessoas maravilhosas, com profissões reconhecidas e socialmente aceitos. Por isso, conseguem manipular facilmente todos os que os rodeiam”, explica Isabela. O pedido de ajuda, portanto, muitas vezes vem da família ou do parceiro. “Como ainda não existem medicamentos
específicos para esse tipo de transtorno, o paciente deve fazer acompanhamento terapêutico, em grupo ou individual. Só assim ele vai conseguir minimizar os sintomas de fascínio por si mesmo”, finaliza Buoro.
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