Giovanna e Ingrid gravaram vídeo juntas - Reprodução/YouTube
Polêmica

Giovanna Ewbank recebe carta aberta por vídeo em que erotiza profissão de enfermagem

Atriz comentou o comunicado em seu Instagram Stories

Da Redação Publicado em 18/04/2019, às 09h01 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h47

Giovanna Ewbank postou um vídeo em seu canal no YouTube chamado "Na Cama Com Ingrid Guimarães" no último dia 9. Nele, as atrizes apareciam vestidas de enfermeiras e debatendo assuntos sexuais.

No entanto, uma carta aberta foi publicada pela presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, Renata Pietro, em protesto ao conteúdo e às fantasias sensuais que, segundo ela, servem como forma de reduzir e erotizar a profissão. 

Giovanna respondeu ao comunicado, deizendo que Renata a alertou de diversas questões sobre a erotização da enfermagem.

"Me fez abrir a cabeça de maneira esclarecedora. Abriu um diálogo e não foi nem um pouco agressiva", contou ela em seu Instagram Stories.

Giovanna ainda revelou que gravou um vídeo com a presidente do Conselho para esclarecer ainda mais o assunto para seus fãs. Em breve o conteúdo estará disponível.

Confira a carta na íntegra:

Carta aberta a Giovanna Ewbank e Ingrid Guimarães
Comunicação / Coren-SP

"Olá, Giovanna e Ingrid.

Sou Renata Pietro, enfermeira, presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP). Acabei de assistir ao vídeo no qual vocês estão fantasiadas de enfermeiras e discutindo, entre outros assuntos, artigos eróticos. Tenho mais de 20 anos de profissão e desde que comecei meus estudos, e mesmo antes deles, a minha profissão, a enfermagem, é estigmatizada por uma forte carga sexual, que não tem qualquer relação com as nossas atribuições diárias.

Abordagens como essa são um empecilho para a nossa luta em busca de reconhecimento. Estamos a 15 dias do início do mês da Enfermagem, um período em que o Coren-SP desenvolve campanhas de valorização da categoria, inclusive com a participação voluntária de muitos artistas e influenciadores, e nos deparar com uma referência dessas à profissão mostra que ainda temos um longo caminho a ser percorrido, no sentido de quebrar  paradigmas e mudar uma cultura há décadas arraigada em nossa sociedade.

Felizmente há iniciativas nacionais e internacionais que vieram para mostrar que não estamos sozinhas. A campanha “Nursing Now”, idealizada pela Organização Mundial da Saúde, traz a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, e a atriz Emilia Clarke (de “Game of Thrones”), como suas embaixadoras. É um alento e uma grande motivação saber, enquanto profissional de enfermagem, que não estamos remando sozinhos. E esta mensagem é para chamar vocês, grandes atrizes e mulheres brasileiras, a compartilharem conosco essa jornada, pelo empoderamento feminino e pela sororidade.

A enfermagem é a categoria da saúde que passa 24 horas por dia ao lado dos pacientes. Atuamos em todas as fases da vida das pessoas, desde o nascimento, passando pelos cuidados preventivos, paliativos, até os momentos mais difíceis. Trabalhamos com indivíduos de todos os gêneros, idades e classes sociais, na saúde pública ou privada.

No país, a enfermagem corresponde a 80% da força de trabalho da área da saúde. E no estado de São Paulo, sou uma em um universo de cerca de 450 mil mulheres que integram a profissão. Nós, mulheres, correspondemos a cerca de 86% de todos os profissionais de enfermagem do estado.

No vídeo de vocês, o uso de termos como “vestida desse jeito” e “ela não só veio vestida de enfermeira como também trouxe brinquedos” reduz a profissão a uma mera fantasia sexual. A enfermagem é uma profissão que depreende anos de estudo e aperfeiçoamento. Sua classificação fantasiosa é apenas mais um exemplo de um machismo estrutural que reduz o trabalho feminino a questões sexuais. Não são poucos também, por exemplo, os casos de feminicídio praticados contra profissionais de enfermagem, o que só demonstra o tamanho da luta que temos para além de nossa rotina de trabalho.

Em uma breve busca de imagens no Google, vocês podem ver que o resultado para “enfermeira” é bem diferente do para “enfermeiro”. Precisamos mudar a visão de que mulheres profissionais de enfermagem (que também são auxiliares e técnicas, além de enfermeiras), assim como secretárias, professoras e outras, sempre sejam lembradas com uma carga erótica que não condiz com o seu real trabalho. Imagino que vocês também se sentiriam incomodadas e pouco representadas com qualquer imagem que pudesse distorcer a profissão de vocês. Como figuras públicas, formadoras de opinião e principalmente, mulheres, peço que não se refiram mais a qualquer trabalhadora como um fetiche.

Vamos, juntas, permanecer em ação para que a força de trabalho feminina não seja restringida ao erotismo. Vamos, juntas, lutar cada vez mais pela valorização da mulher.

Um abraço,

Renata."
 

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