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Bebês / Gravidez

Ex-BBB Patrícia Leitte revela que sofreu aborto espontâneo. O que significa?

Obstetra explica à AnaMaria Digital as causas, sintomas e tratamentos do aborto espontâneo

Nas redes sociais, Patrícia Leitte afirmou que manteve o aborto espontâneo em segredo. - Instagram/@patricialeitteoficial
Nas redes sociais, Patrícia Leitte afirmou que manteve o aborto espontâneo em segredo. - Instagram/@patricialeitteoficial

Patrícia Leitte anunciou, na última terça-feira (1º), que perdeu o bebê que esperava com Lucas Teixeira. Ela manteve a notícia em segredo após meses tentando engravidar, mas acabou sofrendo um aborto espontâneo – como acontece em 20% das gestações, segundo o MSD Manual for Gynecology and Obstetrics.

O aborto espontâneo é definido como a interrupção involuntária de uma gravidez. É mais comum no início da formação do embrião – entre a 5ª e a 6ª semana. No caso, Patrícia não revelou há quanto tempo estava grávida.

A ex-BBB declarou que os médicos não mediram esforços para preservar a gestação: “Foram dias com as pernas para cima e tomando medicação tentando estancar o sangramento. Porém, perdemos o bebê. Agora, temos um anjinho no céu." Por fim, ela se mostrou crente na vontade de Deus para a família.

Além de Patrícia Leitte, famosas como Fernanda Paes Leme,Rafa Kalimann e Eliana já revelaram terem sofrido abortos espontâneos. Para esclarecer as dúvidas sobre o assunto, AnaMaria Digital conversou com o ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira. Confira!

COMO IDENTIFICAR?

O maior indicativo de um aborto espontâneo é o sangramento durante a gravidez. Quando isso acontece, é necessário procurar um médico com urgência para a realização de exames. Os principais são o ultrassom ou o Beta HCG, a depender do período gestacional.

“Toda grávida que estiver sangrando precisa fazer Beta e/ou ultrassom para ver se gravidez está evoluindo. Se o Beta HCG não subir, estiver caindo - o Beta HCG dobra a cada dois dias - já tem que ficar preocupado, porque não é bom prognóstico”, alerta Caldeira.

Outros sinais menos comuns são cólicas, incômodos e diminuição dos sintomas característicos da gravidez – como enjoos e sensibilidade mamária. Também acontecem abortos espontâneos assintomáticos, alerta o médico.

CAUSAS

O obstetra destaca que a principal causa de aborto espontâneo é a alteração genética do embrião – chamada aneuploidia. “O embrião apresenta um número errado de cromossomos. As mulheres têm 46 XX e os homens 46 XY. O aborto acontece quando há alteração nesse número”, explica.

Além disso, existem algumas condições da mãe que podem levar à morte do feto. Entre elas, estão trombofilias, questões uterinas (como endometrite) e idade acima dos 40 anos – quando as chances aumentam em 60%.

O QUE VEM DEPOIS

Antes de mais nada, é necessário observar se a paciente conseguirá eliminar os restos fetais após o aborto espontâneo. Do contrário, existem dois métodos para evitar infeções: AMIU (aspiração manual intrauterina) e curetagem (raspagem da cavidade uterina).

“Quando a paciente tem um aborto espontâneo, o protocolo é aguardar cerca de 15 dias para ver se ela consegue eliminar. E, toda vez que faz a curetagem ou AMIU, vale a pena realizar um estudo genético para ter certeza se o embriãozinho estava geneticamente alterado ou não”, aconselha Caldeira.

O especialista pontua que o tempo para tentar engravidar novamente não é longo. “Se a mulher não fez curetagem ou AMIU, já pode engravidar após um mês. Mas, se fez algum destes procedimentos, pedimos para aguardar pelo menos dois meses”.

ABORTO DE REPETIÇÃO

O aborto é considerado de repetição quando acontece mais do que duas vezes seguidas. Caldeira acrescenta: “Antigamente eram três a definição da OMS (Organização Mundial da Saúde), mas hoje dois abortos já vale a pena investigar”.

TRATAMENTOS

Um dos caminhos apontados pelo médico após o aborto espontâneo é a dosagem de progesterona – a depender da causa que levou à interrupção da gravidez. “Quando a paciente é jovem, não tem muito o que fazer. Se for uma paciente em torno dos 40 anos, vale a pena fazer fertilização in vitro para minimizar os riscos”, conclui o profissional.