No Dia Mundial da Menopausa, respondemos as seis principais dúvidas sobre o assunto
Redação Publicado em 18/10/2022, às 09h20
Conforme a idade passa, toda mulher sabe que, em algum momento, vai passar pela menopausa. No entanto, ainda se fala pouco - e se compreende menos ainda - sobre esse assunto e as mudanças que as mulheres vão, de fato, enfrentar durante o período.
Aproveitando que esta terça-feira, 18 de outubro, é o Dia Mundial da Menopausa, AnaMaria Digital separou as principais dúvidas sobre o assunto para serem respondidas pelo ginecologista Igor Padovesi, membro efetivo da Sociedade Norte-Americana de Menopausa, e pela endocrinologista Tassiane Alvarenga, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.Confira!
"A menopausa representa uma fase biológica do organismo feminino, caracterizada pelo fim da capacidade reprodutiva e da produção dos hormônios sexuais pelos ovários, principalmente o estrogênio", explica Padovesi.
É por isso que os médicos determinam a menopausa quando se passa um ano desde a última menstruação da mulher. Trata-se de um marco, o fim de um processo gradual de queda na produção de hormônios pelos ovários que, anos antes da menopausa, começa a causar sintomas - esse período é chamado de perimenopausa.
Em média, a mulher entra em menopausa em torno dos 50 ou 51 anos, porém a idade pode variar de mulher para mulher. Ela é considerada normal dos 45 aos 55 anos, mas, é considerada precoce (ou tardia), quando acontece fora dessa faixa etária.
"Às vezes, medem-se os níveis do hormônio folículo-estimulante (FSH) para confirmar a menopausa", explica Tassiane Alvarenga: "Quando o nível de FSH no sangue da mulher é consistentemente elevado, ou seja, igual ou maior do que 30 mUI/mL, e, ao mesmo tempo, a mulher ficou sem menstruar durante um ano, geralmente se aceita que esta mulher chegou na menopausa."
Um único teste, porém, não é o suficiente para fechar o diagnóstico. Para isso, é preciso um acompanhamento que analisa também sinais e sintomas, a fase da vida da mulher e outras condições que podem interferir nessa produção hormonal.
"Os sintomas mais comuns nesse período são mudanças na menstruação, redução da fertilidade, fogachos (calorões), ressecamento vaginal, distúrbios do sono, oscilações de humor, falta de energia, ganho de peso, alterações na memória e na concentração, piora da sexualidade, problemas urinários, dor nas articulações, alteração na pele e cabelo, alterações oculares, dentárias, bucais e auditivas", explica Padovesi.
Aqui, entra um ponto de atenção importantíssimo: toda mulher com sangramento uterino após a menopausa (depois de mais de um ano sem menstruar) deve procurar um ginecologista para investigação e excluir causas graves, como o câncer de endométrio.
"Mulheres em terapia hormonal da menopausa podem ter sangramentos, porém isso geralmente não é um motivo de preocupação - requer, por norma, um ajuste na prescrição hormonal para eliminar esse efeito colateral indesejado", esclarece Tassiane.
A terapia hormonal (TH) é o único tratamento comprovadamente eficaz para o alívio dos principais sintomas da menopausa, principalmente os calores (fogachos) e os sintomas de ressecamento vaginal (síndrome genitourinária da menopausa). A TH também é aprovada como primeira linha de tratamento e prevenção da osteoporose, e indicada obrigatoriamente para mulheres com diagnóstico de menopausa precoce.
Para normalizar os sinais, sintomas e até a conversa sobre a menopausa, Igor e Tassiane se uniram para desenvolver uma série documental, que ficará disponível no YouTube, em que desmistificam a menopausa.
A série Menopausa com Ciência aborda em 5 episódios o que é a menopausa, os efeitos físicos e emocionais que as mulheres sentem durante essa etapa da vida e as formas de tratamento capazes de amenizar os sintomas e garantir qualidade de vida. O primeiro episódio será liberado na plataforma neste dia 18 de outubro, Dia Mundial da Menopausa.
Veja o trailer:
