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Bem-estar e Saúde / Atenção

Distúrbio Alimentar: entenda o que é e como tratar

Distúrbio Alimentar é capaz de provocar enormes estragos na autoestima e desencadear doenças mentais

Karla Precioso Publicado em 31/08/2022, às 13h08

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A pessoa que sofre com esse distúrbio acaba se enxergando acima do peso ou com uma forma de corpo indesejada - Pixabay/franckinjapan
A pessoa que sofre com esse distúrbio acaba se enxergando acima do peso ou com uma forma de corpo indesejada - Pixabay/franckinjapan

Vivemos em uma era de muita exposição. As pessoas usam as redes sociais como ferramentas de lazer e autopromoção e, na maioria das vezes, o que impera são discursos e aparências que parecem demonstrar uma vida perfeita o que, de fato, não existe.

Nesse cenário, a busca pela perfeição física é cada vez mais acentuada. E essa busca pela perfeição não é nada mais que uma grande ilusão, que só traz tristeza, estresse e frustração. Não é à toa, portanto, que os distúrbios de imagem ficaram cada vez mais evidentes e o aumento do índice de casos de doenças mentais vem aumentando de forma preocupante. Isso porque, muitas vezes, a pessoa que sofre com esse distúrbio acaba se enxergando acima do peso ou com uma forma de corpo indesejada, desenvolvendo hábitos destrutivos e que são fatores cruciais para a ocorrência de transtornos alimentares.

A seguir, a psicóloga especialista em traumas, Ediane Ribeiro, discorre a respeito desse assunto tão sério e importante.

DISTÚRBIOS ALIMENTARES E DE IMAGEM

Os mais comuns são: 

- Anorexia: caracterizada pela restrição progressiva do consumo de alimentos e distorção da imagem corporal;

- Bulimia: é marcada por dois momentos. Primeiro, acontece a compulsão e o consumo excessivo de alimentos, seguido de culpa, levando a pessoa ao segundo momento, que é a tentativa de eliminar o excesso de calorias de forma rápida. Isso gera comportamentos disfuncionais, como indução do vômito, abuso de remédios ou até de atividade física;

- Compulsão alimentar: se caracteriza pela perda do controle do consumo;

- Transtorno dismórfico corporal: se caracteriza pela percepção alterada de si. A imagem que a pessoa vê refletida no espelho não reflete a realidade.

Todos os transtornos alimentares e de imagem costumam gerar um grande sofrimento psicológico, que pode desencadear comportamentos autodestrutivos, ansiedade, depressão, dificuldade de relacionamento interpessoal e uma série de outras consequências negativas. ”A baixa autoestima e o trauma são elementos muito presentes nos distúrbios alimentares e de imagem, mas podem ser mais causas do que consequências”.

SINAIS DOS TRAUMAS

Eles podem ser bem sutis no início, como uma preocupação com a aparência física, passando como se fosse um sinal de vaidade apenas. O uso excessivo de produtos de beleza e a realização de muitos procedimentos estéticos são alertas importantes nessa fase inicial, em que a pessoa busca alcançar um padrão de beleza que considera ideal, mas ainda não tem total consciência do próprio sofrimento pela distorção da imagem. Outros sinais a serem observados são:

- Evitar situações sociais em função do corpo, como deixar de frequentar praia/piscina, sair com amigos para não estar exposta a “tentações alimentares”;

- Alto grau de comparação com pessoas que, a seu ver, estão dentro do padrão esperado;

- Comportamentos disfuncionais e sentimentos de culpa após ingestão de alimentos calóricos;

- Vergonha de expor em público;

- Perda de peso repentina;

- Restrição alimentar auto imposta;

- Redução ou perda da libido.

COMO TRATAR/CURAR OS TRAUMAS

O tratamento de traumas que desencadeiam distúrbios alimentares e de imagem deve ser multidisciplinar. É importante contar com acompanhamento médico, psicológico e nutricional para que o processo seja mais efetivo.

ESTABELEÇA LIMITES DE OPINIÃO

Pessoas em volta podem piorar quadros de traumas corporais, como, por exemplo, opinar se a pessoa emagreceu ou engordou. Como limitar essas opiniões e se blindar para ter uma vida mais feliz?

“O olhar externo compõe os elementos que dão início ao transtorno. Vivemos em uma sociedade com padrões estéticos bastante equivocados e, muitas vezes, não compatíveis com a saúde. Isso acaba atravessando a opinião das pessoas ao nosso redor e nosso próprio autoconceito. Um trabalho de limites pessoais aqui se torna um grande aliado. É importante que a pessoa consiga estabelecer um limite para a interferência e comentários externos. Isso pode ser feito a partir de uma solicitação direta, como ‘sei que você se preocupa comigo, mas eu prefiro não comentar mais sobre minha aparência física’. Algumas relações, em vez de ajudar a pessoa a lidar com a situação, só a faz sentir-se pior”.