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Especialista comenta a triste relação entre saúde mental e os adolescentes

Psiquiatra fala sobre a relação entre saúde mental e os adolescentes

Da Redação Publicado em 25/12/2019, às 16h30

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Os adolescentes tentam resolver entre si, porém suicídio é algo que é anunciado e não pode ser encarado como algo fácil de lidar - Banco de Imagem/Getty Images
Os adolescentes tentam resolver entre si, porém suicídio é algo que é anunciado e não pode ser encarado como algo fácil de lidar - Banco de Imagem/Getty Images

Adolescentes estão cada vez mais depressivos. Especialmente nas grandes metrópoles, perdeu-se o contato interpessoal. As famílias diminuíram de tamanho e, consequentemente, o convívio familiar diminuiu. Isso sem falar do contato virtual, que ‘afasta’ a convivência saudável. 

E, quando se trata de saúde mental, o contato ‘off-line’ é muito importante. Por isso, precisamos falar sobre as doenças mentais, mas há maneiras certas de abordar o problema. 

Apologia ao suicídio é algo que tem razão direta e deve ser evitado. Há alguns seriados, inclusive, que, segundo levantamentos estatísticos, podem ter induzido ao aumento de suicídios entre os jovens. Um fato seríssimo. 

Algo que acontece nas escolas e com consequências ruins também é quando há uma tentativa ou vítima de suicídio e o professor é orientado a falar a respeito com sua turma. 

Em sua formação, ele não tem o treinamento para lidar com transtorno mental e de conduta, de modo que é esperar muito dele que fale a respeito. O fundamental é um psicopedagogo ou psicólogo conduzir o trabalho. 

Além disso, a intervenção deve ser rápida, imediatamente após a fatalidade. Só um profissional especializado conduz bem grupos de discussão. Também é certo que, se tenho sintomas de depressão, preciso comunicar a um adulto. 

Se um colega está em crise, preciso comunicar a um adulto também. O que muitas vezes acontece é que os adolescentes tentam resolver entre si, porém suicídio é algo que é anunciado e não pode ser encarado como algo fácil de lidar. 

Mesmo grandes especialistas podem falhar em resolver o problema. Então, jovens, conversem sempre com seus pais e professores. E durmam bem. Exatamente isso. Não é legal virar balada atrás de balada e nem ficar respondendo no mobile até altas horas.

O que se sabe é que há necessidade de limites para que as crianças e adolescentes interajam, desenvolvam sua emoção e comunicação como seres humanos.

LUIZ SCOCCA é psiquiatra com mais de 20 anos de atendimento em consultório próprio, além da participação em grupos de estudo, congressos e projetos sociais. Formado pela USP e membro das associações brasileira e americana de psiquiatria: ABP e APA.