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Grávida, Fernanda Paes Leme toma taça de vinho; quais os riscos do álcool na gestação?

Consumo de álcool na gestação é contraindicado por profissionais da saúde

O ato pode trazer inúmeros problemas para as mamães e seus bebês. - Reprodução
O ato pode trazer inúmeros problemas para as mamães e seus bebês. - Reprodução

Na reta final da gravidez, Fernanda Paes Leme foi ao restaurante de Victor Sampaio, seu noivo. Por lá, a apresentadora não resistiu à degustação de vinhos do estabelecimento e experimentou a bebida alcoólica: "Não vou resistir. Um golinho só tudo bem, né? Já repasso a taça", disse a mãe de Pilar.

A postagem dá a entender que o consumo não é um hábito. No entanto, se engana quem pensa que a ingestão, ainda que modera, seja permitida. O gesto, aparentemente inofensivo, no entanto, é alvo de críticas de profissionais da saúde.

Isso porque o consumo de álcool durante a gestação é responsável por inúmeros problemas - que afetam não só as mamães, como também os bebês. 

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OS RISCOS

Para a mamãe gestante:

  • Aumento de risco para sangramentos durante a gravidez;
  • Aborto espontâneo;
  • Parto prematuro;
  • Descolamento prematuro de placenta.

Para os fetos:

  • Subnutrição;
  • Retardo mental;
  • Microcefalia;
  • Baixo peso no nascimento;
  • Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.

Outro grande problema gerado é a Síndrome Alcoólica Fetal, conhecida como SAF. É considerada uma doença congênita grave, que afeta órgãos importantes e o sistema nervoso central, além de problemas comportamentais, déficit de desenvolvimento cognitivo e até a tendência a transtornos de ansiedade e depressão na adolescência ou na vida adulta.

A SAF é crescente e já apresenta números próximos aos da síndrome de Down e do espectro autista. Prova disso é a estimativa de que a frequência do distúrbio afete 1% da população de 76 países - entre eles, o Brasil. No entanto, nem 1% das crianças afetadas são diagnosticadas, logo, há subnotificação.

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NÃO É A ÚNICA

Paes Leme está longe de ser a exceção quando o assunto é a ingestão de álcool durante a gravidez. No Brasil, 15% das mulheres mantêm a ingestão de álcool durante a gestação, segundo a pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde, de 2015.

Em 2022, a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) alertou em sua campanha: "Se você bebe, o seu bebê também bebe". A psiquiatra Alessandra Diehl, então presidente da instituição, acrescentou à Agência Brasil: "Não existe bebê seguro durante a gestação porque qualquer quantidade de bebida pode trazer complicações".

ALTERNATIVAS LIBERADAS

Na contramão das indicações dos especialistas, há a recorrência do hábito. Neste caso, é difícil para as mulheres que se acostumaram com o consumo de álcool durante anos terem que largar a substância abruptamente. Porém, ainda assim é necessário.

E há algumas maneiras de ajudá-las. Entre elas, a adoção de drinks não-alcoólicos - comuns em festas para jovens abaixo dos 18 anos, por exemplo. Caipirinha, piña colada e outras bebidas também têm suas versões liberadas para este público.

Além disso, vale pedir a ajuda de seu parceiro e amigos para que estes evitem a ingestão de bebidas alcoólicas em sua companhia. Desta forma, evita-se que a grávida se sinta tentada ou com mais vontade.

Outra ótima opção para as gestantes é a ingestão de bebidas "zero álcool", certo? Não! Ao contrário do imaginado por muita gente, as bebidas com esta classificação também são vetadas. Isso porque, apesar do nome sugestivo, as cervejas sem álcool, por exemplo, possuem a substância.

De acordo com a legislação brasileira, bebidas zero álcool podem ter no máximo 0,5% de álcool em sua composição, portanto não é recomendável seu consumo. Além disso, estudos apontam que estas bebidas podem ter uma porcentagem ainda maior da substância.

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ASSUNTO CONTROVERSO

Não há estudos que comprovem que pequenas quantidades de álcool são seguras durante a gestação. No entanto, o consumo é amplamente contrariado. O Ministério da Saúde, por exemplo, defende a suspensão completa da substância ao longo do período. 

Por outro lado, há medicos que adotam uma postura mais flexível e liberam quantidades específicas para seus pacientes. "Vale o bom senso", afirma a médica Rosiane Mattar, professora e integrante da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Até mesmo para os profissionais que defendem a tese, vale mencionar que a quantidade liberada é mínima: apenas uma dose e em raras ocasiões. No Brasil, uma dose de bebida equivale a 14 g de álcool puro. Ou seja:

  • 350 ml de cerveja com 5% de álcool - uma latinha;
  • 150 ml de vinho (12% de álcool);
  • 45 ml de destilado com 40% de álcool (vodca, uísque, cachaça, gin, tequila).

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