Casos recentes de dengue, covid-19 e outras doenças reacenderam dúvidas sobre pandemia e epidemia
A saúde voltou a tomar conta do noticiário com a recente alta nos casos de dengue - o Brasil ultrapassa meio milhão de casos registrados em 2024, segundo o Ministério da Saúde. Neste cenário, é considerado pandemia ou epidemia?
Antes de mais nada, precisamos entender a diferença entre os dois termos! A primeira nomenclatura voltou à tona nos últimos anos, quando o mundo enfrentou a covid-19. A doença deixou cerca de 15 milhões de mortos, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ou seja, apenas a quantidade de vítimas dita a maneira com que as doenças são denominadas, certo? Não! Então, afinal, quando chamar de pandemia ou epidemia? É o que AnaMariate conta.
Para isso, conversamos com a médica Christianne Takeda, infectologista da Hapvida NotreDame Intermédica. A especialista explica a diferença entre os termos e também como lidar em cada uma das situações.
Geralmente atravessa nações, move-se rapidamente e ultrapassa fronteiras. Normalmente, a doença se espalha por vários países ou continentes. Como exemplo, a pandemia do covid-19.
Além das consequências na saúde, outras áreas também são afetadas, como a economia. Em ambos os casos o estrago é grande: milhares de mortes, hospitais superlotados e com número insuficiente de profissionais para lidar com tanta gente ao mesmo tempo.
COMO LIDAR COM ELAS?
Na pandemia, as medidas rigorosas de saúde são em larga escala. As medidas para conter a propagação da doença incluem testes, quarentena, campanhas de vacinação e até mesmo restrição de viagens.
Na epidemia, a resposta consiste em quarentena local, campanha de informação, vigilância, testes laboratoriais e tratamento e esforço coletivo onde governos locais.
De acordo com Takeda, sim. Porém as chances são baixas e a depender da doença. Mas como evitar que uma epidemia se torne uma pandemia? A especialista cita alguns fatores:
Para a infectologista, as epidemias podem ser controladas e terem seus impactos minimizados com estas ações. Desta forma, reduzindo a chance de tornar-se uma pandemia: “No entanto, o sucesso depende fortemente de iniciativas coordenadas e sensíveis ao tempo por parte do governo, dos sistemas de saúde, das comunidades e dos indivíduos”.
Além da recente explosão de casos em território brasileiro, a dengue vem afetando o resto do globo nos últimos meses. As taxas de contaminação estão aumentando em todo o mundo: o sul da Europa, países da África e EUA também registram aumento nos casos.
Por isso, há uma preocupação: a dengue pode virar uma pandemia? Para a especialista, a chance é relativamente baixa. Isso porque a propagação é dificultada - ou facilitada - em certas épocas do ano e em regiões específicas.
Ao contrário das gotículas contagiosas entre humanos contaminados com a covid-19, o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, não sobrevive em algumas circunstâncias.
Por fim, vale lembrar que há outras nomenclaturas no que diz respeito à saúde. Dois exemplos presentes nos noticiários são endemia e surto. Mais uma vez, o que as difere é a escala que a doença em questão atinge.
O surto é uma escala menor: “Refere-se a um aumento da doença em uma população e área geográfica específicas durante um período definido”, explica a médica. Geralmente, o termo se refere ao crescimento em áreas pequenas, como um bairro, por exemplo.
Na contramão dos demais termos, que são quantitativos, endemia se refere à frequência em que uma mesma doença afeta determinada área. As doenças endêmicas costumam voltar ao mesmo local em períodos específicos - ou seja, geralmente são sazonais.
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