Em entrevista à AnaMaria, o psicólogo Alexander Bez falou sobre a procura de pessoas reais por relacionamentos com parceiros inanimados
Relacionamentos amorosos não são fáceis. Para ter uma relação saudável, é necessário buscar maturidade e diálogo. Entretanto, com os avanços tecnológicos, vem crescendo a procura por relacionamentos com "não humanos" para fugir dos problemas envolvendo outra pessoa real. Em entrevista à AnaMaria, o psicólogo Alexander Bez explicou o que leva as pessoas a buscarem esse tipo de relação.
Em junho, Rosanna Ramos, moradora do Bronx, em Nova York (EUA), decidiu se casar com um homem criado em um aplicativo de inteligência artificial. A mulher de 36 anos criou o próprio parceiro digital e o chamou de Eren Kartal. Em conversa com o Daily Mail, ela revelou que usou o aplicativo Replika para construir seu parceiro. A aparência dele foi feita com base em um personagem do anime 'Attack On Titan'. Para justificar sua relação com o homem artificial, Rosanna, que é mãe de dois filhos, afirmou que seu amado não a julga ou discute com ela.
Além de Rosanna, também há o crescimento de homens que se casam com bonecas, como é o caso de Cristian Montenegro. A parceira do homem é uma boneca de pano confeccionada pelas suas próprias mãos. Segundo informações do site Publimetro, a história do rapaz viralizou no final de 2022, após ele compartilhar seu cotidiano com a "mulher". Chamada de Natália Adela Ortiz, a boneca foi uma forma do homem não se sentir sozinho.
Já Yuri Tolochko se casou com uma boneca sexual chamada de Margo, diante de dezenas de convidados, em uma cerimônia excêntrica no Cazaquistão. O fisiculturista, que vestia um smoking preto, realizou até uma "primeira dança romântica" com a boneca vestida noiva. De acordo com o site do tabloide britânico 'The Sun', o bodybuilder conheceu a amada inanimada em uma boate, onde ele a teria "resgatado de alguma intenção indesejada".
"As frequentes notícias de homens e mulheres se relacionando amorosamente com bonecos e avatares criados virtualmente são preocupantes, pois nessas relações não há excitação, nem situações reais, o que compromete, através do delírio, as formações emocionais e psíquicas, criando ideias delirantes e provocando um processo de múltiplas condições e neuroticamente irreais", alerta o psicólogo Alexander Bez.
O especialista ainda declara que a fuga da realidade é um dos grandes agravantes dessa prática, podendo ir para outras áreas da vida e fazendo a pessoa real perder a conexão com o que é de verdade. "Matrimônios são relações compartilhadas a dois, onde existem emoções e sentimentos correspondidos. Além disso, outro aspecto fundamental dos casamentos e relacionamentos mais longos é o crescimento mútuo que as alegrias e desafios da convivência proporcionam, o que deixa de existir em relações de natureza não humanas", completa ele.
