Aplicativo de inteligência artificial "prevê" como será seu bebê invadiu as redes sociais; confira dicas de segurança
O Remini voltou a ser tendência nas redes sociais. Com a ajuda de Inteligência Artificial, o aplicativo pago gera fotos de como os seus filhos seriam no futuro. Além disso, simula imagens de pessoas se elas estivessem grávidas ou noivas, por exemplo. Muitos internautas, porém, questionam: é seguro colocar minha foto nas ferramentas de Inteligência Artificial?
Famosos como Virginia Fonseca, Maíra Cardi e Ary Fontoura entraram na tendência das fotos criadas por IA, mas será podemos confiar cegamente nestas ferramentas? AnaMaria Digital conversou com Fernando Ferreira, especialista em tecnologia e atual CPO e CTO da Refuturiza - plataforma pioneira em empregabilidade - para trazer as respostas dos questionamentos mais comuns desde o surgimento desta tendência.
O especialista explica que alguns tipos de dados são feitos para otimizar tais ferramentas: "Os dados pessoais, assim como as imagens, são utilizados pelas Inteligências Artificiais para entender diversos padrões. Com isso, é possível obter resultados como diagnósticos clínicos, otimização de rotas, correção de texto e muito mais."
No entanto, o contraponto também existe, com grandes empresas usando esses dados para benefícios comerciais. "Elas foram além, conseguindo mapear padrões de comportamento e consumo. Isso influencia as propagandas, exibidas para as pessoas na internet, orientações políticas, conteúdo exibido no feed das redes sociais e, até mesmo, o grau de persuasão que uma pessoa pode sofrer", pontua.
"Atualmente, a utilização da biometria (reconhecimento facial, de íris ou digitais) já está bastante difundida. Por exemplo: os celulares reconhecem o seu proprietário e permitem até mesmo operações bancárias desta forma", exemplifica Fernando.
Contudo, isso também facilita a criação de deepfakes, que utilizam imagens e voz pessoais para criar vídeos e fotos que - por serem extremamente realistas - são usadas para aplicar golpes. "É importante sempre ler os termos de uso, políticas de privacidade e realizar pesquisas para verificar se a empresa por trás da ferramenta é séria", salienta.
"A maior segurança que podemos ter sempre será a lei", garante. Segundo o especialista em tecnologia, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) tem aplicado multas significativas em plataformas ao redor do mundo por descumprimento das políticas de privacidade e termos de uso.
No entanto, Ferreira avisa: "Não há garantia de que os dados não serão utilizados de forma indevida, pois os mecanismos de reparação contra crimes digitais ainda não estão completamente desenvolvidos".
Para o profissional, a melhor forma de garantir a confiabilidade é 'realizar uma pesquisa detalhada na internet e verificar as políticas de privacidade, se os dados da empresa são públicos e válidos, e se existe um canal de suporte disponível para contato'.
Para descobrir se o aplicativo é confiável, basta utilizar sites como o Google e o Bing. "Os comentários nas lojas de aplicativos também nos ajudam a entender as experiências de outros usuários. E sempre confie na sua intuição. Se estiver com dúvidas, evite compartilhar seus dados", Ferreira instrui.
Ele ainda revela um macete: "Todos nós temos aquela pessoa amiga que entende um pouco mais de tecnologia e que pode dar uma ajudinha, não é mesmo? Conte com sua rede de conhecidos para trocar ideias antes de utilizar um aplicativo que você ainda não conhece".
O especialista afirma que as leis variam conforme o país e, quando os aplicativos não têm sede no Brasil, os riscos aumentam. "Por isso, é importante manter-se vigilante e evitar o uso de aplicativos que não ofereçam informações claras e, de preferência, em português", aponta.
Algumas regras, porém, são quase unânimes: o direito à privacidade das suas informações, o consentimento para uso dos dados, os direitos autorais, proteção dos seus dados, e a possibilidade de deixar as suas informações pessoais anônimas. Tudo isso deve estar claro nas políticas de privacidade e termos de uso do aplicativo.
"Caso haja qualquer desvio, é importante informar às autoridades competentes e, se você perceber algo suspeito, cancele imediatamente sua conta na plataforma ou aplicativo", diz Fernando.
"O melhor conselho que posso dar é que, se você tem vontade de usar ou experimentar, tenha cuidado com todos os pontos já mencionados aqui. A Inteligência Artificial existe há muito tempo, mas a grande diferença é que agora todos nós temos acesso a ferramentas que utilizam essa tecnologia", explica.
Por fim, ele incentiva o uso de novas ferramentas - mas sempre com cuidado. "Vale a pena explorá-las, mas com moderação".
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