Animal ficou mais tempo que o previsto dentro de uma caixa no avião; companhia aérea lamentou o ocorrido e se solidarizou com o tutor
Um cachorro morreu após ser transportado no voo errado pela Gol, na segunda-feira (22). Joca, um Golden Retriever, deveria ser embarcado para o Mato Grosso, mas acabou saindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Fortaleza (CE). Ao constatarem a falha, ele retornou do Ceará, no mesmo dia.
A viagem para o Mato Grosso deveria durar 2h45. No entanto, o animal ficou no avião por 3h30, já que embarcou para o Ceará. Imagens registraram que um funcionário da Gol deu água para o pet na pista do aeroporto de Fortaleza.
O tutor João Fantazzini Junior aguardava Joca em Sinop, no Mato Grosso, quandou soube que o cachorro foi levado para o destino errado. Desta forma, ele voltou para São Paulo, para recebê-lo.
Joca ficou cerca de uma hora e meia esperando o próximo voo na pista, a uma temperatura de 36°. Depois, ele foi colocado em um voo de volta para Guarulhos e passou por outra viagem de 3h30. O animal chegou às 16h20 em São Paulo, cerca de 12h depois do primeiro embarque, e já estava morto. O atestado de óbito afirma que a causa da morte foi uma parada cardiorespitarória a esclarecer.
O cachorro tinha um atestado do veterinário, indicando que suportaria uma viagem de duas horas e meia. "Eles fizeram quase 8 horas de voo com ele. Além dele estar na pista. E ele fechado na caixa. Eles não tiraram ele da caixa. Ele voltou todo molhado", afirmou Fantazzini ao Jornal Nacional.
A família procurou a polícia e registrou o caso como crime de abuso a animais.
De acordo com João, a Gol não prestou os cuidados necessários com Joca, sem avaliar se o animal aguentaria uma nova viagem. A empresa, por sua vez, afirmou que acompanhou o cachorro por todo o trajeto.
Por meio de nota, a companhia aérea disse que foi surpreendida com o falecimento do cachorro e explicou que Joca embarcou para Fortaleza após uma falha operacional. A Gol também afirmou que João escolheu voltar para Guarulhos para reencontrar o animal.
O Ministério dos Portos e Aeroportos anunciou, na noite de terça-feira (23), que vai investigar, em conjunto com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a morte de Joca. A Anac, inclusive, já oficiou a Gol para prestar os devidos esclarecimentos.
"Não vamos admitir que episódios como esse voltem a se repetir. Desde já, prestamos nossa solidariedade ao tutor de Joca, João Fantazzini, e dizer que estamos acompanhando de perto toda investigação", informou a pasta na manhã desta quarta-feira (24).
O Ministério dos Portos e Aeroportos anunciou ainda que convocou uma reunião com as três principais companhias aéreas que atuam no Brasil - Gol, Latam e Azul - para discutir uma nova legislação em defesa da causa animal para que não ocorra casos como este. A Gol suspendeu o serviço de transporte de animais pelos próximos 30 dias.
"A GOL lamenta profundamente o ocorrido com o cão Joca e se solidariza com a dor do seu tutor. A Companhia informa que o cão Joca deveria ter seguido para Sinop (OPS), no voo 1480 do dia 22/04, a partir de Guarulhos (GRU), porém, por uma falha operacional o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza (FOR).
Assim que o tutor chegou em Sinop, foi notificado sobre o ocorrido e sua escolha foi voltar para Guarulhos (GRU) para reencontrar o Joca.
A equipe da GOLLOG na capital cearense desembarcou o Joca e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo 1527 de volta para Guarulhos (GRU). Neste período, foram enviados para o tutor registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos (GRU), vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal.
A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação."
