Ator viveu Marcos, o mocinho disputado pelas gêmeas Ruth e Raquel em ‘Mulheres de Areia’
*Rodrigo Ceribelli, colunista de AnaMaria Digital / Colaborou: Vivian Ortiz Publicado em 12/07/2023, às 11h54 - Atualizado em 13/07/2023, às 09h44
Guilherme Fontes é um dos astros da novela ‘Mulheres de Areia’, que atualmente está sendo reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, nas tardes da TV Globo. Famoso por interpretar o mocinho, Marcos, o ator bateu um papo exclusivo com este colunista, de AnaMaria Digital, e revelou, por exemplo, uma curiosidade das gravações da trama, além de falar sobre a própria carreira.
O ator conta que ele e Gloria Pires, intérprete das gêmeas protagonistas da trama, fizeram uma “pressão de leve” para que a lua de mel de Marcos e Raquel, a gêmea má com quem ele se casa no decorrer da trama, fosse gravada em Nova Iorque, nos Estados Unidos. “Por pouco aquilo tudo não foi filmado aqui no Brasil, mesmo. Eu e Glorinha fizemos aquela pressão e deu certo. Merecíamos. Trabalhamos muito. Foi uma espécie de presente que recebemos na época”, conta.
Ao relembrar o clássico de 1993, Guilherme Fontes comenta ter ótimas lembranças dos bastidores do trabalho. “Um filme maravilhoso de momentos inesquecíveis com amigos que se tornaram inseparáveis. Pelo menos aqui dentro da minha mente e do meu coração”, afirma. No entanto, ele avalia ter se identificado “médio” com seu personagem. “No lado romântico e de caráter, sou incansável igual a ele. Obviamente bem menos ingênuo e tolinho”, brinca.
Seu trabalho rendeu tantos frutos que, até hoje, ele é reconhecido pelo personagem. Em Miami, nos Estados Unidos, Fontes diz sempre ser abordado por alguma policial cubana fã da trama. “Fizemos muito sucesso em Cuba, e em quase toda América Latina, ‘Mulheres de Areia’ foi um grande sucesso mundial de vendas da Globo. Fomos exibidos até no Azerbaijão”, ressalta.
Mas não é apenas pelo trabalho em que foi disputado pelas gêmeas Ruth e Raquel que ele é reconhecido, viu! Sempre quando surge em lugares públicos, Guilherme Fontes diz ser lembrado também pelo grande bad boy de ‘A Viagem’ (1994). “Sou tachado de Alexandre na rua todos os dias. E quando gritam ‘Alexandre’, eu continuo olhando para trás e atendendo. Todo santo dia”, diz.
Por falar em outros personagens, o ator ainda considera bastante marcante em sua carreira a participação na minissérie ‘Desejo’ (1991). Para Guilherme, os 11 tiros que tomou nas gravações e a última cena, com Vera Fischer, também foram inesquecíveis. “Fazia papel de 50 e tantos anos, e tinha apenas 21”, lembra.
Ele ainda fala sobre outras participações marcantes. “No filme ‘Um trem para as estrelas’, em que ganhei o papel tocando 'Blue Moon' no saxofone durante os testes, com o Cacá Diegues e contracenando com o Cazuza. Em ‘Bebê a bordo’, tratando de temas sensíveis e picantes, no início do Governo Sarney, eleito indiretamente após os anos de ditadura, em um dos meus primeiros trabalhos na Globo. O suicídio de Alexandre na novela ‘A Viagem’, além de várias cenas bem dramáticas com a Christiane Torloni. A série 'A vida como ela é', do Daniel Filho, e os mais de vinte personagens que fiz ao lado de grandes atores”, avalia.
Longe das telinhas desde a novela Órfãos da Terra (2019), Guilherme Fontes celebra ainda a participação na série ‘Os Outros’ da Globoplay: “Foi rápida e emocionante, mas sou honrado por participar desse hit que se transformou a série. Ela é realmente especial também por estar com a Drica [Moraes], minha amiga há mais de 40 anos e, sobretudo, esse encontro com a Luísa Lima, diretora da série.”
O ator conta que está cheio de projetos e participações para este ano. Já gravou, por exemplo, ‘Histórias Impossíveis (falas femininas)’, que ainda será exibido. Também está preparando um documentário sobre os 35 anos da constituinte, uma versão do documentário sobre Getúlio Vargas para o cinema, um filme estilo comédia de terror, uma série docudrama que filmou na época do ‘Chatô – O Rei do Brasil’ e ainda é inédita, além de uma série e um livro sobre a epopeia que foi a produção de ‘Eli’, seu primeiro filme como diretor.
“Tem outro longa-metragem derivado de uma série que fiz para o canal Space, e foi exibida na Netflix. Tudo este semestre. Vai ser uma loucura de coisas boas. E continuo com muita vontade de fazer uma novela e cruzar com atores e atrizes maravilhosos. Também vou finalmente reabrir meu estudo de produção no polo de cinema do Rio. Depois do caos imposto a cultura pela pandemia e pelo 'coisa ruim', a produção cultural está vindo com muita potência. Estou bem animado”, finaliza.
*RODRIGO CERIBELLI é um entusiasta e amante da cultura artística mexicana, sendo conhecido como o “Queridinho Brasileiro” dos atores latinos. Tanto que já foi colunista do Direto do México, publicado na revista Minha Novela. Aqui, na Revista AnaMaria, trará semanalmente um novo conteúdo sobre famosos, novelas mexicanas e os atores latinos. Instagram: @ceribellirodrigo
