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O Pai-Nosso pode mudar? Veja as diferenças da oração que Duda Nagle usou ao anunciar separação

Duda Nagle e Sabrina Sato anunciaram que não estão mais juntos na última terça-feira (21); ele colocou a oração do Pai-Nosso na legenda do post

Da Redação Publicado em 24/03/2023, às 14h04

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Duda Nagle anunciou que se separou de Sabrina Sato - Foto: Reprodução/Instagram
Duda Nagle anunciou que se separou de Sabrina Sato - Foto: Reprodução/Instagram

O Pai-Nosso é a oração mais conhecida do cristianismo, mas pode ter diferenças de acordo com a religião. Por saber que o post sobre sua separação com Sabrina Sato teria uma divulgação intensa, Duda Nagle utilizou a oração para anunciar a nova fase longe da apresentadora.

A "oração que Jesus nos ensinou" é feita por católicos, protestantes, ortodoxos e espíritas kardecistas. Na Bíblia, o Pai-Nosso aparece duas vezes: no Evangelho de Mateus e no de Lucas. Em ambas, Jesus aparece ensinando seus discípulos a orar. Entretanto, a oração tem uma origem que precede Jesus e o Novo Testamento. Em entrevista ao UOL Educação, Donizete Scardelai, doutor pela USP e professor de Teologia na PUC-Campinas, explica que como Jesus era judeu, é normal que tenha se familiarizado muito com as ideias e as próprias verbalizações da liturgia na sinagoga, por participar delas.

"Se a gente pensar no Pai-Nosso, a palavra pai aparece muitas vezes no Antigo Testamento. Isso porque os judeus consideram Deus como pai e Deus considera os judeus como seus filhos. Isso já era muito comum nas orações judaicas", afirma o pesquisador. A origem judaica pode ser vista, por exemplo, na semelhança que há entre o Pai-Nosso e a Amidá, ou Oração das 18 Preces, central da liturgia judaica.

Ao observar o Pai-Nosso, é possível perceber que são feitos sete pedidos a Deus. Na Bíblia, o número sete significa plenitude daquilo que o homem precisa. Os três primeiros, são relacionados ao reino de Deus: "santificado seja o Vosso nome", "venha a nós o Vosso reino" e "seja feita a Vossa vontade". Já os últimos pedidos são relacionados à vida do ser humano: "o pão nosso de cada dia nos dai hoje", "perdoai nossas ofensas (ou dívidas)", "não nos deixeis cair em tentação" e "livrai-nos do mal".

Catolicismo x Protestantismo

O Pai-Nosso está no centro das Sagradas Escrituras e é a oração do Senhor na tradição católica, tanto que a oração é feita em todas as missas. Já para os protestantes, o Pai-Nosso até pode ser rezado na íntegra, até porque muitas denominações de fato rezam em suas liturgias, mas é como um guia de como orar.

"Jesus não ensina uma fórmula, mas sim como se dirigir a Deus. Ao longo da história, essa oração foi tomada dos evangelhos para fazer parte da liturgia. Por isso que, na missa, rezamos a oração do Pai-Nosso no final", declara o professor de Teologia.

Além do mais, existem diferentes versões e traduções do Pai-Nosso. Na Igreja Católica, usa-se a segunda pessoa do plural (vós) e a expressão "perdoai nossas ofensas". Já no protestantismo, a oração é feita utilizando a segunda pessoa do singular (tu) e a expressão "perdoai nossas dívidas". Ambos os usos são originados de diferentes traduções e não podem ser consideradas errados. No Brasil, por exemplo, a Igreja Católica usava "dívidas" até o Concílio Vaticano 2º, quando mudou para "ofensas".

No final da oração, os protestantes, entre eles os evangélicos, terminam com "pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre", frase que não aparece em versões católicas do livro sagrado. É provável que tenha sido um acréscimo feito por copistas e não tenha sido escrita por Mateus. Contudo, é preciso ressaltar que, no uso litúrgico do Pai-Nosso durante a missa, após o "livrai-nos do mal", o padre reza uma prece em nome da assembleia, que responde, ao terminar, "vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre".