Diante do ritmo acelerado do dia a dia, sintomas clássicos de uma crise de ansiedade podem ser facilmente confundidos com um ataque do coração
Correria! Esta é a realidade da maioria das pessoas. Demanda, boletos, trabalho, prazos, maternidade. Com tantas tarefas a serem cumpridas, dificilmente conseguiremos dar conta de tudo com maestria. A tentativa até acontece, mas tem uma hora em que a conta chega alta em nosso emocional. Com tanta sobrecarga, o corpo começa a dar sinais de que algo não vai bem: coração acelerado, calafrios, tonturas, falta de ar, dormência... Sintomas clássicos de uma crise de ansiedade, mas que poderiam ser facilmente confundidos com um ataque do coração.
Em conversa com AnaMaria, o cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel conta que muitos pacientes chegam em seu consultório com a certeza de que estão sofrendo um infarto, quando, na verdade, estão mesmo é passando por uma crise de ansiedade ou pânico. Durante a entrevista, o médico, que também é nutrólogo, falou sobre algumas diferenças dos sintomas e deu dicas de alimentos para controlar a ansiedade. Confira!
Um infarto típico chama atenção pela dor no peito em aperto muito forte, sem melhorar com nada, associada com suores, náuseas e formigamento no braço esquerdo. No caso da ansiedade, os sintomas são parecidos, mas não tão incisivos. Geralmente, a pessoa apresenta taquicardia, sensação de falta de ar e até mesmo tontura.
O estresse é totalmente prejudicial e pode causar picos de pressão arterial, arritmias cardíacas e até mesmo um infarto do coração. Por isso, cada vez mais é preciso estar atento à maneira como sua rotina é conduzida. Não existe um manual de serenidade. Cada um sabe de que maneira as demandas pessoais impactam, mas é necessário encontrar um mecanismo para que seja o menos afetado possível.
Chama a atenção quando a pessoa fica muito emotiva, chora por qualquer motivo, sem foco, sonolenta demais ou com insônia. Outra característica comum é o isolamento do convívio social.
Existem muitos fatores para depressão e ansiedade, desde os fatores genéticos até aqueles causados por situações do cotidiano, como brigas familiares, traições, decepções, crises financeiras etc.
O ideal é o emocional saudável caminhar junto com o físico. Existem estratégias não medicamentosas, como atividade física, ioga, meditação, musicoterapia e terapia com psicólogos. Tem também estratégias medicamentosas – porém, estas devem ser orientadas por um especialista.
Sempre que houver dúvida quanto ao que pode estar acontecendo, deve-se procurar a emergência. É sempre preferível pecar por excesso de precaução a arriscar e ter algo mais sério. E imaginar é sempre pior do que saber, de fato. Hoje em dia, é muito comum as pessoas pesquisarem seus sintomas na internet, o que, na maioria das vezes, causa ainda mais ansiedade. A melhor opção é sempre procurar ajuda de um profissional para avaliação.
Curar sempre é mais difícil, mas não impossível. Diariamente lidamos com o inesperado e nem sempre temos o controle da situação, mas é possível manter o controle, principalmente se a pessoa conhece seus mecanismos em situações de estresse. “Por exemplo: se um paciente já foi diagnosticado com ansiedade aguda, consegue detectar uma crise e aprende como suavizá-la. Seja respirando, indo para um lugar mais arejado, com menos pessoas e controlando seus pensamentos. Ele entende que vai passar”, explica Edmo.
Muitos alimentos podem melhorar a sensação de bem-estar e ativar o metabolismo. Exemplos: castanhas, frutas vermelhas - além de melhorar o humor, ainda combatem o envelhecimento - e peixes de água fria (sardinha, salmão, arenque, atum e anchova), que são ótimos aliados na prevenção de depressão e ansiedade.
Os pais devem estar atentos para qualquer mudança de comportamento das crianças, especialmente gemidos, choros sem motivos, isolamento social, falta de apetite, recusa de programas de lazer.