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Posso amamentar o bebê da minha amiga? Os perigos da amamentação cruzada

Sem leite materno à bordo, comissária ajuda mãe desesperada. Mas será que é seguro para saúde do bebê?

Marcela Del Nero Publicado em 09/11/2018, às 16h40 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Patrisha Organo amamentando o filho da passageira - Reprodução/Facebook
Patrisha Organo amamentando o filho da passageira - Reprodução/Facebook

A comissária de Patrisha Organo estava apenas realizando seu trabalho em um voo da Philippine Airlines, na última quarta-feira (7), quando foi surpreendida com uma tarefa nada convencional.

Ao ouvir o choro insistente de uma criança, ela descobriu o problema: a mãe estava sem leite em pó e não conseguia alimentar o próprio filho com leite materno. No mesmo instante, Patrisha pensou em se oferecer para amamentar a criança faminta. Ela tem uma filha de quase um ano.

Após ser encorajada por seu superior, a comissária sugeriu a ideia para a passageira, que aceitou sem hesitar. "O bebê estava com muita fome. Ele mamou até pegar no sono", contou a mulher, que compartilhou a história em suas redes sociais.

Apesar de ser uma história aparentemente edificante, este é um exemplo de amamentação cruzada. Você sabe o que é isso? AnaMaria foi atrás de todas as informações sobre o assunto.

NÃO É INDICADO

A prática de mães amamentarem filhos de outras mães, conhecida como amamentação cruzada, foi contraindicado formalmente pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS) e traz diversos riscos para a criança.

Segundo a pediatra Rosa Maria Negri Alves, do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), um bebê só deve mamar do peito da sua própria mãe por conta do risco de transmissão de infecções. Ela ainda ressalta que a SBP também é totalmente contra a amamentação cruzada.

Lelia Cardamone, pediatra e membro do Departamento de Aleitamento da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), relembra que a prática não é permitida desde que foi constatado que algumas doenças infectocontagiosas, como a AIDS, podem ser transmitidas durante o aleitamento materno.

O QUE FAZER CASO NÃO CONSIGA AMAMENTAR?

A primeira orientação é buscar ajuda junto ao seu médico, pediatra ou a unidade onde teve o seu filho. Caso não consiga nenhum auxílio, a mulher pode procurar um Banco de Leite Humano (BLH). Existem 221 no Brasil (veja localizações)

Para Lelia, a melhor opção quando não há leite materno é o banco de leite. "A diferença fundamental é que o material doado diretamente por uma outra mãe é pasteurizado nessas unidades, o que o isenta de qualquer possibilidade de transmissão de doenças", diz. 

Ambas as especialistas ressaltaram que uma mãe nunca deve amamentar outra criança que não seja o seu próprio filho. Isso porque, mesmo se esta mãe estiver com os exames normais, ou mesmo se teve uma gravidez tranquila, ela pode estar em uma janela imunológica e esse bebê corre o risco de contrair alguma doença.