Segundo fonte próxima à família, o monarca britânico não vai seguir quimioterapia. - The Royal Family
CONFIRA

Com câncer, Rei Charles rejeita quimioterapia; saiba os riscos de tratamento alternativo

Dácio Quadros, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), faz alerta sobre tratamento adotado por rei Charles III

Guilherme Giagio Publicado em 09/02/2024, às 17h20

O rei Charles III foi diagnosticado com câncer, conforme anunciado pelo Palácio de Buckingham na última segunda-feira (5). A residência real não detalhou qual o tipo do tumor. O monarca britânico, no entanto, não será submetido à quimioterapia e será tratado com métodos alternativos.

Pelo menos é o que afirma o comentarista político Tom Bower, especialista em realeza. Em entrevista ao GB News, o escritor afirmou que o filho da rainha Elizabeth II não acredita no tratamento convencional. Por isso, deve recorrer à medicina alternativa, com ervas medicinais e até "poções". 

A escolha do rei Charles, porém, não é indicada pelos médicos. Em entrevista à AnaMaria Digital, o oncologista Dácio Quadros, do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), alertou sobre os riscos de trocar a quimioterapia por métodos não indicados.

Não há qualquer comprovação que nos motive a substituir uma terapia convencional por outra alternativa", reforça o especialista.

RISCOS

Cirurgia, quimioterapia, radioterapia, transplante de medula óssea são métodos comprovadamente seguros e benéficos no tratamento contra o tumor. Em alguns casos, é necessário combinar mais de uma das modalidades citadas para buscar a cura do câncer.

Por isso, não há necessidade de se submeter a tratamento não indicados. Quadros lista alguns dos riscos de abrir mão de tratamentos comprovados pela ciência:

MAS HÁ BENEFÍCIOS?

Poções, chás ou plantas não trazem nenhum benefício na luta contra o câncer. Entretanto, alguns tratamentos complementares podem ser úteis - desde que, como o nome indica, sejam aliados ao tratamento convencional. 

Como exemplo, o oncologista cita a acupuntura, massagem e aromaterapia. Os métodos citados podem auxiliar no controle do estresse, ansiedade e outros sintomas originados pela questão emocional do paciente.

Ainda assim, Dácio reforça: "Não há qualquer benefício em substituir um tratamento com melhor eficácia comprovada pela ciência por outro alternativo, que não tenha sido submetido a avaliações rigorosas de eficácia, dose, potenciais efeitos colaterais, que tragam segurança para o paciente.

DESCONFIANÇA DE PACIENTES

A quimioterapia e a radioterapia existem há décadas. No entanto, parte da população - assim como o rei Charles, desconfia do método mais utilizado no tratamento contra o câncer. Afinal, o que leva algumas pessoas a essa constatação? Segundo o médico, o senso comum sobre a doença.

O especialista acredita que, por se tratar de uma doença potencialmente grave que leva à morte em muitas ocasiões, ainda há pessoas que acreditam que todo câncer vai levar ao fim da vida independente do que se faça. Mas a análise está equivocada

"Isso não é verdade, pois temos muitos tipos de câncer, a análise de cada caso é bastante personalizada e com muitos detalhes, e inúmeras vezes conseguimos curar a doença ou retardar em muito sua progressão com os vários tratamentos que temos a disposição nos dias atuais", garante Dácio.

Um ente querido diagnosticado com câncer não planeja seguir o tratamento. Como convencê-lo?

A grande questão em casos do tipo é: como convencer um amigo ou familiar, diagnosticado da doença, a seguir com a quimioterapia? O oncologista explica! Ele defende que é fundamental explicar para o paciente todas as opções de tratamento e possíveis efeitos colaterais.

A indicação de quimioterapia vem nos seguintes contextos:

Com o avanço da medicina, os efeitos colaterais causados pela quimioterapio são reduzidos. Ao mesmo tempo, um paciente com câncer que não faz o tratamento mais adequado, pode sofrer mais pelos sintomas causados pela doença".

"Portanto, é sempre importante discutir as opções de tratamento, participar das escolhas, expressar os medos e angústias, para que, junto da equipe assistente, as melhores decisões sejam tomadas, os valores do paciente respeitados, e ao mesmo tempo uma estratégia terapêutica adequada seja traçada para que o paciente sofra menos e tenha maior eficácia em seu planejamento", finaliza.

 

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