Quando o pequeno brinca, aprende a controlar o próprio corpo, a resolver conflitos, negociar...
Da Redação Publicado em 26/05/2019, às 18h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h47
“Minha filha parece que vive no mundo da imaginação. Isso faz bem para o desenvolvimento dela?” M. P., por e-mail.
Pode parecer bobagem, mas a brincadeira para a criança tem a mesma importância do trabalho para o adulto. E deve ser levada a sério! Um chá da tarde com as princesas pode parecer besteira de faz de conta, mas, no divertimento, o pequeno aprende a se relacionar com o ambiente, a explorar a criatividade ao dar outro significado para um objeto.
Exemplo: um bule se torna uma piscina para o pônei. Os adultos são bem menos inventivos. Na infância, ouvimos os grandes falarem “pare de besteira, isso é um bule”, devolvendo ao objeto sua função original. Assim, a criança entende que a imaginação não é importante e deixa-a de lado.
Quando maiores, percebemos que o mercado de trabalho e o nosso dia a dia exigem uma dose de criatividade para encontrarmos soluções. Muitas pessoas, aliás, alcançam o sucesso por terem ideias inéditas.
Então, deixe a criatividade da criança correr solta, entre no universo dela, redescubra a sua própria inventividade e fortaleça os vínculos com o filho. Ele sentirá que os pais se importam e criará amor e confiança, favorecendo a comunicação entre vocês. Quando o pequeno brinca, aprende a controlar o próprio corpo, a resolver conflitos, negociar, refletir, ponderar, ceder, argumentar.
Enfim, habilidades valorizadas no futuro. Mesmo as brincadeiras mais agressivas, com arminhas ou espadas, não devem ser repreendidas, desde que a criança não machuque a si ou ao outro. A agressividade faz parte da vida, é natural, apenas deve ser bem direcionada.
Muitas vezes, a diversão agressiva é só o jeito de lidar com sentimentos de raiva ou frustração. Durante os jogos, a criança entra em contato com seus sentimentos e aprende a lidar com eles. Algo fundamental para a formação de alguém saudável.
PRISCILA COGHI Neuropsicóloga formada pela USP, com especialidade em diagnóstico psicológico infantil, ludoterapia e orientação aos pais, pelo Ciclo CEAP, e em clínica com bebês pela PUC - COGEAE. É também doula e educadora perinatal pelo GAMA.
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