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Você sabe como manter a casa limpa e evitar crises de rinite?

Hoje falo um pouco sobre as condições ambientais e como podemos melhorar o ambiente em que estamos para evitar doenças respiratórias

Mulher crise de rinite - FREEPIC
Mulher crise de rinite - FREEPIC

No outono há aumento da ocorrência de doenças respiratórias, rinites alérgicas e não alérgicas. Além disso, as condições ambientais podem ajudar ou piorar crises de rinites. Por isso é importante saber o que podemos fazer para melhorar o ambiente em que estamos.

Para começar, precisamos entender quais são as causas do problema!  

Na rinite alérgica! 

Os principais agentes causadores de episódios alérgicos são a poeira domiciliar, ácaros, fungos e pelos de animais. São chamados de aeroalergenos por gerarem sensibilidade por inalação.   

Os três ácaros mais comuns no Brasil são: Dermatophagoides pteronyssinus, Dermatophagoides farinae e Blomia tropicalis. Eles se alimentam de células mortas da pele humana e animais. Os resíduos dos pets e o clima quente e úmido também são propícios para a proliferação.   

Já entre os animais, os cães, gatos e roedores são os principais. A sensibilização a estes alérgenos pode ocorrer por exposição direta (presença do animal no ambiente) ou mesmo indireta (transporte passivo do aeroalérgeno).

O alérgeno principal do gato é produzido pelas glândulas sebáceas e secretado na pele. Excreção semelhante ocorre nos cães, apesar deste ser uma fonte menos potente de alérgeno. Proteínas de animais roedores como os hamsters, são altamente alergênicas. 

Os fungos são alérgenos importantes que se proliferam principalmente em ambientes úmidos. Plantas no interior do domicílio podem funcionar como reservatório de fungos, sendo os principais fungos associados a quadros alérgicos respiratórios:  Cladosporium sp, Aspergillus sp, Alternaria sp e Penicillium notatum. 

Assim, para ajudar com esses aeroalergenos, siga as dicas: 

  1. Circule o ar: mantenha ambientes bem ventilados e ensolarados. 
  2. Prefira travesseiros de espuma, fibra ou látex, sempre que possível em capas impermeáveis aos ácaros.  
  3. Lençóis e cobertores devem ser trocados e lavadas regularmente com detergente e a altas temperaturas (>55ºC) e secadas ao sol ou ar quente. 
  4. Aspire a superfície dos colchões com um modelo potente de aspirador doméstico.
  5. Evite tapetes, carpetes, cortinas e almofadões. Prefira pisos laváveis (cerâmica, vinil e madeira) e cortinas do tipo persianas ou de material que possa ser limpo com pano úmido.   
  6. Camas e berços não devem ser justapostos à parede. Caso não seja possível, coloque-a junto à parede sem marcas de umidade ou a mais ensolarada.
  7. Evite bichos de pelúcia, estantes de livros, revistas, caixas de papelão ou qualquer outro local onde possam ser formadas colônias de ácaros. Substitua-os por brinquedos de tecido para que possam ser lavados com frequência. 
  8. Identificar e eliminar o mofo e a umidade, principalmente no quarto, reduzindo a umidade a menos de 50%. Especial atenção para áreas úmidas de sua casa, como banheiro (cortinas plásticas do chuveiro, embaixo das pias, etc.). A solução diluída de água sanitária pode ser aplicada nos locais mofados, até sua resolução definitiva, mesmo porque são irritantes respiratórios. 
  9. Evite o uso de vassouras e aspiradores de pó comuns. Passar pano úmido diariamente na casa ou usar aspiradores de pó com filtros HEPA 2x/semana!
  10. Evite que os pets compartilhem ambientes, especialmente no quarto e na cama do paciente (ambiente seguro).

Para as rinites não alérgicas? 

O principal fator são os irritantes respiratórios. Além de causarem crises em pessoas sem alergia podem piorar os sintomas dos alérgicos. Os principais irritantes inalatórios são: fumo, poluentes ambientais e produtos químicos. 

O fumo é o principal agressor da mucosa nasal e causa inflamação que gera tanto alterações na sua função de defesa quanto crises de rinite. 

A poluição ambiental cada vez mais apresenta evidências de atuar como fator precipitante e agravante de rinite alérgica. Há estudos mostrando a associação entre emissões industriais e veiculares com o aumento no risco de rinite alérgica. Entre os poluentes mais importantes estão os óxidos de nitrogênio (NOx ), o dióxido sulfúrico (SO2 ), o ozonio (O3 ), além dos materiais particulados com diâmetros < 10 μm (PM10). 

Além disso, os pacientes alérgicos são usualmente hipersensíveis a irritantes não específicos como perfumes, desodorantes, produtos químicos oleosos usados na limpeza doméstica, odores fortes, além do gás de cozinha.  

A estratégia é evitar exposição a esses inalantes o máximo possível. No dia a dia entendemos ser bastante difícil, especialmente quando consideramos nossa dinâmica social. Assim, minha sugestão é incluir a lavagem nasal com solução salina para reduzir o tempo de contato destes irritantes com o nariz e assim, reduzir as crises de rinite. 

E na dúvida, procure seu médico!

Dra. Maura Neves (@dra.mauraneves) é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP, com residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP, fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP, doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e médica assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui em Ana Maria, quinzenalmente, publica um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta.