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Bem-estar e Saúde / Maternidade real

Estresse materno: quando é a hora de uma mãe procurar ajuda? Entenda possível quadro de Fernanda

Desabafo da sister abriu portas para uma discussão importante; saiba identificar o estresse materno

Marina Borges

por Marina Borges

mborges_colab@caras.com.br

Publicado em 20/03/2024, às 16h55 - Atualizado às 17h42

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Estresse materno afeta saúde mental da mãe e da família - Freepik/TV Globo
Estresse materno afeta saúde mental da mãe e da família - Freepik/TV Globo

Após o forte desabafo de Fernanda Bande, participante do BBB 24, sobre os desafios da maternidade real, surge uma reflexão importante sobre a saúde mental das mães. Em meio às pressões e responsabilidades da criação dos filhos, é crucial reconhecer os sinais de alerta que indicam quando o estresse materno ultrapassa os limites do normal. 

Em um momento de vulnerabilidade, Fernanda expressou sentimentos intensos, falando abertamente sobre os momentos de extremo estresse e exaustão que enfrenta como mãe solo e atípica:

“Tem dias que você quer matar seus filhos e ser presa. Tem dias que você olha pra essas crianças e fala ‘se eu morasse num prédio jogava pela janela', porque não aguenta, você surta, você quer morrer", desabafou Fernanda.

Para entender melhor os sinais de alerta relacionados à saúde mental das mães e fornecer orientações sobre quando é hora de procurar ajuda especializada para garantir o bem-estar materno e familiar, AnaMaria conversou com a psiquiatra Vanessa Greghi, diretora médica do Instituto de Psiquiatria Paulista (IPP).

QUANDO É A HORA DE UMA MÃE PROCURAR AJUDA?

estresse materno
Foto: Freepik/Drazen Zigic

Diante das inúmeras responsabilidades da maternidade, é comum enfrentar momentos de estresse. No entanto, quando esse estresse ultrapassa os limites normais, torna-se crucial reconhecer os sinais que indicam a necessidade de intervenção profissional. 

De acordo com Vanessa, quando a mãe começa a não ficar funcional é um sinal de que o limite foi ultrapassado: "Quando começa a não conseguir cuidar do bebê, ou cuidar de uma forma muito excessiva, olhar toda hora se tá respirando, tudo isso, e começa a não conseguir fazer o que ela tem que fazer, às vezes descuidando até de si mesma, é um sinal de alerta", explica a psiquiatra.

SINAIS DE ALERTA

  • Dificuldade em cuidar do bebê de maneira adequada, ou cuidado excessivo, manifestado pelo constante monitoramento da respiração do bebê e outros comportamentos obsessivos;

  • Descuido com a própria higiene pessoal, indicando uma negligência consigo mesma;

  • Perturbações no sono, como dificuldade para dormir, sono fragmentado e sonolência durante o dia, afetando a funcionalidade diária da mãe;

  • Sentimentos persistentes de desânimo, indisposição e falta de energia, prejudicando o cumprimento das tarefas diárias.

Esses sinais de alerta sugerem que o estresse da maternidade pode ter evoluído para um problema mais sério de saúde mental, como ansiedade ou depressão, requerendo atenção profissional e intervenção adequada.

IMPACTOS

estresse materno
A culpa constante é um dos impactos do estresse materno - Foto: Freepik

Os pensamentos e sentimentos negativos associados ao estresse excessivo da maternidade podem ter consequências significativas na saúde mental da mãe. De acordo com Vanessa, quando ela se sente constantemente culpada, inadequada e isolada em seus sentimentos, isso pode desencadear uma progressão para uma depressão mais grave.

A autoestima e a confiança da mãe são minadas, aumentando os sentimentos de desamparo e desesperança. É essencial reconhecer esses impactos negativos precocemente para buscar ajuda profissional e intervenções adequadas.

O QUE FAZER?

Existem várias estratégias e recursos disponíveis para ajudar as mães que enfrentam dificuldades relacionadas ao estresse materno e à saúde mental. A seguir, Vanessa aponta caminhos importantes para o tratamento do quadro:

  • Intervenção médica: consultar um profissional de saúde qualificado, como um psiquiatra ou psicólogo, pode ser crucial. Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para ajudar a aliviar os sintomas e estabilizar o humor;

  • Psicoterapia: a terapia individual ou em grupo pode fornecer um espaço seguro para explorar e lidar com os desafios emocionais associados à maternidade;

  • Apoio familiar: pedir ajuda e apoio de familiares e amigos pode aliviar a carga emocional e prática da maternidade. Delegar tarefas e compartilhar responsabilidades pode proporcionar um alívio significativo;

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): esta abordagem terapêutica focada em objetivos pode ajudar as mães a identificar e modificar padrões de pensamento negativos ou distorcidos, promovendo uma melhor gestão do estresse e da ansiedade;

  • Melhorar a organização e a qualidade da rotina: estabelecer rotinas consistentes e eficazes pode ajudar a reduzir o estresse e a sensação de sobrecarga. Priorizar o autocuidado e reservar tempo para atividades que proporcionem prazer e relaxamento também são essenciais.

Buscar apoio profissional e implementar estratégias de autocuidado são passos importantes na jornada para uma maternidade mais saudável e equilibrada.

E lembrem-se, mães: vocês não estão sozinhas nessa jornada. É essencial construir e cultivar uma rede de apoio e buscar ajuda quando necessário. A maternidade pode ser desafiadora, mas com o suporte adequado e a conscientização sobre os sinais de alerta de problemas de saúde mental, é possível enfrentar esses desafios e encontrar equilíbrio e bem-estar para vocês e suas famílias.

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