Sintomas de tontura no idoso contribuem para redução de autonomia nestas pessoas
Uma das queixas mais frequentes que vejo no consultório são as tonturas. E, sim, elas aumentam com a idade, tanto que cerca de 1 em cada 5 adultos terão o sintoma ao longo da vida. Vale ressaltar que as queixas de vertigem, tontura e desequilíbrio são bem mais frequentes em idosos do que entre os mais jovens.
O problema é que tais queixas levam com frequência a limitações nas atividades do dia a dia, contribuindo para a redução de autonomia nestas pessoas. A presença de tontura ou vertigem leva, por si só, a redução de atividades físicas, piora da coordenação de membros inferiores, aumento do risco de quedas, bem como isolamento e depressão.
Assim, falar de equilíbrio nesta idade é considerar a importância de nossa mobilidade, saúde e qualidade de vida no nosso processo de envelhecimento. E, considerando os últimos dados demográficos que mostram um tempo de vida maior, as chances de termos algum destes sintomas aumenta.
As causas de perda de equilíbrio são muitas e, na maioria das vezes, há mais de uma presente, o que dificulta o tratamento. Para nos equilibrarmos, usamos informações visuais, do labirinto e do sistema somatossensorial (que é a sensibilidade de músculos e articulações do corpo todo). Todas essas informações serão coordenadas no cérebro, para termos equilíbrio. Assim, alterações nestas informações são a principal causa de tontura nos idosos.
Vamos por etapas: sabemos que a visão piora com a idade. Temos conhecimento também de que os músculos ficam mais fracos, as articulações mais rígidas e os reflexos mais lentos. A má notícia é que o labirinto também envelhece!
Claro que existem e podem acontecer doenças específicas do labirinto em todas as idades. Mas gostaria de deixar claro que, apesar de alguma doença, o desequilíbrio é frequente entre os idosos por causas naturais da senilidade.
A boa notícia é que dá para melhorar. E, acima de tudo, prevenir! As dicas são:
*DRA. MAURA NEVES é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP. Fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP. Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Médica Assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui na Revista AnaMaria, trará quinzenalmente um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta. Instagram: @dra.mauraneves.