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Exclusivas / Entrevista

Filha de Mario Zan, Mariangela Zan, bate papo exclusivo com a Revista AnaMaria

Cantora e apresentadora do Aparecida Sertaneja relembra trajetória com o pai, o ícone da música sertaneja, Mario Zan

Karla Precioso

por Karla Precioso

kprecioso@editoracaras.com.br

Publicado em 09/10/2022, às 14h30

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Mariangela Zan é apresentadora do Aparecida Sertaneja - Instagram/@mariangelazan
Mariangela Zan é apresentadora do Aparecida Sertaneja - Instagram/@mariangelazan

Filha do acordeonista e compositor Mario Zan, a também talentosa, Mariangela Zan, cresceu no meio de músicos e começou a cantar aos 15 anos. Hoje, a artista segue fazendo shows além de comandar o programa Aparecida Sertaneja, da TV Aparecida). Na entrevista, a artista conta sobre como o pai a inspirou a seguir carreira na música e como é estar à frente

Confira a entrevista completa:

Sua iniciação na música foi como backing vocal nos shows de seu pai. Fale um pouco dessa época.

Aos 15 anos de idade, foi uma barra convencer meu pai de que eu queria seguir na carreira artística. Ele queria que eu estudasse e seguisse outra área por saber que o ambiente artístico era complicado - ainda havia muito preconceito com as cantoras. Até que um dia, quando a cantora da banda faltou, ele me deixou cantar na gravação. A partir daí, comecei a viajar para cantar na banda. Eu cantava com ele e, nos momentos de descanso do artista, segurava o baile. Foi a maior escola.

Como é ser filha de um ícone da música sertaneja, compositor da memorável canção Chalana?

Às vezes, fico horas navegando nas páginas das antigas revistas Radiolândia e O Cruzeiro, publicações de sucesso nos anos 1940 e 1950, repletas de matérias sobre meu pai. Me orgulho do quanto ele fez pela música brasileira e me espelho nele para ter a mesma garra para trabalhar, lutar e conquistar meu lugar ao sol. Meu pai nunca parou de trabalhar. Até com bastante idade, estava lá tocando seu acordeon, de pé...

Mario Zan deixou um patrimônio musical, mas a receita dos direitos autorais dele tem um destino curioso…

Pois é! Meu pai quando veio para São Paulo morou no bairro do Ipiranga e ouvia as histórias da época da Independência do Brasil e, em especial, da Marquesa de Santos, que ficou conhecida pelo seu relacionamento com o imperador Dom Pedro I. Ela foi uma grande dama da sociedade paulistana, benemérita, distribuía comida aos mais carentes, libertou seus escravos bem antes da Lei Áurea, doou valores altos para o cuidado com os órfãos abandonados na roda da Santa Casa de São Paulo e terras para que ali fosse construído um cemitério para os mais pobres, o Cemitério da Consolação. 

Após sua morte é que os terrenos foram vendidos para as famílias abastadas. Diante de tudo isso, meu pai ficava louco da vida ao ver a mídia comentar somente sobre os anos que ela viveu com Dom Pedro I. Então, começou a usar o espaço na imprensa para divulgar as coisas boas que ela havia feito. Na década de 1980, ele mandou reformar o túmulo da Marquesa e pagava mensalmente pela manutenção, até o dia em que ele nos deixou. Um dos desejos dele quando morresse era que seu corpo fosse sepultado em frente ao túmulo da Marquesa. E assim foi feito. O dinheiro que recebo hoje dos direitos autorais de suas obras uso para pagar a manutenção dos túmulos (o dele e o da Marquesa).

Além dos shows como cantora, você apresenta o Aparecida Sertaneja. Como concilia os dois trabalhos?

Sempre conciliei direitinho, mas minha prioridade é a Aparecida Sertaneja, pois considero minha vida em antes e depois desse programa. Antes, eu era uma cantora de públicos menores, hoje canto para uma nação, através da tela da emissora. Amo estar num canal de Missionários Redentoristas e sob a luz de Nossa Senhora Aparecida. Ainda apresento o Aparecida Sertaneja na Rádio Aparecida e cuido pessoalmente do meu canal no Youtube e redes sociais. Adoro a internet [risos]!

Qual a importância do Aparecida Sertaneja para os artistas da música sertaneja raiz?

É imensa. Nosso povo ama os modões sertanejos, a música caipira, e a TV Aparecida é uma das poucas emissoras que dá espaço para esse mercado. Agora, abriu espaço também para outros ritmos da cultura brasileira: a seresta, o samba, o carimbó, o forró, os ritmos do sul do Brasil, assim como os de fronteira e até músicas italianas, latinas e portuguesas. Afinal, este é o povo brasileiro, essa linda mistura que resultou no povo mais alegre do mundo.

Lembra de algum momento no programa que lhe marcou?

Minha estreia no programa, em janeiro de 2016, diante de uma plateia com mais de 600 pessoas e, em março deste ano, no programa em que As Galvão foram homenageadas, com a presença de Mary Galvão no nosso palco. Foi lindo, emocionante e histórico.