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Exclusivas / De bem consigo mesma!

Modelo plus size, Aline Zattar conta como foi seu processo de aceitação

Ao encarar um glorioso processo de autoaceitação, Aline Zattar vem ressignificando a vida de milhares de outras mulheres

Karla Precioso

por Karla Precioso

kprecioso@editoracaras.com.br

Publicado em 10/11/2022, às 15h57

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Aline Zattar é uma modelo de sucesso e quebra paradigmas - Instagram/@alinezattar
Aline Zattar é uma modelo de sucesso e quebra paradigmas - Instagram/@alinezattar

Aos 37 anos e mãe de dois filhos, a modelo plus size, influenciadora digital e colunista da revista Máxima, Aline Zattarestá de bem com a vida e com o seu corpo. Mas nem sempre foi assim. Foram anos de não aceitação, remédios para emagrecer, sofrimento e depressão por se sentir fracassada, por não se enquadrar nos ‘padrões’ exigidos pela sociedade. E foi depois da segunda gravidez que alguma coisa mudou e a fez pensar diferente. 

Aline iniciou um processo de aceitação e amor ao seu corpo, e foi o trabalho que deu forças a ela para mudar seu paradigma e encontrar em si mesma o caminho da superação e sucesso: “A luta pela liberdade de ser quem é ou quem quiser ser ainda é longa, mas sempre que uma mulher se sente empoderada, se aceita e se ama, é a certeza de que estamos no caminho certo”, fala com orgulho.

Confira a entrevista completa:

Como reverter um processo traumático em um projeto de sucesso e empreendedorismo?

Como a própria pergunta diz, é um processo. Não é só virar uma chavinha, acreditar em você e a mágica acontece. É uma virada de chave quando você cai na real que toda sua luta contra você mesma não a levou a lugar nenhum ou a um objetivo que lhe trouxesse paz de espírito. Tive que me questionar muito. Questionei se era preciso mudar minha essência e meu corpo para que realmente pudesse ser feliz. Sempre quis ser magra a qualquer custo, mas será mesmo que eu só poderia ser feliz e ter sucesso apenas sendo magra? Não! Foi um processo de altos e baixos. Se redescobrir, reinventar, desconstruir paradigmas não é algo simples. Mas, olhar para si com amor é o primeiro passo para o autocuidado com mais esmero. Você já se questionou sobre o que realmente quer e lhe traz paz? Eu não podia apagar meu passado, mas podia ressignificá-lo para que eu pudesse evoluir, sair de coadjuvante e assumir o papel principal. E não precisei ser magra para que isso acontecesse.

Já sofreu bullying por conta do peso?

Eu sempre sofri bullying na escola e aquilo me abalava muito. Vivia em médicos, tomava remédios para emagrecer – e como podem ver, não funcionaram! A adolescência não foi diferente. Começava a época dos namoradinhos. Minhas amigas ficavam com os meninos e eu geralmente era deixada de lado. Ou ainda quando alguém queria ficar comigo era escondido para ninguém saber. Aos 14 anos, fui para uma clínica para emagrecer. Fiquei três meses sozinha lá. Meus pais iam me visitar nos finais de semana. Estava pesando 125kg devido a tantos efeitos rebote de medicamento e um pico de hipotireoidismo desregulado. Nesse período, emagreci 30 kg sem medicação. Foi um período em que aprendi a me alimentar sem restrições absurdas.

E como foi a transição para a fase adulta?

Embora eu tivesse emagrecido e estivesse com a autoestima um pouco melhor, minha saga com o corpo não tinha cessado. Eu acordava todo dia pensando: qual dieta posso tentar? Eu queria cursar medicina ou farmácia, só que tinha um porém: como ia usar roupa branca? Ia marcar toda minha celulite... Desisti dos cursos por puro preconceito comigo mesma. Escolhi cursar Direito. Me formei, trabalhei um tempo, mas meus olhos brilharam para outro caminho... Graças!

E como iniciou a carreira de modelo plus size?

Por insistência das minhas amigas, comecei a olhar com mais carinho para mim, e iniciei um processo de acreditar que eu podia vencer a mim mesma e aos preconceitos colocados na minha cabeça por tanto tempo. Procurei uma agência de modelo. Apesar de sentir medo, deu certo! Depois, venci o concurso Miss Pluz Size 2013... E muitas outras coisas vieram. Não é de uma hora para outra que a gente se ama e que nos enxergamos diferentes. Mas, com as inúmeras mensagens que chegavam todos os dias de meninas que diziam se inspirar em mim, aquilo foi me preenchendo e virando um propósito de vida.

Ser colunista de uma revista feminina empodera você ainda mais?

Sim, claro. Saber que eu posso atingir mais e mais mulheres com minhas palavras faz com que me sinta realizada e honrada por fazer parte da representatividade.