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Educar não é tarefa só dos responsáveis

Para evoluir, a criança precisa do empenho dos pais. Para seguir crescendo, aceite, ela necessita de outras influências também. Saiba lidar com isso

Ana Bardella Publicado em 28/06/2017, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Educar não é tarefa só dos responsáveis - iStock
Educar não é tarefa só dos responsáveis - iStock
Às vezes, pai e mãe acreditam que cabe apenas a eles a missão de educar os filhos. Claro, não se pode negar que ocupar esses papéis implica em grande responsabilidade. No entanto, a verdade é que, com o tempo, as crianças vão ganhando autonomia, interagindo cada vez mais com parentes, colegas de sala, professores... Esse processo, além de saudável, influencia na maneira como eles se comportam. A matéria a seguir foi feita para ajudá-la a entender a importância da comunidade para a evolução dos seus filhotes.

Tudo começa pela mulher 
Por mais que o homem acompanhe o processo de gestação de um bebê, as principais experiências ligadas a esse momento são vividas de maneira singular pela futura mãe. Tudo intensamente, já que o desenvolvimento dessa nova vida ocorre dentro do corpo feminino. “Por isso é compreensível que, na maior parte dos casos, a conexão entre ela e o filho surja rapidamente”, comenta Vital Didonet, educador e assessor legislativo da Rede Nacional Primeira Infância. O esperado, portanto, seria que os homens passassem a fortalecer esse vínculo com os pequenos a partir do parto. Mas nem sempre isso acontece...

Pai presente é importante 
“Devido a questões culturais, alguns homens limitam ou evitam o contato com os bebês”, diz o educador. Sem contar aqueles que nem os reconhecem – só no Brasil, 4 milhões de pessoas não são registradas por seus pais! Quem sai no prejuízo com isso? A família toda: as crianças, que perdem sua referência masculina mais próxima; as mães, que acumulam tarefas relativas aos cuidados com os pequenos; os próprios homens, que deixam de ver seus filhos se desenvolvendo... E não pense que morar na mesma casa basta. É preciso participar intensamente da rotina para influenciar no crescimento das crianças de maneira positiva.

Que bom contar com eles! 
Se nos primeiros meses o bebê tem pouco contato com o mundo externo, o passar do tempo faz com que encontros com parentes e amigos da família se intensifiquem. “Ele vai se tornando um ser aberto para as relações sociais”, explica Didonet. Uma tarde na casa da vovó, uma manhã brincando com os primos, um passeio ao lado dos tios... “Essas experiências mostram à criança que seus pais possuem laços afetivos com os demais. Ela percebe como é querida e isso gera sensação de segurança”, completa. Além, claro, de ser benéfico para seus responsáveis, que podem contar com uma rede capaz de lhes amparar nos momentos difíceis, facilitando suas horas de descanso ou lazer.

Escola: um passo à frente 
Os estudos são importantíssimos. Mas, na escolinha (e, mais tarde, no colégio), tão importante quanto as matérias trabalhadas são as outras habilidades desenvolvidas nesse ambiente. Entre elas está a socialização: saber dividir os materiais, esperar sua vez para falar, respeitar os momentos de silêncio e de convivência em grupo na sala de aula... Afinal, é naquele espaço que os pequenos passam uma grande parte do dia. “Por isso, é extremamente fundamental que os valores estimulados ali sejam condizentes com aqueles trabalhados dentro da própria casa”, ressalta o educador. Pois, no final das contas, o ideal é que a escola complemente a ação da família – e não entre em contradição com ela! Caso contrário, a criança pode ficar com a cabeça confusa.

Por exemplo: se você estimula seu filho a se vestir da maneira como se sente mais confortável, mas o matricula em um colégio com normas de vestimenta muito rígidas... pode gerar um conflito. Então, avalie com bastante atenção a proposta pedagógica do local antes de fazer a inscrição.

Governar bem é cuidar
“A Constituição diz: é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar os direitos referentes à vida, à saúde, à educação e à cultura de crianças e adolescentes”, esclarece Didonet. A missão não se refere só às escolas e hospitais de qualidade. Leis que permitam a maior participação da família na educação dos pequenos são bem-vindas! E devemos escolher os governantes que mais lutem pelos direitos das crianças.