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Boate Kiss: sobrevivente conta história macabra de suposta 'mulher de vermelho';

Boato sobre suposta 'mulher de vermelho' começou em 20136; jornalista explica possível origem do boato

Vivian Ortiz

por Vivian Ortiz

vortiz_colab@caras.com.br

Publicado em 30/01/2023, às 15h27 - Atualizado em 01/02/2023, às 13h53

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Lenda sobre uma suposta mulher de vermelho foi relatada por sobrevivente da Boate Kiss. - Youtube e Vladimir Fedotov/Unsplash
Lenda sobre uma suposta mulher de vermelho foi relatada por sobrevivente da Boate Kiss. - Youtube e Vladimir Fedotov/Unsplash

Dois mil e vinte e três marca os 10 anos da tragédia da Boate Kiss, que aconteceu em 27 de janeiro de 2013. Por conta da data relevante, em que foram lançados uma série e um documentário sobre o que aconteceu, sobreviventes também voltaram a dar seus relatos, e a história macabra de uma mulher de vermelho chamou a atenção dos internautas. Tal rumor foi desmentido por um jornalista que cobriu a tragédia e relatou quando esse boato pode ter começado.

Quem trouxe o assunto novamente à tona foi a fisioterapeuta pediátrica Jéssica Duarte, que tinha apenas 20 anos quando conseguir sobreviver ao incêndio da Boate Kiss. Hoje vivendo em Curitiba (PR), ela usou seu perfil no Instagram para compartilhar sua experiência como sobrevivente, que inclui a tal mulher de vermelho.

Uma lenda em Santa Maria (RS), onde aconteceu a tragédia, afirma que sobreviventes relataram ter visto uma mulher vestida de vermelho indicando o local da saída. Ela, porém, estaria apontando para a entrada do banheiro, local em que foram encontrados muitos corpos. No entanto, a versão oficial aponta que, na escuridão causada pela fumaça, as pessoas viram a luz do banheiro - que não tinha saída e nem janelas - e acharam estarem indo para a porta da rua, quando ficaram presas.

ENERGIA MUITO RUIM

Questionada sobre a lenda da tal mulher de vermelho, Jéssica deu a sua versão da história. Ao contrário do que é dito, ela relatou ter visto a tal figura no hospital, e não na Boate Kiss. Na época, Jéssica passou 25 dias na UTI, pois teve cerca de 40% do corpo queimado.

"Eu não conseguia descansar porque, toda vez que eu fechava o olho, via uma mulher de vermelho e eu via que ela me chamava para um lugar muito ruim. Então, não gostava de fechar meus olhos, porque toda vez que eu fechava eu via essa mulher de vermelho me chamando e era uma energia muito ruim. Eu não queria descansar, porque não queria ver a mulher de vermelho", relatou.

Apesar do que falou, Jéssica não nega a possibilidade de tal visão ter sido fruto de uma alucinação devido às dores e efeito das medicações. "Altas doses de remédio, muita dor, alucinação é completamente normal", frisou. Veja o relato:

PURO RUMOR

No Twitter, o jornalista Marcelo Soares, classificou como "desinformação" a volta da história da mulher de vermelho e detalhou quando pode ter surgido esse rumor. Ao cobriu a tragédia, em 2013, afirmou que uma moça "claramente desequilibrada" passou uma tarde onde ficava a imprensa tentando empurrar essa história.

"Por causa da cobertura, eu estava em contato com vários sobreviventes, pessoas que saíram no comecinho e se salvaram. Ninguém viu essa suposta mulher. Ela só existiu na imaginação de uma moça desequilibrada, nível ficar gritando 'vocês precisam me entrevistar'", relatou.

Segundo o jornalista, ela era mais uma dos que ficavam pela rua querendo aparecer para a imprensa, que estava na cidade para a cobertura da tragédia. "Os papagaios de pirata um pouco menos ofensivos eram os que começavam a chorar alto quando alguma câmera ligava. Um subconjunto deles tinha comprado no supermercado ao lado um vasinho de flores. Quando ligava uma câmera, o papagaio ia em direção à boate para deixar no asfalto", relatou.

Para ele, boatos de fundo místico não esclarecem nada e não ajudam ninguém - exceto quem os espalha querendo aparecer.  "Não colabore, a menos que ache OK a falta de saída de emergência, a espuma inflamável e tóxica, um idiota acender um rojão para uso externo e o resto da negligência", escreveu.