Com a promessa de rejuvenescer, prevenir doenças e afinar a silhueta, o mercado de suplementação alimentar não para de crescer. Aprenda mais sobre esse mundo:
Da próxima vez que for à farmácia, repare nos complexos vitamínicos, energéticos e afins – existe uma infinidade de tipos e marcas. E tudo à venda sem receita. Quem está se sentindo desvitalizada ou até acima do peso tende a ficar tentada a comprar um suplemento. Vai que funciona, certo? Ok, pode ser que sim, mas como ter certeza de que esse é o melhor “remédio” para o seu caso? Os especialistas são unânimes: “É preciso consultar um médico, nutrólogo ou nutricionista pra saber as reais necessidades de cada indivíduo”, diz Fernanda Chálabi Braga, farmacêutica da HealthLine (RJ). “E fazer um exame de sangue pra descobrir as carências de vitaminas e minerais e, assim, consumir o produto certo”, completa Alessandra Luglio, especialista em nutrição funcional, esportiva e emagrecimento (SP).
Cuidado, garota!
Evite tomar mais de um suplemento ao mesmo tempo. Se nas fórmulas existir repetição de nutrientes, o excesso ingerido não será
absorvido pelo corpo e pode até sobrecarregar o organismo.
E a receita médica?
Eles são vendidos livremente, pois “a Anvisa caracteriza suplementos vitamínicos e minerais como itens que ajudam a complementar a dieta diária de uma pessoa saudável”, diz Fernanda. “É importante deixar claro, no entanto, que nenhum complemento vale por uma
refeição nem pode substituí-la”, adverte Alessandra.
Em prol da beleza
Sobre nutracêuticos (o termo vem de nutriente + farmacêutico), que embelezam pele, cabelo e unhas associam vitaminas, minerais,
e alguns compostos bioativos com ação antioxidante e fortalecedora dos tecidos.
AÇÃO: Há um ativo essencial para cada necessidade. Contra os sinais de envelhecimento, por exemplo, entram em cena silício, zinco, luteína, vitaminas A, C e E, picnogenol, resveratrol, licopeno, coenzima Q10 e chá verde. Já para dar firmeza na pele, os campeões são silício e zinco. A proteção solar é conseguida com picnogenol, resveratrol, licopeno, vitaminas B12 e D. No caso do
fortalecimento de cabelos e unhas, a fórmula das pílulas conta com cobre, zinco, vitamina B12 e biotina.
RISCOS: Em doses normais, os suplementos de beleza não costumam trazer efeitos colaterais para a saúde. Mas vale sempre lembrar da recomendação dos especialistas de somente ingerir essas pílulas com acompanhamento de um profissional.
DICA: Não adianta tomar o suplemento por só uma semana. “O ideal é consumir as cápsulas por, no mínimo, três meses, tempo necessário para a reconstrução dos tecidos que serão nutridos pelo produto”, orienta Alessandra.
Saúde global
As drágeas de vitamina C, zinco, cálcio, selênio... complementam a falta de nutrientes que dão imunidade ao nosso organismo.
AÇÃO: Cada vitamina e mineral tem uma ou mais ações características e participa ativamente das funções metabólicas. A ausência de um item prejudica esse papel, desencadeando doenças e danos à saúde. A falta de vitamina B12, por exemplo, pode provocar dores de cabeça e alterações digestivas, enquanto a deficiência de zinco reduz o sistema de defesa do nosso organismo.
RISCOS: Em geral, nas doses recomendadas, não é comum o aparecimento de efeitos colaterais. No entanto, vale reforçar: se for usado sem necessidade e de forma incorreta, qualquer suplemento pode prejudicar a saúde. “Além de sobrecarregar os órgãos
excretores (rins e bexiga), os nutrientes são depositados no organismo e os exageros causam doenças”, diz a nutricionista Alessandra. Por exemplo: excesso de zinco pode comprometer a absorção de ferro, ou seja, mais chance de anemia.
DICA: Consuma a pílula longe da refeição, já que a assimilação de alguns nutrientes pode ficar prejudicada. Você sabia que a beterraba, por exemplo, dificulta a absorção de ferro, e o brócolis, a de zinco?
Proteção extra
Existem suplementos à base de ácidos graxos extraídos de fontes animais e vegetais. Em geral, eles reduzem o acúmulo de plaquetas de gordura nas artérias.
AÇÃO: A gordura dos óleos de peixe, chia e linhaça apresenta ação anti-inflamatória, ajuda a controlar os níveis de colesterol e evita doenças degenerativas do sistema nervoso. O óleo vindo do coco, por sua vez, é antioxidante e estimula o metabolismo. Já o de cártamo viabiliza o uso da gordura como combustível, colaborando com a perda de peso. A carência de ácidos graxos pode gerar alergias alimentares, colesterol elevado e também artrite.
RISCOS: Doses elevadas de óleo de cártamo podem ocasionar disfunções gastrointestinais e aumentar a resistência à insulina. O óleo de coco leva a problemas gastrointestinais. Já o ômega 3 age na coagulação sanguínea e, portanto, deve ser interrompido três
meses antes de cirurgias. Já o ômega 6 não pode ser associado a certos tipos de medicamentos, como os trombolíticos.
DICA: É melhor ingerir o óleo de coco depois da ginástica.
Corpo enxuto
A gordura localizada e a celulite são atacadas com um conjunto de ativos aceleradores do metabolismo ou queimadores de calorias. Entre eles estão cafeína, óleo de cártamo, L-carnitina, guaraná e chá verde.
AÇÃO: A associação das substâncias emagrecedoras ajuda, basicamente, a inibir o acúmulo de gordura, além de agir na quebra das células lipídicas já existentes no organismo. Algumas substâncias, como a cafeína, também têm ação termogênica, que acelera o metabolismo e eleva a temperatura corporal, aumentando o gasto calórico. Certos produtos ainda favorecem a síntese de serotonina, que está relacionada à redução do apetite.
RISCOS: Como os produtos para perder peso contêm ingredientes ativos estimulantes, eles podem provocar insônia. Portanto, é melhor não tomá-los à noite. E mais: pílula à base de cafeína pode desencadear taquicardia.
DICA: Para potencializar a queima de gordura, tome as pílulas 30 minutos antes dos exercícios e nunca à noite (para não atrapalhar o sono).
