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Aceitar versus se conformar: entenda a diferença e faça a sua parte

Aceitar algo significa reconhecer a realidade e se permitir sentir as emoções associadas a essa situação

*Dra. Thais Mussi, colunista de AnaMaria Digital Publicado em 26/01/2024, às 12h42

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O que você vê quando se olha no espelho? - Caroline Veronez/Unsplash
O que você vê quando se olha no espelho? - Caroline Veronez/Unsplash

Você se olha no espelho e vê as curvas que seu corpo forma. Você sabe que não se encaixa nos padrões de beleza impostos pela sociedade, mas se aceita. Então, se convence de que está feliz com o seu corpo e que isso é o que importa. Mas, será que essa aceitação é real ou você está apenas se conformando?

Se aceitar é importante, mas não podemos confundir aceitação com conformismo. Aceitar algo significa reconhecer a realidade e se permitir sentir as emoções associadas a essa situação. É uma atitude saudável e positiva, que te ajuda a lidar com o que está acontecendo de forma mais equilibrada e menos estressante.

Por exemplo, uma pessoa que está acima do peso pode reconhecer que precisa de ajuda para emagrecer, mas aceita com mais facilidade que esse é um processo que precisa de tempo, energia e mudanças consideráveis - de rotina, de alimentação e de mentalidade.

Ou seja: em vez de resistir ou negar a sua condição, ela pode escolher ser gentil consigo mesma e focar em soluções saudáveis e realistas para melhorar sua saúde e bem-estar. No entanto, se conformar significa desistir de tentar mudar uma situação que não está conforme o que você deseja. Isso, claro, pode ser perigoso, principalmente quando o assunto é obesidade.

Há até um estudo, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) em 2018, em que os pesquisadores descobriram que pessoas que viviam em bairros com altos índices de obesidade eram mais propensas a se tornarem obesas do que aquelas que viviam em bairros com baixos índices de obesidade.

Isso não só sugere que o conformismo pode ser um fator importante na tomada de decisões sobre saúde, como prova que romantizar essa condição, mascarando-a como se fosse aceitação pessoal, só prejudica. Talvez aqui esteja bem claro, mas, muitas vezes, a linha que separa esses dois conceitos pode ser bem tênue.

Por exemplo, digamos que você perdeu um emprego que amava. Aceitar essa situação seria entender que ela, de fato, aconteceu, se permitindo sentir todos os sentimentos negativos associados a essa perda.

Isso pode, de alguma forma, te ajudar a processar suas emoções e começar a planejar seus próximos passos. No entanto, se você se conformar, pode acabar se sentindo tentado a simplesmente aceitar que nunca será capaz de encontrar um trabalho tão bom quanto aquele que perdeu, desistindo de procurar algo novo.

ENTENDE A DIFERENÇA?

É importante reforçar que, claro, a aceitação não significa que você deva simplesmente aceitar tudo sem tentar mudar nada. É possível aceitar uma situação e ainda buscar soluções e tomar medidas para melhorá-la, como nos dois exemplos que usei no decorrer do texto.

Ao se aceitar, você está se permitindo sentir as emoções associadas a uma situação, e isso é importante para o seu bem-estar emocional, abrindo espaço para o seu desenvolvimento. Quando você se conforma, pode acabar se desconectando de suas emoções e se tornando apático em relação à vida.

É claro que nem sempre é fácil aceitar as coisas como elas são. Algumas situações podem ser muito difíceis de lidar, como a perda de um ente querido ou um diagnóstico de saúde difícil. Nesses casos, é importante procurar apoio emocional e buscar recursos que possam te ajudar a lidar com essas situações da melhor maneira possível.

No final das contas, o importante mesmo é ter em mente que escolher se aceitar pode ser uma das coisas mais libertadoras que você pode fazer por si.

*DRA. THAIS MUSSI (CRM 118942-SP e 27542-PR- RQE 373) é endocrinologista e metabologista pela SBEM, além de especialista em Nutrologia pela ABRAN Medicina do estilo vida – CBMEV. Instagram: @drathaismussi ; Podcast: Não leve a mal, é hormonal